Não aperta Aparicio (1970)
Brasil (RS)
Longa-metragem | Ficção
35 mm, cor, 103 min
Companhia produtora: Cinegráfica Leopoldis-Som
Primeira exibição: Dom Pedrito (RS), 16 abr 1970, qui (pré-estreia)
Entre os anos 1910-30, o Rio Grande do Sul viveu uma efervescência de produções cinematográficas de diferentes tipos e propósitos. Com documentários e cinejornais, a principal produtora, que atuou por mais de 50 anos no estado, foi aquela fundada por Italo Majeroni, primeiro como Leopoldis Film (no silencioso) e depois como Leopoldis-Som. Seu cinejornal Atualidades gaúchas (mais de 450 números em diversas fases entre 1932 e 1976), foi um dos principais veículos de notícias locais. Muitas empresas abriram e fecharam. Poucas se mantiveram por tanto tempo como a Leopoldis-Som, cuja constância e solidez lhe permitiram investir, nos anos 1960, num novo projeto de filme de ficção em longa-metragem, e também participar do início da televisão. Por vários anos, antes da chegada do videoteipe, foi essa produtora que produziu as primeiras publicidades para a TV. A Leopoldis-Som decidiu investir na realização do primeiro filme do famoso cantor popular Vitor Mateus Teixeira, o Teixeirinha, com grande apoio da imprensa e do meio audiovisual. Coração de luto (Eduardo Llorente, 1967) foi um grande sucesso e acabou provocando a realização de uma nova safra de filmes, também marcados pelas questões campesinas, ou pela figura do gaúcho. A produtora fez ainda mais dois filmes de sucesso: Pára, Pedro! (1969) e Não aperta Aparicio, estrelados por outro astro da música, José Mendes, e dirigidos por Vanoly Pereira Dias. Esses filmes também usaram letras de músicas conhecidas como parte do argumento, e deixaram explícita uma necessidade de buscar a identificação com o público. Era a forma de os projetos cinematográficos se manterem. Após uma carteira de investimentos criada especialmente pelo BRDE, o Rio Grande do Sul passou a ocupar o terceiro posto de maior produtor de cinema no Brasil, até meados da décda de 1970. Apesar do sucesso de público, porém, os filmes não se pagaram por má gestão financeira. Além disso, apelidados de "bombacha e chimarrão", por Tuio Becker, os filmes e seus diretores acabaram sendo discriminados pela crítica de cinema, que esperava algo mais artístico.
Com José Mendes no papel-título e mais Grande Otelo, José Lewgoy, Alexandra Maria, Angelito Mello, Roque Araújo Viana, Dimas Costa e Edison Acri formando o elenco principal e secundário, Não aperta Aparicio foi um sucesso de público, com filas enormes e várias semanas em cartaz nos cinemas do estado. A Leopoldis-Som gastou cerca de 272 mil cruzeiros novos, sendo 185 mil em filmagens (realizadas em Dom Pedrito), 45 mil na fase de montagem e gravações e 42 mil em cópias para todo o RS. Somente no estado, a receita bruta foi de 1.100.000 cruzeiros novos de acordo com os dados do INC Instituto Nacional do Cinema.
Momento marcante é quando José Mendes canta "Canto da Siriema" acompanhado de um gaiteiro, que é nada mais nada menos que seu pai Amancio Mendes também conhecido como Nego Mendes, homenageado na faixa A2, "Acordeona do Nego Mendes", do LP Mocinho do cinema gaúcho (1972).
Inspirado na canção homônima, de autoria de José Mendes, o filme teve ideia original de Derly Martinez e Pereira Dias, que assinam a produção e a direção, respectivamente. Guilherme Lombardi é o nome que aparece como diretor de fotografia nos créditos, que tem como câmera Ivo Czamanski. Trata-se do nome aportuguesado de Guglielmo Lombardi, como ele também assinava, caso de A Filha de Iemanjá (1981), o segundo longa gaúcho em que é o fotógrafo. De Roberto Rossellini a Teixeirinha, pois o primeiro filme fotografado por Lombardi quando ainda vivia no seu país-natal, a Itália, é L'Uomo dalla croce (1943). Antes foi operador de câmera em cerca de dez títulos. A partir de 1960 seu nome está em produções brasileiras como Bahia de todos os santos (Trigueirinho Neto, 1960), em episódios da série televisiva O Vigilante Rodoviário (Ary Fernandes, depois agrupados e lançados no cinema) e em comédias populares. A música incidental é, mais uma vez, composta e regida pelo maestro Alfred Hülsberg.
