Adriana Calcanhotto: Loucura – Adriana Calcanhotto canta Lupicínio Rodrigues (2015)
Brasil (RJ)
Longa-metragem | Registro de espetáculo musical
DVD, cor, 76 min
Companhia produtora: Sony Music; Samba Filmes; Minha Música; Fasso Livros Didáticos
Lançamento: nas lojas em 24 jul 2015, sex
Diversos eventos foram pensados para comemorar o centenário de nascimento de Lupícinio Rodrigues (1914-2014). Um desses é o tradicional projeto Unimúsica (criado em 1981) pela UFRGS. Adriana Calcanhotto é convidada para fazer uma apresentação única em dezembro de 2014 no espaço que sempre abrigou o projeto, o Salão de Atos da universidade, interpretando 17 clássicos.
4º Prêmio da Música Brasileira, 1991: categoria MPB – revelação.
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Ficha técnica
IDENTIDADES
Adriana Calcanhotto (voz),
Cézar Mendes (violão faixas 01-06, 11-16), Dadi Carvalho (violão faixas 01-06, 11-16), Jessé Sadoc (trompete faixas 01, 03-04, 06, 11-16; flugelhorn faixas 02, 05), Alberto Continentino (contrabaixo faixas 01-06, 11-16), Jorge Ribeiro (mesas, cadeiras, copos e vassoura).
Participação especial: Arthur Nestrovski (violão faixas 07-09, 11, 13-16), Cid Campos (dobro faixas 10, 12, 13; violão faixas 11, 14-16), Arthur de Faria (acordeon faixas 13-16).
Arquivo (não creditado): Lupicínio Rodrigues (voz, no início).
DIREÇÃO
Direção: Gabriela Gastal.
Direção artística: Adriana Calcanhotto.
ROTEIRO
Tradução (legendas inglês): Mônica Dias.
PRODUÇÃO
Produção executiva: Gabriela Figueiredo, Maria Clara Ferreira.
Direção de produção: Henrique Landulfo.
Produção: Manu Menezes.
SHOW
Direção: Adriana Calcanhotto.
Direção de palco: Jorge Ribeiro.
Produção executiva: Joanna Jourdan.
Direção de produção: Leonardo Netto.
Alimentação: Roberta Sudbrack.
Iluminação: Marga Ferreira.
Iluminação Unimúsica: Maurício Moura.
Técnico de PA: Daniel Carvalho.
Técnico de monitor: Pedro Tambellini.
Blackmagic: Salvador Amado.
GoPro: Max Pessoa.
FOTOGRAFIA
Direção de fotografia: Mustapha Barat.
Operação de câmera: Tuca Moraes, Lucas Loureiro, Tomás Camargo.
Foquistas: Tomás Camargo, Thiago Le Grand Falkenberg.
Logger: Rafael Trindade, Syd Magalhães.
Fotografia de cena: Leo Aversa.
ARTE
Cenografia show: Adriana Calcanhotto.
Cenografia Unimúsica: Elcio Rossini.
Produção de arte: Miguel Sisto, Duda Cardoso.
Maquiagem: Baby Marques.
SOM
Áudio produzido por: Daniel Carvalho.
Técnicos e gravação: Daniel Carvalho, Pedro Tambellini.
MÚSICA
Produção musical: Adriana Calcanhotto, Daniel Carvalho.
