A Primeira morte de Joana (2021)

Brasil (RS) – France [França]
Longa-metragem | Ficção
2k, cor, 91 min

Direção: Cristiane Oliveira.
Companhia produtora: Okna Produções; Locall; Crisol Filmes; Epicentre Films

Primeira exibição: Goa (IN), IFFI 51st International Film Festival of India [16-24 jan], Inox Screen 1, 18 jan 2021, seg, 18h
Primeira exibição RS: Gramado (RS), 49º Festival de Cinema de Gramado [13-21 ago]-Mostra Competitiva Longa-metragem Brasileiro, 17 ago 2021, ter, a partir das 21h30, única exibição em televisão pelo Canal Brasil, para assinantes, e também pela internet através da plataforma de streaming em: globosatplay.globo.com/c/canal-brasil

 

A origem de Joana: A ideia do que se tornaria A Primeira morte de Joana remonta a 2006. Cristiane Oliveira passava por um momento de luto pela perda de uma pessoa próxima que, assim como na história, faleceu aos 70 anos sem nunca ter namorado alguém. Durante uma de suas viagens de férias para o litoral, nas quais passava pela região do Morro da Borússia, em Osório (RS), ela percebeu modificações no ambiente antes tão familiar. A paisagem local, formada pelo encontro entre lagoas e morros de mata virgem, ganhava intervenções metálicas. Grandes cata-ventos de um enorme parque eólico foram instalados, rasgando a vegetação natural. A infraestrutura da região não seria mais a mesma. Até mesmo as estradas foram reconstruídas, alargadas, para suportar o movimento de caminhões.

"Aqueles cata-ventos pareciam pontos brancos no horizonte", lembra-se a diretora. "Demorei para entender do que se tratava. Uma paisagem que era cheia de vida, de repente, ganhava outro elemento, algo que se movia com o vento, uma nova vida". O novo cenário, que aos poucos se revelava, poderia dialogar, pensou Cristiane, com o que se passa dentro da cabeça e do corpo de uma menina em transformação. Essa menina – Joana – que, diante de um momento de luto em família, entra em contato mais íntimo com ela própria. Ela se modifica. A paisagem ao seu redor também. "É uma região em que venta muito. Um vento assim, tão presente, já não é apenas um elemento natural. Ele é uma força que de fato interfere em quem vive ali".

Estudando mais a região do Morro da Borússia, Cristiane encontrou outros aspectos que entrariam em seu roteiro. Naquele pedaço do Rio Grande do Sul, há fortes traços de colonização alemã, mas também há presença evidente da cultura de matriz africana. O roteiro de A Primeira morte de Joana, assim, adquiriu densidade, camada sobre camada, permitindo que a cineasta trabalhasse questões morais e de atravessamentos culturais. A família da protagonista, nesse contexto, ganhou ascendência de colonos alemães que chegaram à região no século XIX.

As filmagens aconteceram em novembro e dezembro de 2018. Todas as cenas foram filmadas na região, nos municípios vizinhos de Osório e Santo Antônio da Patrulha.

Tão importantes quanto a paisagem do Morro da Borússia seriam as meninas que viveriam Joana, a protagonista, e Carolina, a amiga mais próxima dela. Nadya Mendes, atriz gaúcha, trabalhou como produtora de elenco. Setenta garotas na faixa etária das personagens participaram do processo – primeiramente com fotografias e vídeos e, num segundo momento, em conversas com a diretora. Letícia Kacperski ficou com o papel de Joana. Isabela Bressane se tornou Carolina. Isabela tinha 13 anos durante as filmagens, Letícia completou 13 poucos dias depois. Ambas estão em seu primeiro filme. Ambas são de Porto Alegre e tinham experiência anterior apenas com teatro.

"Gosto de reconstruir o roteiro com os atores. Trazer atrizes que tivessem as idades das personagens me permitiu adequar as falas e as situações com aquilo que as meninas estavam vivendo na vida delas", explica Cristiane Oliveira. Não é a primeira vez que a diretora lança mão de tal recurso: Mulher do pai revelou a atriz Maria Galant, que tinha então os mesmos 17 anos de Nalu, sua personagem. Ambos os filmes, percebe Cristiane, encontram as protagonistas em momentos chave da adolescência. Tanto Nalu quanto Joana estão em processo de descobrirem a si mesmas – e ambas provocarão acertos e desacertos ao seu redor. Mulher do pai também se passa no interior do Rio Grande do Sul, o estado natal de Cristiane Oliveira. Porém, aquela história se desenvolve – e foi filmada – na região da fronteira com o Uruguai.

