Pára, Pedro! (1969)
Brasil (RS)
Longa-metragem | Ficção
35 mm, cor, 98 min
Companhia produtora: Cinegráfica Leopoldis-Som
Primeira exibição: Vacaria (RS), Cine Querência, 9 ago 1969, sab (estreia)
José Mendes surge como grande nome do mundo artístico em 1967, com o lançamento da vanera "Pára, Pedro!", de sua autoria e José Portela Delavi, que dominou as paradas durante muito tempo. Ele começou a cantar como profissional aos 18 anos, no Rio Grande do Sul. José Mendes era realmente a maior expressão da vida artística gaúcha. Conseguiu, inclusive, derrubar o consagrado Teixeirinha. Em julho de 1968 vai a São Paulo para lançar mais um LP, com a música "Não aperta Aparicio", pela gravadora Copacabana. Em São Paulo, na primeira quinzena de agosto, estava com diversos programas de televisão agendados: Silvio Santos, Chacrinha, Jacinto Figueira Jr. e Hebe. Em Lisboa, ao lado de Altemar Dutra, o artista natural de Machadinho era o cantor brasileiro que mais sucesso fazia no momento. Assim acontece em São Paulo, em Porto Alegre, em todo o Brasil.
Por isso, um filme em cima desse sucesso, pareceu natural à Cinegráfica Leopoldis-Som depois da experiência com Teixeirinha e Coração de luto (1967). Antes de voltar ao Rio Grande do Sul para começar o longa, José Mendes vai a Brasília para cantar para o presidente Costa e Silva. Nas semanas seguintes começaria a filmar em Vacaria e região. Pára, Pedro! teve sua produção financiada pelo BRDE, dentro do plano de incentivo à indústria cinematográfica, segundo convênio assinado com o INC Instituto Nacional do Cinema. Primeiro filme colorido feito no estado, a produção da Leopoldis-Som estreia em agosto de 1969 e é recordista de bilheteria, superando as expectativas dos distribuidores, que não acreditavam na superação de público de Coração de luto.
Com ideia original de Antonio Augusto Fagundes e roteiro de Derly J. Martinez, Edison Acri e Clovis Mezzomo, a película tem produção de Derly Martinez e direção de produção de Edison Acri, direção de fotografia do húngaro naturalizado brasileiro Rodolfo Icsey, com operação de câmera de Ivo Czamanski. As paisagens de Vacaria e região são evidenciadas nas filmagens, como uma sequência de perseguição no Itaimbezinho. A música original tem composição do maestro Alfred Hülsberg. Uma curiosidade é que Edison Acri, que é desenhista (responsável pelos desenhos dos créditos iniciais com animação) e nunca participara de qualquer filme, rouba a cena com o atrapalhado Janjão, primo e comparsa do pistoleiro Alegrete e o personagem ganha protagonismo em Janjão não dispara... foge! (1970).
A montagem é de Jayme Justo, com assistência de Angelito Mello, ator no próximo longa do diretor, Não aperta Aparicio (1970). Os cinco primeiros filmes da extensa filmografia do montador Jayme Justo são gaúchos: Pára, Pedro! (1969), Não aperta Aparicio, Janjão não dispara... foge!, Gaudêncio! O Centauro dos pampas (1971), Ela tornou-se freira (1972). Além de diversos outros filmes populares – entre eles, cinco com Os Trapalhões – também é o montador de A Intrusa (1980).