A película marca a estreia no cinema da então estudante de Jornalismo Ana Amélia Lemos, interpretando a filha do dono do circo e "maior equilibrista das Américas", Miss Meri, primeira namorada de Aparicio nesta segunda produção a cores da Leopoldis-Som. A personagem aparece em duas sequências. A beleza da atriz que interpreta Aurora, a segunda namorada, filha do fazendeiro vizinho, também chamou a atenção na época. Ela foi escolhida entre diversas candidatas para ser o par amoroso do herói. Recortes de jornal de 1970 davam conta que a modelo Alexandra Maria já teria assegurada sua participação como Bibiana em Um Certo capitão Rodrigo (Anselmo Duarte); acaba participando com outro personagem, e ainda vai trabalhar em Gaudêncio! O centauro dos pampas (Fernando Amaral).
A segunda aventura cinematográfica de José Mendes teve primeira exibição em Dom Pedrito em 16 de abril de 1970 e no dia seguinte pré-estreia em Porto Alegre, no cinema Victoria, com patrocínio do Rotary Club. As estreias eram sempre no elegante Victoria, ponto nobre no Centro da cidade, com sua marquise de neon, vitrines douradas e com badaladas de Molière antes de começar a sessão. Na capital, ficou em cartaz por quatro semanas em cinco cinemas. Não aperta Aparicio foi exibido no Rio de Janeiro, Niterói, Petrópolis, Canoinhas (SC), Brasília, Recife, Natal, Manaus, entre muitas outras cidades.
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Sinopse
No extremo sul do Brasil, na fronteira entre o estado do Rio Grande do Sul e o Uruguay, Aparicio é o jovem herdeiro e também capataz de uma fazenda importante da região, tendo como homem de confiança o negrinho Tonico, seu irmão de leite e afilhado de seu pai. O coronel Leonardo é criador de gado em uma vasta estância no interior da cidade gaúcha de Dom Pedrito.
Mulherengo, Aparicio parece sossegar com a chegada da bela moça carioca Aurora, filha do gaúcho Dr. Bernardo Azevedo, o novo vizinho, que acaba de comprar uma grande extensão de terras. Um dia, o herdeiro e a jovem se encontram e começa um flerte. Depois, Aurora pergunta sobre o peão para a dama de companhia Genoveva, que lhe alerta se tratar de um mulherengo, porém filho do fazendeiro vizinho e com anos de estudo na capital. No segundo encontro, à beira da água, numa cascata do Rincão do Inferno, iniciam um romance.
No entanto, o capataz dos recém-chegados, Canhoto, possui um plano para tomar a fazenda do coronel Leonardo. Em uma carreira de domingo, durante a festa, Canhoto termina de contratar peões para a lida nas terras de Dr. Azevedo e lhes apresenta ao patrão. Já Aparicio explica para Aurora a tradição da dança chula.
Quando o gado da fazenda de Dr. Azevedo é roubado, Aparicio é acusado pelo crime, denunciado pelos empregados da fazenda Estrela. Os ladrões ainda deixam pistas falsas, e o peão precisará provar sua inocência, lutando contra a má reputação que tem na pequena cidade.
As relações entre as duas famílias são atritadas, afetando a paixão de Aparicio e Aurora. Tonico, ao levar uma carta de Aparicio para sua amante, descobre, por acaso, o local do gado roubado, mas é encontrado pelos contrabandistas, sequestrado e torturado. O sumiço dele leva a mãe preta da fazenda do coronel Leonardo ao desespero. Aparicio promete procurá-lo. Ele encontra o esconderijo, uma velha cabana nas próprias terras de sua família, junto do gado, antes da fronteira. Trava-se violento tiroteio entre ele e os ladrões, que fogem para terras uruguaias. Canhoto é perseguido e capturado por Aparicio. Com a morte e a prisão dos culpados, a verdade é esclarecida e a paz volta a reinar entre as famílias, com Aurora podendo voltar aos braços do amado.