A Primeira morte de Joana conta com uma reunião de talentos internacionais. Destaque para o técnico de som Raúl Locatelli, uruguaio radicado no México. Ele se notabilizou por sua participação em Luz silenciosa (Carlos Reygadas, 2007). Também colaboradora de Reygadas, a diretora de arte mexicana Nohemi González participa como consultora de arte. Afinou seu trabalho com o da diretora de arte Adriana Nascimento Borba, que já cumprira a mesma função em Mulher do pai.

João Nicolau, diretor e roteirista português, autor de John From (2015) e Technoboss (2019), atuou como consultor de roteiro. Miguel Machalski e Gualberto Ferrari, prestigiados consultores argentinos radicados na Europa, também prestaram consultoria. Sílvia Lourenço, roteirista e atriz (Contra todos, Roberto Moreira, 2004), assina o roteiro do filme ao lado de Cristiane Oliveira.

Cao Guimarães, cineasta e artista visual (O Homem das multidões, 2013), participou da fase final como consultor de montagem. A equipe técnica conta ainda com renomados profissionais gaúchos, como o diretor de fotografia Bruno Polidoro e a montadora Tula Anagnostopoulos, ambos premiados em suas categorias na competição nacional de Gramado. No festival, é escolhido como o melhor filme pela crítica.

Ainda na fase de projeto, A Primeira morte de Joana foi selecionado para participar do Co-Production Market 2018, disputado espaço de mercado do Festival de Berlin. Nessa ocasião, a francesa Epicentre Films entrou como produtora associada. O projeto venceu também a 1ª edição do Fundo AVON de Mulheres no Audiovisual, dedicado ao financiamento de filmes dirigidos por mulheres. O longa-metragem foi produzido ainda com recursos do edital para filmes autorais do BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento e do FSA Fundo Setorial do Audiovisual.

A estreia mundial do filme acontece no IFFI International Film Festival of India, no estado de Goa, mais antigo festival de cinema da Ásia, que ocorre desde 1952 e consta da seleta lista de festivais reconhecidos pela FIAPF Federação Internacional de Associações de Produtores Cinematográficos. "Há um grande volume represado de filmes que não encontraram espaço nos últimos meses em função de cancelamentos ou da redução da grade dos festivais. O ano de 2021, por isso, será supercompetitivo. Abrir a trajetória do filme em um evento desse porte é uma alegria. E assim podemos ver como o filme ressoa em outras culturas antes de estrear no Brasil", analisa Cristiane Oliveira, lembrando que a maioria dos grandes festivais nacionais acontece no segundo semestre.

A produtora Aletéia Selonk, da Okna Produções, ressalta a importância do circuito internacional de festivais: "Filmes autorais encontram nos festivais internacionais a primeira oportunidade de conexão com as audiências e, por consequência, de estabelecer os primeiros momentos de diálogo e significação. Estar neste circuito nos fornece uma experiência ampla desta recepção e, assim, contribui muito para a trajetória futura do filme, afinal, o projeto foi pensado desde o início como uma articulação do nacional com o internacional". A diretora complementa: "Será muito bom poder fazer isso justamente na Índia, país que mantém viva uma forte tradição de cinema".

Sinopse


Joana, 13 anos, quer descobrir por que sua tia-avó faleceu aos 70 sem nunca ter namorado alguém. Ao encarar os valores da comunidade em que vive no sul do Brasil, percebe que todas as mulheres da sua família guardam segredos, o que traz à tona algo escondido nela mesma.