O diretor Pereira Dias (Vanoly Pereira Dias) nasce em Carlos Barbosa em 7 janeiro de 1926 e falece em Porto Alegre em 28 agosto de 1988. Inicia sua trajetória artística em 1941 integrando a Companhia Iracema de Alencar, como ator em Um Caso de polícia, no Teatro do Povo, em Porto Alegre, onde vive desde os 11 anos. Passa pelas companhias de César Fronzi e de Procópio Ferreira. Em cinema, estreia fazendo direção de produção no paulista Custa pouco a felicidade (Geraldo Vietri, 1952). O primeiro filme que dirige é Toda vida em 15 minutos (1954), uma produção paulista filmada no Rio, argumento premiado em 1954 com o Saci e o Governador do Estado de São Paulo: passageiros de um voo comercial lembram 15 minutos cruciais de suas vidas. Ator, diretor ou produtor na TV Tupi, no Rio, no final dos anos 50 e início dos 60. Volta para Porto Alegre para fazer o mesmo na TV Piratini e depois na TV Gaúcha, desde sua inauguração em dezembro de 1962. São desta época programas como Teatro de Comédia e Rainha por uma Noite. Para o Teatro de Arena de Porto Alegre dirige Álbum de família (1968). Retoma com regularidade a direção cinematográfica nos anos 70, após o estrondoso sucesso de Pára, Pedro!. Além dos três filmes para o cantor José Mendes, dirige seis dos 12 estrelados por Teixeirinha. Roteirista e ator em Ana Terra (1971). Nos anos 80, retorna para o teatro e atua em O Caso Oppenheimer, recebendo o troféu Açorianos de melhor ator de 1985. O último longa é uma comédia produzida no Paraná: Legal paca!... (1988). Roteirista de todos os seus filmes e também montador, a partir de A Morte não marca tempo.
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Sinopse
Após um mal-entendido, temendo ser preso, o vaqueiro Pedro foge do município de Vacaria, no Rio Grande do Sul. Sua amada, Rosário, sabendo do equívoco, contrata um pistoleiro profissional, Alegrete, para trazê-lo de volta são e salvo. As emboscadas não dão certo, porque Alegrete é sempre atrapalhado por um sobrinho desastroso que o acompanha na perseguição. Finalmente, Pedro vem a saber que não há nenhuma ameaça de prisão e decide voltar a Vacaria, durante o baile anual, que dura vários dias. Alegrete e sua gang estão a postos, porém, e a festa se transforma numa briga coletiva. Pedro vai preso e, em sua cela, canta a melodia "Pára, Pedro!". Novamente solto, cai nas malhas de Alegrete, que o conduz sem sentidos à casa de Rosário. Os últimos equívocos são desfeitos, Rosário confessa a legitimidade do seu amor e reconquista Pedro.
Sinopse desenvolvida
Em uma festa defronte à igreja, Pedro precisa sair fugido de sua cidade, Vacaria, após dar um soco no secretário de um político por causa de um mal-entendido envolvendo a namorada de Pedro e sua madrinha, ambas com o mesmo nome, Rosário. Temendo ter matado o assessor, que cai desmaiado em cima de um bêbado, o vaqueiro desaparece. Sem receber explicações dos motivos da fuga de Pedro, entendendo depois o equívoco da interpretação da fala do secretário do deputado, Rosário contrata um pistoleiro profissional, Seu Alegrete, para trazer seu namorado de volta são e salvo. As emboscadas não dão certo, porque Alegrete é sempre atrapalhado pelo primo da capital, o desastrado Janjão, que o acompanha na perseguição.
Depois de muito tempo tentando enganar os homens no seu encalço, que julga serem da polícia ou capangas do fazendeiro, finalmente, Pedro vem a saber que não há nenhuma ameaça de prisão, após confrontar o coronel e o deputado. Então, decide voltar para Vacaria, durante o baile anual, que dura vários dias.
A madrinha Rosário, de olho em Alegrete, reza para Santo Antônio: o Baile da Ramada, no sábado, é sua última esperança, ela diz que pode ser qualquer homem, que ela não é exigente. Ao mesmo tempo, Rosário dá o ultimato no pistoleiro, afirmando que o evento é a derradeira chance dele trazer Pedro de volta.
Alegrete e sua gangue estão a postos, porém, pelas trapalhadas de Janjão, a festa vira uma briga generalizada, com garrafadas e cadeiradas. Pedro vai preso e, em sua cela, canta a melodia "Pára, Pedro!". Chega um sargento, que vai conduzi-lo para juiz de Vacaria. Mas é Alegrete, disfarçado de policial, que o leva desmaiado, após um golpe, para a fazenda de Rosário.
A madrinha corre atrás de Alegrete, que sai a galope. Na estrada, ele se depara com o primo Janjão, de terno, que lhe cobra o dinheiro devido e diz que vai voltar à cidade, porque ali não é terra de gente. O pistoleiro se ofende e começa a atirar nele, que corre fugindo em direção à estação, até pular no trem, seguido pela encabulada Cotinha, que se enrabichou por ele e o ajuda na fuga. Os últimos mal-entendidos são esclarecidos, e Rosário e Pedro retomam o namoro.