Faixas:
01. "Homenagem" (música, letra: Lupicínio Rodrigues; samba-canção)
02. "Ela disse-me assim (Vai embora)" (música, letra: Lupicínio Rodrigues; samba-canção)
03. "Loucura" (música, letra: Lupicínio Rodrigues)
04. "Castigo" (Lupicínio Rodrigues, Alcides Gonçalves; samba)
05. "Vingança" (música, letra: Lupicínio Rodrigues; samba-canção)
06. "Cadeira vazia" (Lupicínio Rodrigues, Alcides Gonçalves; samba)
07. "Quem há de dizer" (Lupicínio Rodrigues, Alcides Gonçalves; samba)
08. "Nervos de aço" (música, letra: Lupicínio Rodrigues; samba)
09. "Esses moços (Pobres moços)" (música, letra: Lupicínio Rodrigues; samba) + incidental "Carinhoso" (música: Pixinguinha, letra: João de Barro; choro canção)
10. "Volta" (música, letra: Lupicínio Rodrigues; samba-canção)
11. "Nunca" (música, letra: Lupicínio Rodrigues; samba-canção)
12. "Judiaria" (Lupicínio Rodrigues, Leduvy de Pina)
13. "Felicidade" (música, letra: Lupicínio Rodrigues; toada)
Bis:
14. "Se acaso você chegasse" (Lupicínio Rodrigues, Felisberto Martins; samba) + incidental "Aquarela do Brasil" (Ary Barroso)
15. "Cevando o amargo" (Lupicínio Rodrigues, Antonio Amabile 'Piratini'; toada)
16. "Hino do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense" (música, letra: Lupicínio Rodrigues)
Editoras:
INDUS (Peermusic do Brasil Edições Musicais Ltda.): faixas 01, 03.
CAP Music (Tapajós): faixas 02, 10.
Irmãos Vitale: faixas 04-09, 11, 13-16 + faixa 14 "Aquarela do Brasil".
Mangione, Filhos & Cia. Ltda.: faixa 09 "Carinhoso".
Universal Music Publishing MGB: faixa 12.
Direto: faixa 17.
EXTRAS
• 17. "Cenário de Mangueira" (Lupicínio Rodrigues, Henrique de Almeida) por Adriana Calcanhotto (voz), Max (voz, kaoss pad, efeitos), Domenico Lancellotti (MPC1000), João Brasil (laptop, MPD), Bruno Dilullo (baixo, synth's). Duração: 04:38.
• Documentário: A Luz do refletor. Direção: Gabriela Gastal, Adriana Calcanhotto. Tradução: Mônica Dias. Sinopse: Conversa de Adriana Calcanhotto e Domenico Lancellotti em que ela vai contando detalhes do show. Trechos do ensaio aberto no Salão de Atos da UFRGS, em Porto Alegre, em 3 de dezembro de 2014. Identidades: Adriana Calcanhotto, Domenico Lancellotti, Dadi Carvalho (violão), Cézar Mendes (violão), Arthur Nestrovski (violão), Cid Campos (dobro e violão; parceiro musical e filho do poeta Augusto de Campos), Arthur de Faria (acordeon), Alberto Davi Continentino (contrabaixo), Jessé Sadoc (trompete, flugelhorn). Produção executiva: Gabriela Figueiredo, Maria Clara Ferreira. Produção: Roberta Maia, Reinaldo Galvão. Direção de produção: Henrique Landulfo. Maquiagem: Gabriela Figueira. Assistência de maquiagem: Carla Asthon. Direção de imagem: Dora Jobim. Direção de fotografia: Mustapha Barat. Operação de câmera: Tuca Moraes, Lucas Loureiro, Tomás Camargo. Foquista: Tomás Camargo. Eletricista: Marcinho. Assistência de elétrica: Marreta. Logger: Jônathas Araujo. Músicas: "Quindim de mulher" (música, letra: Lupicínio Rodrigues; samba) [ composto em 25 minutos no programa de TV Isso deu samba, de Flávio Cavalcanti]. Medley: "Eu não sou louco" (Lupicínio Rodrigues, Ewaldo Ruy) + "Tom de voz" (Quito Ribeiro, Cézar Mendes) + "Um Favor" (música, letra: Lupicínio Rodrigues) + "Celeiro de ases" ["Hino do Sport Club Internacional"] (música, letra: Nelson Silva; marcha-hino). Editoras: Irmãos Vitale / Tapajós / Peermusic / Fermata. Montagem: Eva Randolph, edt.. Assistência de edição: Frank Alves, Ricardo Gomes. Coordenação de pós-produção: Van Novaes. Correção de cor: André Miranda. Transporte: Transloc. Agradecimentos: Adriana Junqueira, Dora Jobim, CEDOC TV Cultura de São Paulo. Gravado no Estúdio Maravilha8 por: Daniel Carvalho. Assistência de estúdio: Felipe Esteves. Duração: 18:40.