Ficha técnica


ELENCO
Letícia Kacperski (Joana),
Isabela Bressane (Carolina), Joana Vieira (Lara), Lisa Becker (Norma), Rosa Campos Velho (Rosa), Emilio Speck (Nilo), Pedro Nambuco (Thomas), Roberto Salerno de Oliveira (Afiador), Graciela Caputti (Sofia), Daniel Chocolate (Gabriel), Ana Carolina Moreno (Magda), Janaina Kremer (Diretora), Kaya Rodrigues (Professora), Sidnei Borba (Pastor), Felipe Lorenzon (Jorge), Erica Vergara (Colega 1), Pamela Kamille (Colega 2), Victor Hugo S. Mendes (Colega 3).
Figuração especial (ordem de entrada): Jussanã Marques (Senhora Artesã), Raul Espindola Braz (Piloto do barco), Taylor M. S. Fernandes (Colega questionador), Nataly Silva dos Santos (Luiza), Augusto Sebastião (Voz Professor).
Figuração:
Velório: Eraldo Oliveira da Silva Junior, Gabriela Jacques Prestes Pacheco, Gilberto Silveira de Matos, Maria Inês M., Pedro Tadeu da Silva.
Feira: Ana Lucia Cardoso, Daniela Silveira, Fabio Alves da Silveira, João Felipe R. F., Josane Tressoldi, Natalí Lucas Paradeda, Vitor Cardoso Hickmann.
Igreja: Cesar Augusto Anflor Porto, Cleonir de O. Moura, Dulce Maria Gonçalves Dias, Fábio Alves da Silveira, Francislara Delfino de Souza, Jocasta Porcher Porto Anflor, Lara Luize de Souza Borba, Letícia Porcher, Levi Flôres Rodrigues Junior, Rozângela Porcher.
Escola: Adriele Vitória M. A. de Almeida, Aldo Rogério Fernandes, André Luis Pereira Fontoura, Cauã Daniel Crippa Becker, Gabriel Valencio da Silva, Gustavo Sacramento dos Santos, João Vitor Bock do Nascimento, Jordana Gomes Beretta, José Vinicius da Silva Gomes, Joselaine dos Reis Vargas, Luísa Oliveira Lemos, Pedro Henrique Dorneles Pinto, Sergio dos Santos Reis, Simone Conceição Oliveira Lemos, Stephanie Cidade Krummenauer, Tales Mariane Alacarini, William Soares de Oliveira.
Baile: Ana Lúcia Cardoso, Anajá Schimitz, Angela Silva, Aurora Reck, Edson A. Selmtz, Eliete Maria Souza Passos, Jonathan Porcher Porto Anflor, Jorge Luiz Carvalho Machado, Leonardo Teotônio da S., Manoel Ferri Dias, Maria do Carmo B. dos Santos, Maria Dolores Marchionatti, Milton Francisco Hickmann, Neusa Maria da Silva, Ondina Colombo Dias, Rafael Stenzel, Rui Onorio Bitencourt, Salete de Jesus Cardoso Alves, Sandra Teresinha Stengel, Sueli Dalsotto, Teresinha Bernardete Almeida da Silva.
Centro de Umbanda: Ceni Padilha Ribeiro, Flavio da Silva Fanfa, Gilberto Silva da Rosa, Isabel Fontoura de Azevedo, João Ferri Dias, Leandro Roberto da Silva Morais, Leonardo Faviano da Silva Morais, Lucas da Silva Rösmer, Luciano da S. de Morais, Maria de Fátima Rodrigues, Maria Orilda da Silva Morais, Mariene Teixeira da Silva Rösmer, Marizete Aparecida da Silva Morais, Mauricio Grassi Dias, Pablo dos Santos Morais, Vergilino Monticelli, Volnei Almeira de Lima.

DIREÇÃO
Direção: Cristiane Oliveira.
Primeira assistência de direção: Isadora Victora.
Segunda assistência de direção: Renata Rezende.
Continuidade: Joana Bernardes.
Preparação de elenco: Vanise Carneiro.

Consultoria em biologia: Vanessa da Silva, Aluizio Soares Dias, Lisandro S. Gonçalves.
Consultoria em religião luterana: Éverton Ricardo Bootz.
Consultoria em religião umbanda: Leandro Roberto da Silva Morais, Maria Orilda da Silva Morais, Inez S. Andrade.
Coach no idioma alemão: Fabio Anschau, Steven Lange, Haike Krummenauer.
Coach em produção de cucas: Andreia Baum, Cleber Baum, Lisiane Baum.

ROTEIRO
Roteiro: Cristiane Oliveira.
Corroteiro: Sílvia Lourenço.
Colaboração de roteiro: Gustavo Galvão.
Consultoria de roteiro: Miguel Machalski, João Nicolau, Cláudia Rodrigues, Gualberto Ferrari.
Traduções inglês: Lisa Becker, Liziane Kugland, Mirella Maines.
Traduções francês: Anne Fryszman, Fabrice Fillistorf, Fernanda Rozados, Neuza Bagorro.