Sinopse descritiva [as partes correspondem aos rolos]:
[Parte 1] Créditos em desenho animado; de fundo, versão instrumental da canção "Pára, Pedro!". Festa na rua, em frente da Igreja. Coronel e sua filha Cotinha conversam com o Padre. Agnaldo Fagundes, candidato a deputado federal, discursa para um grupo e faz diversas promessas. Pedro chega a cavalo e encontra sua namorada Rosário. Grupo de mulheres sentadas, entre elas a madrinha de Rosário, que também se chama Rosário. A madrinha não gosta de Pedro por que ele é um pé-rapado. Mas Pedro é bem popular no local. Joga o jogo de pescaria e ganha uma estátua de cupido, que presenteia para Rosário. Padre, Coronel e Cotinha buscam Pedro para a doma. Rosário deixa a estátua cair e se quebra. Agnaldo continua discursando. Pedro doma o cavalo. Assistência vibra, bate palmas. Colegas propõem que ele derrube um touro à unha (pelas guampas).
[Parte 2] Pedro toureando o touro. Pedro doma o touro, segurando as guampas. A assistência vibra. Agnaldo pede ao Padre para ser apresentado a Pedro. Padre faz a apresentação. Estão presentes Rosário e a madrinha. Agnaldo convida a madrinha para organizar seu comitê. Agnaldo apresenta seu secretário Raimundinho. Decidem procurar o padre para pedir emprestado o salão atrás da igreja. Raimundinho pára numa roda de churrasco onde está Pedro. Raimundinho conta que está procurando o padre para pegar a chave do salão para que o deputado se feche com a dona Rosário para iniciar a campanha. Pedro dá um soco em Raimundinho, que desmaia. Um homem grita que ele está morto. Pedro foge.
Na casa da madrinha, Rosário quer encontrar Pedro para desfazer o mal entendido. A empregada diz que conhece alguém. Flashback da Empregada: Em igreja, Padre casando a Empregada com o Noivo sendo pressionado pela espingarda de Alegrete. Na casa da madrinha, Alegrete combinando com Rosário a busca de Pedro. Ela dá para Alegrete um cheque de 300 cruzeiros novos do Banco Nacional do Comércio de Vacaria (detalhe do cheque). Pedro a cavalo, pára num açude.
[Parte 3] Alegrete a cavalo buscando informações. Pára num ferreiro. Na estação férrea, desembarca Janjão. Na frente da sua casa, Alegrete conversa com os dois empregados-capangas. Chega Janjão. Pedro encontra dois amigos. Pedro toca violão e canta "Mensagem de saudade". Alegrete e os dois homens chegam em bolicho à procura de Pedro. A dona do bolicho diz que tem um Pedro dormindo nos fundos. Os três invadem a peça onde está dormindo um negro.
[Parte 4] Janjão tentando aprender como se monta a cavalo. Chegam os três. Pedro no bolicho fica sabendo do mal entendido. Rosário a cavalo. Pedro vai até a casa do coronel que está com Agnaldo.
[Parte 5] Janjão lendo livro Cabala. Alegrete e os dois jogam pôquer. Pedro toca violão e canta "Picaço velho" para crianças. Freiras. Pedro fala com madre superiora. Pedro veste hábito de freira e foge.
[Parte 6] Itaimbezinho. Alegrete e bando perseguem Pedro. No comitê das mulheres. Cotinha conversa com Janjão. Ruas centrais de Vacaria. Pedro vai até Banco Nacional do Comércio. Vê Rosário conversando com Agnaldo. As cartas de tarô de Janjão caem no chão. Janjão tira as cartas e vê um caixão de defunto.
[Parte 7] Janjão em bar. Tiros do bando. Bando em velório. Fandango no bolicho. Pedro canta "Pequena paisagem de amor".
[Parte 8] Dança dos facões. Chega Alegrete. Alegrete e Rosário. Agnaldo conversa com coronel. Chega Pedro. Comitê. Alegrete e Rosário. Agnaldo conversa com coronel. Alegrete e Rosário. Pedro ajuda a madrinha com a carroça. Madrinha e Alegrete. Madrinha e Rosário.
[Parte 9] Baile da Ramada. Chega Pedro. Pedro conversa com Rosário. Inicia uma longa briga com todos os personagens do baile. No final da briga, Pedro é levado por policiais.