Sinopse descritiva [as partes correspondem aos rolos]:
[Parte 1] Créditos com desenho animado; de fundo a canção "Não aperta Aparicio", cantada por José Mendes. No Gran Circo Europeu. Atrações. Aparicio beija Equilibrista. Na delegacia a Equilibrista dá explicações ao Cabo.
[Parte 2] Apartação do gado. Marcação do gado. Tonico canta "A Mulher da gente" enquanto tira água do poço. Coronel chama Tonico e pede que ele chame Aparicio. Tonico encontra Aparicio numa roda de gaúchos; conversam indo até à casa. Coronel conversa com Aparicio. Tonico espia e ouve atrás da janela. Canhoto, Bugre e bando cruzam a fronteira com um caixão de defunto. Passam pelos marcos divisórios. Chegam dois polícias montadas uruguaios que procuram contrabando.
[Parte 3] Em boliche uruguaio, Bolicheiro pede para seu filho Gringo colar cartaz na parede. No depósito do boliche, bandidos abrem o caixão de defunto, que contém o contrabando: fumo e cana. O Bolicheiro fica furioso com a baixa qualidade do contrabando. No Boliche, Canhoto explica que ele é o novo capataz da Fazenda Estrela, adquirida por Bernardo Azevedo, gaúcho que morava no Rio de Janeiro. O Bolicheiro pede um trabalho para Gringo. Enquanto peões fazem a tosquia, Aparicio canta "Canto da Siriema". Tonico diz que falta um cordeiro. Aparicio sai a cavalo para procurar.
[Parte 4] À beira do açude, Aparicio encontra Aurora com o cordeiro. Aurora conta que é filha do novo dono da Fazenda Estrela. Tonico com ovelhas. No galpão, Aparicio conta para Tonico que conheceu Aurora. Na Fazenda Estrela chega Aurora. Chegam Canhoto, Bugre e outro, que são apresentados a Azevedo como os novos peões para a Fazenda. No seu quarto, Aurora conversa com a empregada Genoveva enquanto troca de roupa.
[Parte 5] Canhoto e Bugre examinam cerca que separa as fazendas Estrela e a do Coronel. No galpão, Tonico e Aparicio conversam. Aurora na grama, chega Aparicio. Tonico espia em cima de uma árvore e cai num lago. Festas da Padroeira da cidade. Cancha reta. Dança. Chega Equilibrista. Chegam Azevedo e Aurora.
[Parte 6] À sombra de uma árvore, Aurora e Aparicio conversam. Cabo conversa com a Equilibrista. Desafio de chula. Cancha reta. Briga. Aurora vai embora. Noite. Bando corta a cerca e passa o gado. Dia seguinte, no almoço de Azevedo e Aurora, Canhoto comunica o roubo. Vão até a cerca que separa as fazendas. Canhoto suspeita de Aparicio, fala que ele é malevo, que esteve com Aurora.
[Parte 7] Tonico pinta a parede da casa. Chega Azevedo. Na sala da fazenda, Azevedo conta o que aconteceu e sua suspeita. Discutem. Azevedo vai embora. Tonico ouve tudo. Aparicio canta "Vá embora, tristeza". Coronel conta para Aparicio o que aconteceu e proíbe-o de sair e encontrar-se com Aurora. Aparicio pede para Tonico entregar uma carta à Aurora. Tonico sai a cavalo.
[Parte 8] Aurora toca piano. Tonico passa pelo Rincão do Inferno. Numa cabana estão Canhoto e bando. Tonico vê o gado no Rincão do Inferno, e é pego pelo bando. Na fazenda, Mãe Preta está preocupada pois Tonico ainda não voltou. Na cabana, Tonico é humilhado e chicoteado.
[Parte 9A] Na fazenda do Coronel, Aparicio conversa com Mãe Preta. Em boliche, Aparicio aparece à procura de Tonico. Em ruas de Dom Pedrito, Aparicio atrás de Tonico. Na cabana. Gringo e Tonico. Fogo. Tonico foge. Na delegacia, Tonico ferido conta ao Cabo o que está acontecendo. Tonico vai embora. O Cabo não percebe que Tonico está ferido e não leva em conta o que ele disse e continua a dormir. [Parte 9B] Tonico a cavalo, com pôr-do-sol. Aparicio volta ao Rincão do Inferno.