PRODUÇÃO
Produção: Aletéia Selonk, Cristiane Oliveira.
Produção associada: Gustavo Galvão.
Produção associada (FR): Daniel Chabannes de Sars, Corentin Dong-Jin Sénéchal.
Produção executiva: Graziella Ferst, Gina O'Donnell.
Assistência de produção executiva: Nora Carús.
Secretaria de produção executiva: Maitê Medeiros.
Assistência de secretaria de produção: Vitória Castilhos.
Direção de produção: Gina O'Donnell.
Coordenação de produção: Marlise Aude.
Primeira assistência de produção: Natalia Sosa.
Segunda assistência de produção e pesquisa: Andrea Lanzoni.
Assistência de produção: Flávia Manssour, Daniela Silveira, Neuza Bagorro.
Estagiária de produção: Bia Paes.
Produção de elenco: Nadya Mendes.
Produção de figuração: Daniela Silveira.
Consultoria de projeto: Rachel Monteiro.

Platô: José Crespo.
Produção de set: Jamerson Porto.
Assistência de set: Cesar Anflor Porto.
Alimentação: Adriana Mercanti / Alimenset Eventos (Porto Alegre).
Motoristas: Alexandre Pinho e Silva, César Augusto Anflor, Felipe Araúo 'QJ', Hugo Guimarães, Ivan Oliveira, Lirion dos Santos, Lucas Araújo, Miguel Klazer, Tirnei Bieger, Vinícius Koch.

FOTOGRAFIA
Direção de fotografia: Bruno Polidoro.
Primeira assistência de câmera: Marcelo Leite.
Segunda assistência de câmera: Augusto Sebastião.
Logger: Lucas Heitor.

Eletricista chefe: Guilherme Kroeff.
Maquinista chefe: André Campanhol.
Assistência de elétrica: Anderson Dias, Jeferson Porto, Augusto Sebastião.
Assistência de maquinaria: Deloir Rodrigues.

Fotografia de cena e making of: Gustavo Galvão.

ARTE
Direção de arte: Adriana Nascimento Borba.
Consultoria de arte: Nohemi Gonzalez Martinez.
Primeira assistência de arte: Bianca Chiaradia.
Segunda assistência de arte: Josefa Losada.
Produção de objetos: Clarissa Ramires.
Contrarregragem: Tiago Kraemer.
Estagiária de arte: Aline Loha.

Figurino: Isadora Fantin, Mariane Collovini.
Assistência de figurino: Cândida Fonseca de Souza Moura.

Maquiagem e cabelo: Nancy Marignac.
Assistência de maquiagem e cabelo: Jéssica Valim.

SOM
Som direto: Raúl Locatelli, Hudson Vasconcelos.
Scouting de som direto: Gabriela Bervian.

MÚSICA
Música original – composição e arranjo: Arthur de Faria, Gustavo Breier.
Músicos: Paula Mirhan (voz solo, coro), Joana Queiroz (clarone, coro), Mariá Portugal (coro), Alessandra Leão (ilú, atabaques, maraca de ficha, ganzá), Arthur de Faria (vibrafone, bendir, gongo sinfônico).
Edição: Arthur de Faria, Cristiane Oliveira, Gustavo Breier.
Gravação e mixagem: Gustavo Breier.

Música do baile: "Baile nas cabritas" (música: Talo Pereyra, letra: Vaine Darde) por Bagre Fagundes // Editora: Latino Editora Musical Ltda. adm. Warner Chappell Edições Musicais Ltda. / Gravadora: USA Discos

ARQUIVO
Citações:
Livro de Rosa: Anarquistas graças a Deus, de Zélia Gattai. 17.ed. Rio de Janeiro: Record, 1979. // Direitos de reprodução de imagem da capa gentilmente cedidos pela Editora Record.

FINALIZAÇÃO
Montagem: Tula Anagnostopoulos.
Assistência de montagem: Lucas Heitor, Tiago Pinho Lopes.
Consultoria de montagem: Cao Guimarães.

EQUIPE Effects Filmes
Supervisão de som: Miriam Biderman, ABC.
Desenho de som: Ricardo Reis, ABC.
Edição de som: Débora Morbi, Vanessa Gusmão.
Assistência de edição de som: Rafael Leite.
Secretaria de produção: Andreia da Silva.