[Parte 10] Na prisão, Pedro toca violão e canta "Pára, Pedro!". Alegrete rapta Pedro e o leva até Rosário. Na Estação Ferroviária, Janjão corre (fugindo de Cotinha) para pegar o trem. Cotinha corre atrás. Janjão consegue subir no trem. E Cotinha também. Pedro e Rosário passeiam de mãos dados numa floresta.
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Ficha técnica
ELENCO
José Mendes (Pedro),
Leonora Corte Real (Rosário Almeida), Dimas Costa (Alegrete), Edison Acri (Janjão), Themis Ferreira (Rosário, madrinha de Rosário), Darcy Fagundes (Bolicheiro), Eunice Conceição (Cotinha), Geraldo Meirelles (Agnaldo Fagundes), José Camargo (Romualdo), João Boeira da Silva (Venâncio), Adolar Costa (Bêbado), Vitor Mello Ferreira (Coronel Chiquinho),
Cleber Mércio (Secretário), Ivan Castro (Gerente do banco), Nelson Silva (Negro Pedro), José C. Borges, Clory Alves da Silva, Ermindo Correa, Salvador Andreata, Araçary Correia (Empregada de Rosário), Adair Mauricio, Dinarte Silva, Claudio Rodrigues, padre Caetano Caon (Padre), Luiz Müller, Horaci dos Santos, Heitor Silva.
Não creditado: Lutero Luiz.
DIREÇÃO
Direção: Pereira Dias.
Assistência de direção: Mirella Molin.
Continuidade: Ieda Inda.
ROTEIRO
História: Antonio Augusto Fagundes.
Roteiro: Derly J. Martinez, Edison Acri, Clovis Mezzomo.
Cenarização [Roteiro técnico] e diálogos: Pereira Dias.
PRODUÇÃO
Produção: Derly J. Martinez.
Direção de produção: Edison Acri.
Assistência de produção: José C. Borges.
FOTOGRAFIA
Direção de fotografia: Rodolfo Icsey.
Operação de câmera: Ivo Czamanski.
Assistência de câmera: Dejair Cabrera.
Eletricista chefe: Jaime Neves.
Eletricistas: Francis Lagarde, Raimundo Scalabrin, José Delaria.
ARTE
Maquiagem: Judith Cabrera.
Penteados: Sonia Moraes.
MÚSICA
Música – composição e regência: Alfred Hülsberg.
Músicas (ordem de inserção):
• "Mensagem de saudade" (música, letra: José Mendes; milonga) por José Mendes [LP: Pá...ra Pedro!, 1967; faixa A6]
• "Picaço velho" (música, letra: José Mendes) por José Mendes [LP: Pá...ra Pedro!, 1967; faixa A2]
• "Pequena paisagem de amor" (Zaé Junior, Theotonio Pavão) por José Mendes [LP: Não aperta Aparicio, 1968; faixa B3]
• "Pára, Pedro!" (José Mendes, José Portela Delavi) por José Mendes [LP: Pá...ra Pedro!, 1967; faixa A1]
FINALIZAÇÃO
Montagem: Jayme Justo.
Assistência de montagem: Angelito Mello.
Desenhos [animados – créditos iniciais]: Edison Acri.
Som: Antonio Gomes.
Efeitos sonoros: Geraldo José.
EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS
Vestuário Leonora Corte Real: Casa Louro (Porto Alegre).
Película: Kodak Eastmancolor.
Laboratório de imagem: Rex (São Paulo).
MECANISMOS DE FINANCIAMENTO
Companhia produtora: Cinegráfica Leopoldis-Som (Porto Alegre).
Colaboração financeira: BRDE Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul.
Recursos: FICINE Fundo de Financiamento Cinematográfico.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos: Prefeitura de Vacaria, FAB Força Aérea Brasileira, Brigada Militar do Rio Grande do Sul, Rede Ferroviária S.A., 6ª Cia. de Polícia do Exército [atual 3º BPE Batalhão de Polícia do Exército], Transporte Unesul, Siomara Automóveis, CTG Porteira do Rio Grande (Vacaria), CTG Sentinela da Querência (Vacaria), Viação Minuano S.A. e povo de Vacaria.