[Parte 10] Delegacia. Tiroteio. Em direção à fronteira. Canhoto e Aparicio. Chega polícia montada uruguaia. Tonico e Azevedo. Brindes. Aparicio e Aurora a cavalo. // Fim.
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Ficha técnica
ELENCO
José Mendes (Aparicio), Grande Otelo (Tonico), José Lewgoy (Canhoto),
Alexandra Maria (Aurora), Edison Acri (Gringo), Dimas Costa (Bugre), Angelito Mello (Coronel Amaro Saraiva), Roque Araújo Viana (Azevedo), Suely Silva (Mãe Preta), Vicente Gomes (Dono do circo), Adolar Costa (Cabo), Abaeté Itajuba da Silva (Toco), Ana Amélia Lemos (Equilibrista), Gelsi Lemos (Genoveva), Alvaro de Souza (Bolicheiro uruguaio),
Vitor Mello Ferreira (Suboficial), Mano Bastos, Luiz Carlos Magalhães, Nilza Ramos, Carlos Kanarek, Dina Perez (Madrinha), Osmar Munhos, Roberto Vasconcelos.
Não creditados: Amancio Mendes (gaiteiro em "Canto da Siriema"), Nilo Jacques (Bolicheiro brasileiro).
DIREÇÃO
Direção: Pereira Dias.
Assistência de direção: Nilza Ramos.
Continuidade: Ieda Inda.
ROTEIRO
História: Derly J. Martinez, Pereira Dias.
Roteiro e diálogos: Pereira Dias, Erico Cramer.
PRODUÇÃO
Produção: Derly J. Martinez.
Direção de produção: Rui Favalli Bastide, Hellen Futuro Rocha.
FOTOGRAFIA
Direção de fotografia: Guglielmo Lombardi.
Operação de câmera: Ivo Czamanski.
Assistência de câmera: Dejair Cabrera.
Eletricistas: José Delaria, Miguel Elias, João Firmo, Enio Trindade.
ARTE
Maquiagem: Judith Cabrera.
MÚSICA
Música incidental – composição e regência: Alfred Hülsberg.
Músicas (ordem de inserção):
• "Não aperta Aparicio" (música, letra: José Mendes) por José Mendes (voz) [créditos iniciais] [LP: Não aperta Aparicio, 1968; faixa A1]
• "A Mulher da gente" (Grande Otelo, David Porto) por Grande Otelo (voz)
• "Canto da Siriema" (José Mendes, Leonel dos Santos) por José Mendes (voz) [LP: Pá...ra Pedro!, 1967; faixa B2]
• "Vá embora tristeza" (José Mendes, Oiram Santos; rasqueado) por José Mendes (voz) [LP: Não aperta Aparicio, 1968; faixa A3]
FINALIZAÇÃO
Montagem: Jayme Justo.
Desenhos [animados – créditos iniciais]: Edison Acri, José Marcanth.
Som: Antonio Gomes.
Efeitos sonoros: Geraldo José.
EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS
Vestuário Alexandra Maria: Escostegui Modas (Porto Alegre).
Película: Kodak Eastmancolor.
Laboratório de imagem: Líder (São Paulo).
MECANISMOS DE FINANCIAMENTO
Companhia produtora: Cinegráfica Leopoldis-Som (Porto Alegre).
Colaboração financeira: BRDE Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul.
Recursos: FICINE Fundo de Financiamento Cinematográfico.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos: Prefeitura de Dom Pedrito, Base Aérea de Canoas, CTG Rodeio da Fronteira, Viação Ouro e Prata, Cabanha Quero Quero, Corpo de Bombeiros de Porto Alegre, 3ª Cia. P. do Exército e povo de Dom Pedrito.
FILMAGENS
Brasil / RS, em Dom Pedrito e em diversas fazendas do município; e em Rincão do Inferno (município de Lavras do Sul).
Período: durante 33 dias, de 13 de outubro até o final de novembro de 1969.