EQUIPE KF Studios
Supervisão de foley: Kiko Ferraz, Chrístian Vaisz.
Foley: Felipe Burger Marques.
Gravação de foley: Renato Galimberti.
Edição de foley: Daniel Behar, Felipe Borges, Lucas Kinoshita, Richard Thomaz, Waleska Sartori.
Coordenação de estúdio de foley: Lísia Faccin.
Atendimento de foley: Martha Reis.

Mixagem: Pedro Noizyman.

EQUIPE Cinecolor Digital
Direção geral: David Trejo.
Gerência operacional: Cláudio Avino.
Supervisão de imagem: Renato Merlino.
Colorista: Rogério Moraes.
Coordenação de pós-produção: Lidiana Almeida, Alyssa Gandini, Beatriz Piloto.
Assistência de pós-produção: Igor Luiz.
Conform: Cláudia Rossatti, César Tuma.
Encode DCP: Igor Luiz.

EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS
Câmera: Alexa Mini, Zeis HS T1.3 MK2.
Equipamento de câmera: Batoke Filmes (Porto Alegre).
Equipamento de luz e maquinaria: Locall.
Gerador: Beto Ramos (Porto Alegre).
Rádios: HM Comunicações (Porto Alegre).
Transporte: Allo Vans; Libratur Vip; Sauer Transportes.

Sala de gravação da música original: Estúdio Mawaca (São Paulo).
Estúdio de foley: KF Studios (Porto Alegre).
Estúdio de edição de som: Effects Filmes (São Paulo).
Estúdio de mixagem: Cinecolor Digital (São Paulo).
Estúdio de finalização de imagem: Cinecolor Digital (São Paulo).

Seguros: GBI Consultoria e Corretagem de Seguros (São Paulo).
Assessoria jurídica: Goulart & Chalupka Advogados (Porto Alegre).
Assessoria financeiro: Faccioni Contabilidade (Porto Alegre).
Assistência financeiro: Bianca Souza, Jeferson Konzen.

MECANISMOS DE FINANCIAMENTO
Companhia produtora: Okna Produções (Porto Alegre).
Coprodução: Locall (Porto Alegre); Crisol Filmes (Porto Alegre).
Produção associada: Epicentre Films (Paris, FR).
Financiamento (BR): Chamada Pública BRDE/FSA PRODECINE 04/2013. Recursos públicos geridos pela ANCINE Agência Nacional do Cinema. Investimentos do FSA Fundo Setorial do Audiovisual administrados pelo BRDE Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul. Proponente: Okna Produções Culturais Ltda.. Valor: R$ 693.357,70.
Financiamento (BR): Chamada Pública BRDE/FSA PRODAV 05/2013. Recursos públicos geridos pela ANCINE Agência Nacional do Cinema. Investimentos do FSA Fundo Setorial do Audiovisual administrados pelo BRDE Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul. Proponente: Okna Produções Culturais Ltda.. Valor: R$ 100.00,00; contemplado com o título: O Luto de Joana.
Patrocínio: BNDES / Secretaria Especial da Cultura / Ministério da Cidadania / Governo Federal – Brasil.
Patrocínio: Avon [FAMA Fundo Avon de Mulheres no Audiovisual].
Apoio (Osório): Big Hotel; Novo Hotel; Madecon.
Apoio (Porto Alegre): Conceito Ada; Casa de Cultura Mario Quintana; Collins Residence Porto Alegre; Cubo; Fabiane Pinto Hertel; Fundação Ecarta; Ivaneide Barros Lins Salgado; Mellbout; Mínima; Nuz Demi Couture; VM Videomakers.

Participação em fase de pré-produção:
• 15th Berlinale Co-Production Market, Berlin, 2018.