FILMAGENS
Brasil / RS, em
Vacaria e município;
Cambará do Sul, no cânion do Itaimbezinho, no Parque Nacional de Aparados da Serra;
Estação Ferroviária de Maratá (à época município de Montenegro, emancipado como município de Maratá em 1992).
Período: fevereiro e março de 1969.
ASPECTOS TÉCNICOS
Duração: 1:37:35 [da cópia sincronizada dos negativos de imagem e som, em 2022]
Metragem:
Número de rolos: 10 rolos
Som:
Imagem: cor
Proporção de tela: 1.33
Formato de captação: 35 mm
Formatos de exibição: 35 mm
DIVULGAÇÃO
Cartaz: 74,8 x 52,2 cm. Impressão: Minerva (Porto Alegre). Exemplar na Cinemateca Paulo Amorim (doação de Ivo Czamanski em set 2022); Edison Acri.
Trailer: Duração: 03:40. Arquivo Leopoldis-Som-Museu do Trabalho-RBS TV.
DISTRIBUIÇÃO
Classificação indicativa: Livre.
Distribuição: Distribuidora Cinematográfica de Filmes Ltda. – Pelmex.
Distribuição em Porto Alegre: Difilmes.
Distribuição em 16 mm: Zaniratti Filmes.
VHS: Distribuição: São Paulo, Reserva Especial, s.d.[198?].
Contato: Museu do Trabalho; RBS TV.
OBSERVAÇÕES
Cf. Créditos iniciais: // Todos os fatos e personagens são fictícios. Qualquer semelhança é mera coincidência. //
José Mendes, com exceção das músicas, está dublado por ator não identificado, em São Paulo.
Themis Ferreira está dublada provavelmente por Estelita Bell.
Personagens deste filme ganharam continuação em Janjão não dispara... foge! (1970).
Segundo longa-metragem de Pereira Dias após Toda vida em 15 minutos (1954), produção paulista filmada no Rio de Janeiro nos estúdios da Brasil Vita Filmes e no Aeroporto Santos Dumont.
Originalmente as músicas são dos LPs Pá...ra Pedro! (1967) e Não aperta Aparicio (1968), e depois reunidas no compacto duplo José Mendes no cinema (1969). Gravações: Copacabana.
A música "Pára, Pedro!" foi recordista de vendagem de discos a partir de 1967.
Custos de produção, incluindo oito cópias para distribuição: Cr$ 230.000,00 (230 mil cruzeiros novos).
Leopoldis-Som: 12 (doze) cópias 35 mm; 12 (doze) cópias 16 mm, conforme Folha da Tarde, Porto Alegre, 21 out 1971.
Em Porto Alegre fica em cartaz durante quatro semanas consecutivas em cinco salas.
Renda nacional até 17 jul 1970: Cr$ 1.089.557,85 (cruzeiros novos).
Premiação: Prêmio Adicional de Renda, INC, 1969.
Verificar: Os Paqueras foi o filme de maior bilheteria em 1969. Correio do Povo, Porto Alegre, 10 abr 1970, Secções, p.10, informa que Pára, Pedro! está entre os primeiros premiados.
Complementação aos créditos: Araken acrescenta: Cenografia: Pedro Alexandre.
Geraldo Meirelles era diretor comercial da gravadora paulista Copacabana, companhia que produziu discos de José Mendes entre 1967 e 1972.
Ieda Inda – que vai exercer a função de continuísta ou assistente de direção em outros filmes nos anos 70 – é autora, entre outros, dos seguintes livros, todos da Coleção Rio Grande da Editora Movimento, de Porto Alegre: O Arquiteto ou O Encantamento da Sexta-feira Santa (1973), O Cavalo persa (1979), As Amazonas segundo tio Hermann (1981), Peão da rainha vermelha (1989), este último reunião de três novelas.
Estreia em Vacaria no Cine Querência, de Francelino Bortolon, anterior Cine Teatro Real, proprietário: Cine Teatro Planalto Ltda., de Domingos Pegorini, à Praça General Daltro Filho, 362, fundado em 1952, com 792 lugares.
Itaimbezinho no Parque Nacional de Aparados da Serra, município de Cambará do Sul, emancipado em 1963 de São Francisco de Paula.