ASPECTOS TÉCNICOS
Duração: 1:42:59 [da cópia sincronizada dos negativos de imagem e som, em 2022]
Metragem: 2.882 metros
Número de rolos: 11 rolos
Som:
Imagem: cor
Proporção de tela: 1.33
Formato de captação: 35 mm
Formatos de exibição: 35 mm
Idioma: Português e trechos em espanhol.
DIVULGAÇÃO
Cartaz 1: 94,5 x 64,1 cm. Desenho: não identificado; reprodução pb em PIPER, p.134. Exemplares na Cinemateca Brasileira, com Antonio Jesus Pfeil e Edison Acri.
Cartaz 2: Desenho: Edison Acri; usado apenas como anúncio em jornais.
Folheto: Exemplar na Cinemateca Paulo Amorim (doação de Cristiano Zanella em set 2022); Acervo P. F. Gastal-Biblioteca Central PUCRS.
Trailer: Duração: 03:49. Arquivo Leopoldis-Som-Museu do Trabalho-RBS TV.
DISTRIBUIÇÃO
Classificação indicativa: Livre. / Livre (dia), 14 anos (noite) (em Manaus).
Distribuição em Porto Alegre: Difilmes-Distribuidora Cinematográfica de Films Ltda..
Distribuição no Rio de Janeiro: Produções Cinematográficas Herbert Richers S.A..
Distribuição em 16 mm: Zaniratti Filmes.
VHS: Distribuição: São Paulo, Reserva Especial, s.d.[199?]; capa reproduz Cartaz 1.
Contato: Museu do Trabalho; RBS TV.
OBSERVAÇÕES
Cf. créditos iniciais: // Todos os fatos e personagens são fictícios. Qualquer semelhança é mera coincidência. //
Os títulos das músicas não estão creditados, apenas os autores, menos David Porto.
"Não aperta Aparicio" e "Vá embora tristeza" fazem parte do LP Não aperta Aparicio (A1 e A3, Copacabana, 1968), que não se trata da trilha sonora. No LP, A3 está creditada apenas para José Mendes.
Finalização: dublagem no Rio de Janeiro, em janeiro de 1970.
José Mendes, com exceção das músicas, está dublado por ator não identificado, em São Paulo.
Em Porto Alegre, quatro semanas consecutivas em cinco salas.
No Rio de Janeiro é lançado em sete salas, mas fica uma semana em cartaz.
Em Recife, uma sala, uma semana.
Renda no RS até 17 de julho de 1970: Cr$ 630.000,00 (cruzeiros novos).
Negativos e/ou cópias: Leopoldis-Som: 12 (doze) cópias 35 mm e 12 (doze) cópias 16 mm, conforme Folha da Tarde, Porto Alegre, 21 out 1971
Grafias alternativas: Erico Kramer | Jaime Justo | Guilherme Lombardi | Luis Carlos de Magalhães | Roque Araujo Vianna (cf. créditos)
Grafias alternativas (funções): Maquilagem
DISCOGRAFIA
José Mendes
BIBLIOGRAFIA
Guia de filmes. Rio de Janeiro, jan-fev 1971, p.47, ano V, n.31.
COLODA; VIAN, p.34 e foto p.41.
Noticiário:
Aparicio pode ser sucesso. Pioneiro Especial, Caxias do Sul, nov 1969, p.15 [BN, p.14], n.2.
Complementos. Folha da Manhã, Porto Alegre, 17 nov 1969, p.68.
Quem é quem no cinema gaúcho. Pioneiro Especial, Caxias do Sul, dez 1969, 2º Caderno, p.5 [BN, p.9], n.3.
Com Aparicio a revelação de Alexandra. Pioneiro Especial, Caxias do Sul, 1ª quinz. maio 1970, p.1, n.10.
Cinema gaúcho melhorou com aperto de Aparicio. Pioneiro Especial, Caxias do Sul, 1ª quinz. maio 1970, p.13 [BN, p.9], n.10.
Espetáculos. Folha da Tarde, Porto Alegre, 8 jan 1970.
Aparicio já tem dublagem. Correio do Povo, Porto Alegre, 11 jan 1970.
Nova atriz?. Folha da Tarde, Porto Alegre, 22 jan 1970.
Rotary patrocina Não aperta Aparicio. Correio do Povo, Porto Alegre, 13 mar 1970, p.12.