AGRADECIMENTOS
Agradecimentos especiais:
DAER Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem; DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes; Polícia Rodoviária Federal; 3º Batalhão Rodoviário da Brigada Militar; 8º BPM Batalhão Gen. Esteves (Osório); Corpo de Bombeiros de Osório do 9º Batalhão Bombeiro Militar do Estado do Rio Grande do Sul; 1º tenente José Antonio C. da Silva / Comando do Corpo de Bombeiros.
Asa Delta Sul; EEEM Ildefonso Simões Lopes; Empresa Bombeamento de Água Santa Teresinha; Enerfin do Brasil-Grupo Elecnor; Lima e Lucas Imobiliária; Prefeitura Municipal de Osório; Secretaria Municipal de Cultura; Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Pecuária; Secretaria Municipal de Obras; Secretaria Municipal de Transportes; Secretaria Municipal de Turismo.
Anderson de Casaes Bressane, Diego Fernández Pujol, Kathi Bildhauer, Leonara Campos Jardim, Martina Bleis, Minom Pinho, Renato Silva Kacperski, Tatiane N. Oliveira Kacperski, Wilton Soares Martins.
Agradecimentos de roteiro e direção: Anne Delseth, Camila Gonzatto, Ela Beume, Ernesto Soto, Família Reis Pinto, Felipe Detoni, Florência Gil, Gaia Hasse, Geraldo Hasse, Gerta Frantz, Giovana Birck, Ivana Verle, Maryanne Redpath, Michele Frantz, Osmar Nascimento de Oliveira, Rochely Droves, Rodrigo Trespach, Rosilaine Aliardi, Tales Tommasini, Thijs Van Der Laak, Tiago Trespach, Undine Filter, Vanessa Fort, Will Prestes.
Agradecimentos: Adriana Sauner Teixeira, Adriana Sperandir, Alcides Paes, Alcimar Lopes Lorenzatto, Aline Loha, Almeri Espíndola de Souza, Aloísio Rocha, Ana Maria Chiaradia, Andreia Baum, Arthur Serpa, Augusto Alvarez, Boulevard Freeway (Santo Antônio da Patrulha), Caroline Della Pace Matos Polachini, Cervejaria Notre Dame, Cho Dorneles, Cinema do Brasil, Clarissa Pereira, Cláudia Della Pace Matos Polachini, Cleber Baum, Colegas do Inspiração Mache, Daniella Ferst, Desirée Farias da Silva, Distribuidora de Cereais Citton Ltda., Eduardo Abrahão, Eduardo Renda, Eduardo Rodrigues Renda, Erasmo Silva, Flavio Rossi, Gabriela Antônia Chiaradia Varela, Gilberto Silveira Matos, Gilson Vargas, Gislaine Becker, Helena Jacobs, Henrique Felicio Chiaradia, Goethe-Institut Porto Alegre, Jeison Batista Aguiar da Silva, João Francisco Selonk Paes, Jonathas Diniz, Jorge Gräbin, Juarez Verba, Leisa Serpa, Lisiane Baum, Loco Films, Luan Andrade, Manutenção Náutica,Marcio Polachini de Moraes, Maria Clara Selonk Paes, Maria Estrazulas, Marília Garske, Mirella Maines, Mirian Borba, Paradouro Ondas do Sul, Posto Chimarrão, Proibit Wave, Rafael Passos Calderon, Rossano Teixeira, Sandra Milani, Semilda Brum, Silvia Regina Araújo, Simone Fantin, Tortaria Baum, Valéria Martinotto, Valeria Verba, Vitimar Santos.

FILMAGENS
Brasil / RS, em Osório; e Santo Antônio da Patrulha.

ASPECTOS TÉCNICOS
Duração: 91 min
Som: digital 5.1
Imagem: cor
Proporção de tela: 2.35
Formato de captação: digital 4k
Formato de exibição: 2k / DCP
Idioma: Português; Hunsrückisch, Deutsch, com legendas em português.

DIVULGAÇÃO
Identidade visual: Néktar Design (Porto Alegre).
Assessoria de imprensa: Sinny Assessoria e Comunicação (São Paulo).
Teaser internacional: youtu.be/V2JpSXli0UY

PREMIAÇÃO
• 49º Festival de Cinema de Gramado 2021: melhor fotografia + montagem // melhor filme (crítica).
• 29th Cinequest Film Festival, San Jose: Global Vision Award.
• 16º Tucuman Cine, AR: prêmio DAC de melhor diretora (competição latino-americana.)
• Calella Film Festival, ES: melhor filme (seção Low Budget Films).
• BIS Bienal Internacional do Cinema Sonoro, Goiânia: melhor música original + mixagem + efeitos sonoros (júri oficial e júri jovem).
• Festival de Cine LGBTI de Asturias, ES: menção especial.

DISTRIBUIÇÃO
Classificação indicativa: 14 anos
Distribuição (BR): Lança Filmes (Porto Alegre).
Distribuição (FR): Epicentre Films.
DVD: Distribuição (FR): Epicentre Films, 2021.
Vendas internacionais: Patra Spanou Film (Düsseldorf, DE).
Contato: Okna Produções.