Grafias alternativas: P. Caetano Caon | Victor Mello Ferreira | Jaime Justo | Derly Martinez e Derly J. Martinez (cf. créditos) | Lutero Luiz = Gerson Luiz
Grafias alternativas (funções): Maquilagem
DISCOGRAFIA
Compacto duplo: José Mendes no cinema – Músicas do filme Pára Pedro. [compilação]
José Mendes
BIBLIOGRAFIA
Guia de filmes. Rio de Janeiro, jan-fev 1970, p.39, ano IV, n.25.
COSTA, Ajadil. Pára, Pedro! José Mendes – Vida & obra. Porto Alegre: Alcance, 2002. 134p. il. Primeira orelha: Marina Brito Bosque. Segunda orelha: dados do A.. Prefácio: Xiruzinho (João Darlan Bettanin).
Noticiário:
Pára Pedro agora vai fazer sucesso em filme. 28 jul 1968.
Agora, outro abacaxi. Folha da Tarde, Porto Alegre, 4 dez 1968.
LIMA, Jone. Pára, Pedro é filmado em Vacaria. O Nacional, Passo Fundo, 14 fev 1969.
Pára Pedro no fim. Folha da Tarde, Porto Alegre, 18 mar 1969.
Pára Pedro vai glorificar belezas naturais de Vacaria. 8 abr 1969.
Icsey com uma câmara faz arte de luz e sombras Folha da Tarde, Porto Alegre, 10 abr 1969.
Pára Pedro já tem copião. Correio do Povo, Porto Alegre, 26 abr 1969.
MEIRELLES, Geraldo. Meu cantinho – Pára Pedro. Revista Melodias, maio 1969.
Pára Pedro vai correr em julho. 7 jun 1969.
RENATO, Marcelo. Artes – Pára Pedro em julho. Jornal do Comércio, Porto Alegre, 9 jun 1969.
CALVERO. Pára Pedro para julho. Folha da Tarde, Porto Alegre, 21 jun 1969.
PRESSER, Décio. Pára Pedro: como e por que?, Folha da Tarde, Porto Alegre, 9 ago 1969.
Pára Pedro. Correio do Povo, Porto Alegre, 10 ago 1969.
Palmas para uma produção do cinema gaúcho. Folha da Tarde, Porto Alegre, 12 ago 1969, p.37.
O estouro de Pára, Pedro!. 13 ago 1969.
70.000 já viram. 16 ago 1969.
GOIDA. O sucesso de Pára, Pedro. Zero Hora, Porto Alegre, 23 ago 1969.
Anúncio. Diário da Tarde, Curitiba, 11 out 1969, p.6, n.21.753. [F]
Anúncios. Diário da Tarde, Curitiba, 14 out 1969, p.6, n.21.755.
Anúncios. Diário da Tarde, Curitiba, 15 out 1969, p.6, n.21.756.
Anúncios. Diário da Tarde, Curitiba, 16 out 1969, p.6, n.21.757.
Anúncios. Diário da Tarde, Curitiba, 17 out 1969, p.6, n.21.758.
Anúncios. Diário da Tarde, Curitiba, 18 out 1969, p.6, n.21.759. [F
GAUDÊNCIO [DAMASCENO FERREIRA, Anibal]. Claquete 7. Jornal da Semana, Porto Alegre, 11 jul 1971.
Pedro não pára, processa Leopoldis para receber dinheiro. Folha da Tarde, Porto Alegre, 21 out 1971, p.49.
Crítica:
HOHLFELDT, Antonio. Pára, Pedro: um sucesso de público. Folha da Tarde, Porto Alegre, 12 ago 1969.
BARROS, Jéferson. Matar a cobra. E mostrar a cobra viva. Folha Esportiva, 23 ago 1969.
BECCON, Paulo. Pára, Pedro – Bem razoável. Folha da Tarde, Porto Alegre, ago 1969.
UCHA, Danilo. Pára, Pedro – O anti-macho. Folha da Tarde, Porto Alegre, ago 1969.
ESCOSTEGUY, Jorge. Pára, Pedro – Tropicalismo. Folha da Tarde, Porto Alegre, ago 1969.
VIEIRA, Emanuel Medeiros. Pára Pedro! – Polêmica. Folha da Tarde, Porto Alegre, 28 ago 1969.
Dispára Pedro. Folha da Tarde, Porto Alegre, 28 ago 1969.