FINALIZAÇÃO
Edição: Eva Randolph, edt..
Assistência de edição: Frank Alves, Ricardo Gomes.
Coordenação de pós-produção: Van Novaes.
Motion design e design dos menus: Marcus Moraes.
Correção de cor: André Miranda.
Mixagem e masterização: Daniel Carvalho.
EQUIPE autoração
Atendimento: Alexandre Seragini.
Produção executiva: Janaína Alves.
Coordenação geral: Eden Oshima.
Design: Erik Granato.
Áudio e vídeo: Leonardo Cortês.
Legendagem: Raquel Rei.
Programação: Claudio Pereira dos Santos.
Controle de qualidade: Ronaldo Vieira, Vitor Oshima.
EQUIPE WL Produções: Flávia Persequino, Cleber Oliveira, Kelly Santos.
EQUIPE Sony Music
Presidente: Alexandre Schiavo.
Vice-presidente: Sergio Bittencourt.
Direção comercial: Flavio Vilela.
Gerência de A&R: Joselha Teles.
Supervisão de artes: Sandro Mesquita.
EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS
Câmeras e lentes: Nova Câmera; MB Filmes.
Transporte: Transloc.
Estúdio de mixagem e masterização: Estúdio Monoaural.
Autoração: CareWare Multimídia (São Paulo).
MECANISMOS DE FINANCIAMENTO
Companhia produtora: Sony Music (Rio de Janeiro); Samba Filmes (Rio de Janeiro); Minha Música (Rio de Janeiro); Fasso Livros Didáticos.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos: Eu agradeço a: Lupicínio Rodrigues Filho pela amizade. Elza Soares pela inspiração. Lígia Petrucci e Unimúsica pela parceria. Luciano Alabarse por tudo.
Galeão Espanhol.
Dedicatória: Para Augusto de Campos e Lygia Fingers. E Susana Moraes.
FILMAGENS
Brasil / RS, em Porto Alegre, gravado ao vivo no Salão de Atos da UFRGS, 4 de dezembro de 2014, quinta-feira, dentro da programação do projeto Unimúsica: Série Compositores – A cidade e a música – UFRGS 80 anos.
ASPECTOS TÉCNICOS
Duração: 1:15:49
Som: Stereo 2.0 / Dolby Digital 5.1 / DTS
Imagem: cor
Proporção de tela: 1.85
Formato de captação:
Formato de exibição: DVD
Tiragem (DVD): AA0010000
Legendas (DVD): Português, english.
PREMIAÇÃO
• 27º Prêmio da Música Brasileira, 2016: melhor DVD.
DISTRIBUIÇÃO
Classificação indicativa: Livre.
DVD (digipack): Distribuição: Sony Music 88875087399, ℗ & © 2015. Autoração: 25 jun 2015. Extras. Inclui encarte.
Disponível também em CD: mesmas 17 faixas.
Contato:
OBSERVAÇÕES
Grafias alternativas: Thiago Falkenberg | "Hino do Internacional"
Grafias alternativas (funções): Catering | Técnico de som PA | Técnico de som monitor
DISCOGRAFIA
Adriana Calcanhotto
Lupicínio Rodrigues
BIBLIOGRAFIA
Sobre Adriana Calcanhotto + Lupicínio Rodrigues:
Ver Bibliografias: Autobiografias, biografias, correspondência, songbook: música.
Noticiário:
BRITO, Hagamenon. Com ar de atriz, sutileza e ótima banda, Adriana Calcanhotto canta Lupicínio Rodrigues – Cantora, que completa 50 anos em outubro, aumenta a lista de nobres homenagens ao centenário do mestre Lupicínio Rodrigues. Correio, Salvador, 26 jul 2015.
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Arquivos especiais
Com o DVD e CD Loucura – Adriana Calcanhotto canta Lupicínio Rodrigues, a cantora aumenta a lista de nobres homenagens ao centenário do mestre porto-alegrense. A lista inclui também os shows Ele disse-me assim, de Gal Costa, previsto para gerar um CD; e Elza canta e chora Lupi, de Elza Soares.