Alexandra e o capitão. Correio do Povo, Porto Alegre, 26 mar 1970.
Não aperta Aparicio em estreia beneficente. Correio do Povo, Porto Alegre, 17 abr 1970.
Anúncio. Diário de Notícias, Porto Alegre, 19 abr 1970, 3º Caderno, p.6 [BN, p.22], ano XLVI, n.42.
Não aperta Aparicio. 19 abr 1970.
Não aperta Aparicio pode ser novo sucesso do cinema gaúcho. Folha da Tarde, Porto Alegre, 20 abr 1970, p.64.
HOHLFELDT, Antonio. Pereira Dias, mais uma. Folha da Tarde, Porto Alegre, 22 abr 1970.
FONSECA, Juarez. Não adianta mudar de nome, Pedro continua o mesmo. Folha da Tarde, Porto Alegre, 25 abr 1970.
FAGUNDES, Antonio Augusto. Regionalismo, Tradição: Estreou Não aperta Aparicio. Diário de Notícias, Porto Alegre, 26 abr 1970, 3º Caderno, p.2 [BN, p.18], ano XLVI, n.47.
Não aperta Aparicio ganhou nota 10 do público. Folha da Tarde, Porto Alegre, 8 maio 1970.
Anúncio. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 6-7 dez 1970, Segunda Seção, p.5 [BN, p.29], ano, n.14.758.
VIANY, Alex. José Mendes contra Otelo & Lewgoy. Jornal do Brasil, Rio de janeiro, 11 dez 1970, Caderno B, p.4 [BN, p.39], ano LXXX, n.213.
GRÜNEWALD, José Lino. Soluções formalistas. 17 dez 1970.
GAUDÊNCIO [DAMASCENO FERREIRA, Anibal]. Claquete 8. Jornal da Semana, Porto Alegre, 18-24 jul 1971.
Pedro não pára, processa Leopoldis para receber dinheiro. Folha da Tarde, Porto Alegre, 21 out 1971, p.49.
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Exibições
• Dom Pedrito (RS), 16 abr 1970, qui (pré-estreia)
• Porto Alegre (RS), Victoria,
17 abr 1970, sex, 22h (pré-estreia)
20-26 abr 1970, seg-dom, 14h, 16h, 18h, 20h, 22h
27 abr-3 maio 1970, seg-dom, 14h, 16h, 18h, 20h, 22h
4-10 maio 1970, seg-dom, 14h, 16h, 18h, 20h, 22h
11-17 maio 1970, seg-dom, 14h, 16h, 18h, 20h, 22h
• Porto Alegre (RS), Rey,
17 abr 1970, sex, 22h (pré-estreia)
20-26 abr 1970, seg-sab, 19h30, 21h30, dom, 14h, 16h, 19h30, 21h30
27 abr-3 maio 1970, seg-sab, 19h30, 21h30, dom, 14h, 19h30, 21h30
4-10 maio 1970, seg-dom, 14h, 19h30, 21h30
11-17 maio 1970, seg-sab, 14h, 19h30, 21h30, dom, 14h (+ Os Sete do Texas), 19h30, 21h30
• Porto Alegre (RS), Rio Branco,
20-26 abr 1970, seg-sab, 19h45, 21h45, dom, 14h, 16h, 18h45, 21h45
27 abr-3 maio 1970, seg-dom, 19h45, 21h45
4-10 maio 1970, seg-sab, 19h45, 21h45, dom, 14h (+ Gringo selvagem), 19h45, 21h45
11-17 maio 1970, seg-sab, 19h45, 21h45, dom, 14h
• Porto Alegre (RS), Ipiranga,
20-26 abr 1970, seg-sab, 19h30, 21h30, dom, 14h, 16h, 19h30, 21h30
27 abr-3 maio 1970, seg-sab, 19h30, 21h30, dom 14h, 19h30, 21h30
4-10 maio 1970, seg-sab, 19h30, 21h30, dom, 14h (+ Gringo selvagem), 19h30, 21h30
11-17 maio 1970, seg-sab, 19h30, 21h30, dom, 14h (+ Mãos de pistoleiro)
• Porto Alegre (RS), Teresópolis,
20-26 abr 1970, seg-sab, 20h, dom, 19h30, 21h30
27 abr-3 maio 1970, seg-dom, 19h30, 21h30
4-10 maio 1970, seg-dom, 19h30, 21h30