LOPEZ, Odilon. Tropicalismo ou frustralismo?. Folha da Tarde, Porto Alegre, 5 set 1969.
O nosso cinema. Folha da Tarde, Porto Alegre, 5 set 1969.
HERLEIN, Natálio. Pára, Pedro. Diário de Notícias, Porto Alegre, 7 set 1969, 3º Caderno, p.4 [BN, p.20], ano XLV, n.160.
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Exibições
• Vacaria (RS), Cine Querência, 9 ago 1969, sab (estreia) + 10, 11 ago, dom, seg
• Porto Alegre (RS), Victoria,
11-17 ago 1969, seg-dom, 14h, 16h, 18h, 20h, 22h (11 ago, 20h com presença de atores e técnicos)
18-24 ago 1969, seg-dom, 14h, 16h, 18h, 20h, 22h
25-31 ago 1969, seg-dom, 14h, 16h, 18h, 20h, 22h
1º-7 set 1969, seg-dom, 14h, 16h, 18h, 20h, 22h
• Porto Alegre (RS), Rio Branco,
11-17 ago 1969, seg-sab, 19h45, 21h45, dom, 14h, 16h, 19h45, 21h45
18-24 ago 1969, seg-sab, 19h45, 21h45, dom, 14h, 16h, 19h45, 21h45
25-31 ago 1969, seg-sab, 19h45, 21h45, dom, 14h, 16h, 19h30, 21h30
1º-7 set 1969, seg-sab, 19h45, 21h45, dom, 14h, 16h, 19h45, 21h45
• Porto Alegre (RS), Rey,
11-17 ago 1969, seg-sab, 19h30, 21h30, dom, 14h, 16h, 19h30, 21h30
18-24 ago 1969, seg-sab, 19h30, 21h30, dom, 14h, 16h, 19h30, 21h30
25-31 ago 1969, seg-sab, 19h30, 21h30, dom, 14h, 16h, 19h30, 21h30
1º-7 set 1969, seg-sab, 19h30, 21h30, dom, 14h (+ Cavalgada para o inferno), 19h30, 21h30
• Porto Alegre (RS), Ipiranga,
11-17 ago 1969, seg-sab, 19h30, 21h30, dom, 14h, 16h, 19h30, 21h30
18-24 ago 1969, seg-sab, 19h30, 21h30, dom, 14h, 16h, 19h30, 21h30
25-31 ago 1969, seg-sab, 19h30, 21h30, dom, 14h, 16h, 19h30, 21h30
1º-7 set 1969, seg-sab, 19h30, 21h30, dom, 14h, 16h, 19h30, 21h30
• Porto Alegre (RS), Teresópolis,
11-17 ago 1969, seg-sab, 20h, dom, 14h, 16h, 20h
18-24 ago 1969, seg-sab, 20h, dom, 14h, 16h, 19h30, 21h30
25-31 ago 1969, seg-sab, 20h (+ Farsa trágica), dom, 14h, 16h, 19h30, 21h30
1º-7 set 1969, seg-sab, 20h, dom, 14h (+ Astronauta por acaso), 19h30, 21h30
• Porto Alegre (RS), Marabá,
15-21 set 1969, seg-sab, 15h, 20h, 22h, dom, 14h (+ Folias na praia), 20h, 22h
22-28 set 1969, seg-sab, 15h, 20h, 22h, dom, 14h (+ Operação conquista), 20h, 22h
• Porto Alegre (RS), Carlos Gomes,
22-28 set 1969, seg-sex, 14h30, 19h30, 21h30, sab, dom, 14h (+ Como rechear um biquini), 19h30, 21h30
• Curitiba (PR), Avenida (Av. Luiz Xavier, 37), 13-19 out 1969, seg-dom, 14h, 16h, 18, 20h, 22h
• Curitiba (PR), Glória (Praça Tirandentes), 13-19 out 1969, seg-dom, 14h, 16h, 20h, 22h
• Rio de Janeiro (RJ), Plaza, 26 jan-1º fev 1970, seg-dom, desde 10h
• Rio de Janeiro (RJ), Olinda, 26 jan-1º fev 1970, seg-dom
• Rio de Janeiro (RJ), Mascote, 26 jan-1º fev 1970, seg-dom
• Caxias (RJ), Caxias,
26 jan-1º fev 1970, seg-dom
2-8 fev 1970, seg-dom
• Campo Grande (RJ), Palácio, 26 jan-1º fev 1970, seg-dom
• Rio de Janeiro (RJ), Coliseu,
28 jan-1º fev 1970, qua-dom
2-8 fev 1970, seg-dom
• Rio de Janeiro (RJ), Fluminense,
28 jan-1º fev 1970, qua-dom
2-8 fev 1970, seg-dom
• Niterói (RJ), Central, 28 jan 1970, qua
• Petrópolis (RJ), Capitólio, 1º fev 1970, dom
• Rio de Janeiro (RJ), Condor (Largo do Machado), 2-8 fev 1970, seg-dom