Por ser também porto-alegrense, a intimidade de Adriana com o cancioneiro de Lupi, como ela o chama às vezes, é orgânica, é natural. Ela cresceu ouvindo o compositor no bairro do Cristal, onde passou a maior parte da infância.
Depois, entre 1984 e 1985, Adriana cantou em bares na noite de Porto Alegre e conheceu pessoas que tinham convivido com Lupicínio, que morreu em 1974, aos 59 anos. A Lupi, ainda, Adriana deve o modo peculiar com que deixou-se contaminar pelo "micróbio do samba" – criada por ele, a expressão batizou o disco de 2011 da artista.
Com ares de atriz e sutileza, o que é uma característica de Adriana Calcanhotto, ela interpreta as canções de modo tradicional, exceto pelo toque blues do violão dobro de Cid Campos em Volta, no momento mais teatral do espetáculo; e pelo tom de rancheira de Judiaria, com Arthur de Faria ao acordeom.
"Eu quis me despir ao máximo da Adriana tradicional e me posicionar como intérprete daquelas canções, preservando o jeito como elas foram criadas. E, mesmo assim, no bis, teve alguém pedindo Esquadros na plateia”, explica, rindo.
Com direção de imagem de Gabriela Gastal, o DVD faz justiça ao clima de bar classudo criado em torno da cantora e dos seus músicos, numa formação musical entre o regional – com violões, contrabaixo e trompete – e um cool jazz com estética portenha.
O figurino de Adriana é sóbrio: calça, gravata-borboleta, camisa branca, terno e sapatos pretos e o cabelo longo preso em um coque. Nos anéis e na maquiagem com glitter dourado e boca vermelha de batom, porém, existem toques da ironia que têm a ver com a arte de coração partido de Lupicínio.
O batom vermelho é uma referência a um caso curioso envolvendo Caetano Veloso e Lupicínio. Na volta ao Brasil do exílio londrino, nos anos 1970, quando rodou o país com um show em que pintava a boca de batom vermelho, Caetano saiu do espetáculo, em Porto Alegre, direto e ansioso para encontrar Lupi, que ele tanto admirava...
"Só depois de meia hora de conversa foi que ele percebeu que havia se esquecido de tirar o batom. Caetano preocupado com isso e Lupi nem aí pro fato dele estar de batom” (risos).
O cantor baiano, assim como Paulinho da Viola, Gal Costa e Gilberto Gil, foi um dos responsáveis pela revalorização do cancioneiro de Lupicínio a partir da segunda metade dos anos 1960, já que a bossa nova havia ajudado a rotular a dor de cotovelo do autor – e do samba-canção – de cafona, de mau gosto musical.
"As canções de Lupi, cheias de mágoa e sentimentos, representavam o oposto da bossa nova. Mas ele, e o tempo está aí, é maior do que tudo. Lupicínio é um compositor fino, capaz de desafiar Deus, como faz em Loucura, algo sofisticado para quem teve uma educação apenas simples", diz.
Outro elemento baiano, digamos, no DVD, é a presença do violonista Cézar Mendes na ótima banda que ensaiou só duas vezes antes do show (que não mais será reeditado).
"Primeiro, chamei Dadi e aí, soube através da Bebel Gilberto, que ele estava se encontrando com Cézar para pegar informações sobre Lupicínio. Então, chamei Cézar também, que saca tudo de Lupicínio. Cézar conheceu a música de Lupi ainda criança ouvindo o alto-falante de sua cidade, no Recôncavo. Ele foi fundamental no processo", explica.
Além do filho fonográfico, Lupicínio entra agora na vida de Adriana na forma de um gatinho: "No dia do ensaio aqui no Rio, eu estava nervosa e vieram me falar que tinha um gatinho na rua. Quando vi, não resisti. Como é pretinho, tinha que se chamar Lupicínio". O peludo veio juntar-se a dois gatos e uma cadela.
BRITO, Hagamenon. Com ar de atriz, sutileza e ótima banda, Adriana Calcanhotto canta Lupicínio Rodrigues – Cantora, que completa 50 anos em outubro, aumenta a lista de nobres homenagens ao centenário do mestre Lupicínio Rodrigues. Correio, Salvador, 26 jul 2015.