11-17 maio 1970, seg-sab, 19h30, 21h30, dom, 14h, 20h (+ O Herói do oeste)
• Porto Alegre (RS), Talia, 1º-7 jun 1970, seg-sab, 19h30, 21h30, dom, 14h (+ Viagem ao fim do universo), 19h30, 21h30
• Porto Alegre (RS), Rosário,
1º-7 jun 1970, seg-sab, 19h30, 21h30, dom, 14h (+ O Revólver de um desconhecido), 19h30, 21h30
8-13 jun 1970, seg-sab, 19h30, 21h30
• Porto Alegre (RS), Marabá, 8-14 jun 1970, seg-sab, 15h, 20h, 22h, dom, 14h (+ Panca de valente), 20h, 22h
• Rio de Janeiro (RJ), Leblon, 7-13 dez 1970, seg-dom, 13h30, 15h40, 17h50, 20h, 22h10
• Rio de Janeiro (RJ), Ricamar (Copacabana), 7-13 dez 1970, seg-dom, 13h30, 15h40, 17h50, 20h, 22h10
• Rio de Janeiro (RJ), Comodoro (Tijuca), 7-13 dez 1970, seg-dom, 13h30, 15h40, 17h50, 20h, 22h10
• Rio de Janeiro (RJ), Art Palácio Tijuca, 7-13 dez 1970, seg-dom, 13h30, 15h40, 17h50, 20h, 22h10
• Rio de Janeiro (RJ), Art Palácio Meier, 7-13 dez 1970, seg-dom, 13h30, 15h40, 17h50, 20h, 22h10
• Rio de Janeiro (RJ), Art Palácio Madureira, 7-13 dez 1970, seg-dom, 13h30, 15h40, 17h50, 20h, 22h10
• Rio de Janeiro (RJ), Condor-Largo do Machado (Catete), 7-13 dez 1970, seg-dom, 13h30, 15h40, 17h50, 20h, 22h10
• Petrópolis (RJ), ??, 9-13 dez 1970, qua-dom, 13h30, 15h40, 17h50, 20h, 22h10
• Rio de Janeiro (RJ), Palácio, 17-20 dez 1970, qui-dom, 14h, 16h, 18h, 20h, 22h
• Rio de Janeiro (RJ), Floriano (Centro), 17-20 dez 1970, qui-dom, 13h30, 17h (+ Um Xerife todo de ouro)
• Rio de Janeiro (RJ), Jardim, 17-20 dez 1970, qui-dom, 18h, 20h
• Rio de Janeiro (RJ), Pirajá, 29 dez 1970 (+ A Farra dos malandros)
• Rio de Janeiro (RJ), Leopoldina, 29 dez 1970 (+ O Aventureiro do Pacífico)
• Rio de Janeiro (RJ), Irajá, 8 jan 1971 (+ Cinderelo sem sapatos)
• Rio de Janeiro (RJ), Vitória (Bangu), 8 jan 1971 (+ 4 dólares de vingança para Ringo)
• Brasília (DF), Cine Venâncio Jr., 5 mar 1971, sex
• Niterói (RJ), Mandaro, 11-15 mar 1971, qui-seg, 14h, 17h, 20h (+ Na pista dos bandoleiros)
• Niterói (RJ), Éden, 10, 11 jan 1971, dom, seg, 14h45, 18h05, 20h (+ Um Xerife todo de ouro)
• Canoinhas (SC), Cine Teatro Vera Cruz, 7, 8 mar 1971, dom, 16h, 19h, 21h, seg, 20h15
• Petrópolis (RJ), Art Petrópolis, 2-4 abr 1971, sex-dom
• Recife (PE), Trianon, 10-16 maio 1971, seg-dom, 13h30, 15h30, 17h30, 19h30, 21h30
• Natal (RN), Rex, 5-7 jun 1971, sab, dom, 14h, 16h, 18h, 20h, seg, 15h30, 20h
• Natal (RN), Cine Olde, 27, 28 jun 1971, ter, qua, 15h30, 20h
• Manaus (AM), Avenida, 18-20 set 1971, sab-seg, 13h, 15h, 17h, 19h, 21h
• Manaus (AM), Ipiranga, 18-20 set 1971, sab, 20h, dom, 12h (+ Romance em Acapulco), 16h, 20h, seg, 20h
• Manaus (AM), Palace, 21-25 set 1971, ter-sab, 20h
• Manaus (AM), Guarani,
25 set 1971, sab, 12h45, 20h (+ Sete armadilhas para um espião), 16h
26 set, dom, 12h45 (+ Romance em Acapulco), 16h, 20h (+ Sete armadilhas para um espião)
27 set, seg, 20h (+ Romance em Acapulco)