• Rio de Janeiro (RJ), Condor (Copacabana), 2-8 fev 1970, seg-dom
• Porto Alegre (RS), Real, 16 maio 1970, sab, 19h30, 21h30
• Recife (PE), Trianon, 30 ago 1970, dom, 9h, 10h30
• Recife (PE), Art Palácio, 31 ago-6 set 1970, seg-dom, 13h30, 15h30, 17h30, 19h30, 21h30
• Recife (PE), Central, 27-29 set 1970, dom-ter, 18h30, 20h30
• Recife (PE), Recife (Encruzilhada), 7 mar 1971, dom, 18h30, 20h30
• Recife (PE), Vera Cruz (Campo Grande), 23 maio 1971, dom, 19h, 21h
• Porto Alegre (RS), Retrospectiva cinema gaúcho [16 set-6 out], Cinemateca Paulo Amorim-[Sala Paulo Amorim], 19 set 1985, qui, 19h, 21h (+ A Colonização alemã no Rio Grande do Sul)
• Porto Alegre (RS), Mostra Especial José Mendes 50 anos depois [13-15 set], Cinemateca Paulo Amorim-Sala Eduardo Hirtz, 13 set 2022, ter, 19h (cópia remasterizada + trailer original; presença de Ivo Czamanski, Maria Isabel, José Mendes Júnior)
• Bagé (RS), 14º Festival Internacional de Cinema da Fronteira [29 nov-3 dez]-Sessão Memória, Centro Histórico Vila de Santa Thereza-Teatro Santo Antônio (Av. Visconde Ribeiro de Magalhães), 29 nov 2023, qua, 19h (apresentação: Zeca Brito; introdução: G. Póvoas)
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Arquivos especiais
"Pára, Pedro!" (José Mendes, José Portela Delavi)
Era um baile lá na serra
Na Fazenda da Ramada
Foi por lá que um tal de Pedro
Se chegou de madrugada
Só escutei o zum zum
Mas não sabia de nada
Só ouvia mulher gritando
Este Pedro é uma parada
CORO FEMININO
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Pedro, pára! Pára, Pedro!
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Era o Pedro lá num canto
Beliscando a namorada
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Pedro, pára! Pára, Pedro!
Pára, Pedro! Pedro, pára!
FALADO
Larga, vivente!
Quando foi lá pelas tantas
Que a farra estava animada
Apagaram o lampião
E a bagunça foi formada
As velhas se revoltaram
Pedroca não é de nada
E o Pedro brigou com as velhas
E deu uma peleia danada
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Pedro, pára! Pára, Pedro!
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Fazia 'cosca' nas velhas
E as velhas davam risada
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Pedro, pára! Pára, Pedro!
Pára, Pedro! Pedro, pára!
FALADO
Pára, Pedro! Este Pedro é uma parada
Pedro foi dançar um xote
Com uma velha apaixonada
E surgiu o velho da velha
E a coisa foi complicada
Pedro correu pelos fundos
E entrou numa porta errada
E as moças levaram um susto
E gritavam desesperadas
CORO FEMININO
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Pedro, pára! Pára, Pedro!
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Velha grudada no Pedro
E o velho no Pedro agarrado
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Pedro, pára! Pára, Pedro!
Pára, Pedro! Pedro, pára!
E assim foi a noite inteira
Até o fim da madrugada
CORO FEMININO
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Pára, Pedro! Pedro, pára!
Pedro, pára! Pára, Pedro!
Pára, Pedro! Pedro, pára!
FALADO
Pára, Pedro!