28 set, ter, 12h45 (+ Romance em Acapulco), 16h, 20h (+ Sete armadilhas para um espião)
29 set, qua, 12h45, 16h, 20h (+ Delírio do sexo)
• Manaus (AM), Vitória, 1º-4 out 1971, sex, sab, 20h, dom, 12h30 (+ A Noiva), 16h, 20h, seg, 20h
• Manaus (AM), Ideal, 12, 14 out 1971, ter, qui, 20h
• Petrópolis (RJ), Miragem, 27 nov 1971, sab
• Recife (PE), Vera Cruz (Campo Grande), 12-15 jan 1972, qua-sab, 18h30, 20h30
• Porto Alegre (RS), Mostra Especial José Mendes 50 anos depois [13-15 set], Cinemateca Paulo Amorim-Sala Eduardo Hirtz, 14 set 2022, qua, 19h (cópia remasterizada + trailer original; presença de Ivo Czamanski, Maria Isabel, José Mendes Júnior)
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Arquivos especiais
"Não aperta Aparicio" (música, letra: José Mendes)
FALADO
Essa é a história de um tal de Aparicio
Índio maleva e muito mal acostumado
A fazer confusão em bailes e festas mui gaúchas
Abre a acordeona companheiro
Aparicio era um índio largado
Morador lá na costa da serra
Malandrão, muito namorador
Nos fandangos lá da sua terra
Quando ia dançar vanerão
Só dançava bem agarradinho
Era só na base do apertão
E a mulher reclamava baixinho
Não aperta Aparicio, não aperta
Não aperta Aparicio, não aperta
Não aperta Aparicio, não aperta
Que essa história vai ser descoberta
Se o velho meu pai está espiando
Dá peleia e dá morte na certa
CORO FEMININO
Não aperta Aparicio, não aperta
Não aperta Aparicio, não aperta
Não aperta Aparicio, não aperta
Que essa história vai ser descoberta
FALADO
Não aperta Aparicio, larga a menina, rapaz
Certas horas o tal de Aparicio
Foi dançar uma vanera marcada
Convidou uma morena gorducha
Que por ele estava apaixonada
E o salão tava muito apertado
Era só naquele pega e puxa
Aparicio dançava e pulava
E apertava a morena gorducha
Não aperta Aparicio, não aperta
Não aperta Aparicio, não aperta
Não aperta Aparicio, não aperta
Dava gosto de ver esta cena
A morena empurrava o Aparicio
E o Aparicio puxava a morena
CORO FEMININO
Não aperta Aparicio, não aperta
Não aperta Aparicio, não aperta
Não aperta Aparicio, não aperta
Que essa história vai ser descoberta
FALADO
Não aperta Aparicio, larga a menina porque agora a coisa vai trindar
De repente o velhão da gorducha
Era um tal de Maneca Porpicio
Sapateava e gritava na sala
Hoje é eu que aperto o Aparicio
E tracou-lhe o tatu no candieiro
E o baile ficou no escuro
Só se ouvia cochicho de velhas
E mulher que gritava em apuro
CORO FEMININO
Aperta Aparicio, aperta
Aperta Aparicio, aperta
Aperta Aparicio, aperta
Só se ouvia gritar ala puxa
O Porpicio apertava o Aparicio
E o Aparicio apertava a gorducha
Não aperta Aparicio, não aperta
Aperta Aparicio, aperta
Não aperta Aparicio, não aperta
Que essa história vai ser descoberta
Se o velho meu pai está espiando
Dá peleia e dá morte na certa
FALADO
Não aperta Aparicio
Já parei!