OBSERVAÇÕES
Créditos finais: // Este filme é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência. // © 2020 Okna Produções. Todos os direitos reservados. //

Títulos alternativos: The First death of Joana | La Primera muerte de Joana | Secret de famille
Grafias alternativas: Faccioni Assessoria Contábil | Lisa Gertum Becker | Nat Sosa | Alimenset | André Campanhol 'Terneiro' | Clarissa Ramires do Nascimento | Tiago Muka [= Tiago Kraemer] | Talo Pereira | Diego Parker | Instituto Goethe de Porto Alegre | Roberto Oliveira | Wilton Martins
Grafias alternativas (funções): Catering | Artista de foley | Still

BIBLIOGRAFIA
PESSATO, Marina. Análise de A Primeira morte de Joana. Trabalho desenvolvido para a disciplina Análise Fílmica, ministrada por G. Póvoas, TECCINE Curso Superior de Tecnologia em Produção Audiovisual-Escola de Comunicação, Artes e Design FAMECOS-PUCRS. Porto Alegre, 13 set 2021. [gentilmente cedido e adaptado para o verbete]

Crítica:
ARAUJO, Inácio. A Primeira morte de Joana trata despertar sexual com delicadeza – Longa de Cristiane Oliveira se destaca da média de filmes nacionais ao retratar a ambiguidade e as meias-palavras. Folha de S. Paulo, São Paulo, 8 maio 2023.

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Exibições


• Goa (IN), IFFI 51st International Film Festival of India [16-24 jan], Inox Screen 1, 18 jan 2021, seg, 18h

Lançamento comercial FR: 4 ago 2021, qua

• Paris (FR), Périphérie-Espace Saint-Michel, 4 ago 2021, qua
• Clermont-Ferrand (FR), Ciné Capitole, 4 ago 2021, qua
• Grenoble (FR), Club, 4 ago 2021, qua
• La Rochelle (FR), CGR Dragon, 4 ago 2021, qua
• Marseille (FR), Cinéma les Variétés, 4 ago 2021, qua
• Metz (FR), Klub, 4 ago 2021, qua
• Pau (FR), CGR Saint-Louis, 4 ago 2021, qua
• Périgueux (FR), CGR Périgueux, 4 ago 2021, qua
• Poitiers (FR), CGR Castille, 4 ago 2021, qua
• Quimper (FR), Katorza, 4 ago 2021, qua
• Reims (FR), Cinémas Opéraims, 4 ago 2021, qua
• Tour (FR), CGR Centre, 4 ago 2021, qua

• Gramado (RS), 49º Festival de Cinema de Gramado [13-21 ago]-Mostra Competitiva Longa-metragem Brasileiro, 17 ago 2021, ter, a partir das 21h30, única exibição em televisão pelo Canal Brasil, para assinantes e também pela internet através da plataforma de streaming em: globosatplay.globo.com/c/canal-brasil

• Belo Horizonte (MG), Mostra CineBH 15th International Film Festival [28 set-3 out 2021, online]

• São Paulo (SP), 29º Festival MIX Brasil [10-21 nov], nov 2021

• Montevideo (UY), 39º Festival Cinematográfico Internacional del Uruguay [4-12 dez]-Competencia iberoamericana,
Cinemateca (Bartolomé Mitre, 1.236) Sala 3, 8 dez 2021, qua, 21h30
Sala B Auditorio Nelly Goitiño (Av. 18 de Julio, 930 casi Río Branco), 10 dez 2021, sex, 17h

• Porto Alegre (RS), Cinemateca Paulo Amorim-Sala Paulo Amorim, 8 mar 2023, qua, 19h (pré-estreia especial de reabertura da sala; comentada com produtora Aletéia Selonk e equipe)

Lançamento comercial BR: 4 maio 2023, qui

• Porto Alegre (RS), Cinemateca Paulo Amorim-Sala Eduardo Hirtz,
4-7, 9, 10 maio 2023, qui-sab, 19h15, dom, 17h15 (comentada com equipe), ter, qua, 19h15
11-14, 16, 17 maio 2023, qui-dom, ter, qua, 16h30
18-21, 23, 24 maio 2023, qui-dom, ter, qua, 19h15 (dia 18, comentada com equipe)
25-28, 30, 31 maio 2023, qui-dom, ter, qua, 14h45
1º, 2, 4, 6, 7 jun 2023, qui, sex, dom, ter, qua, 19h15 (dia 7, comentada com montadora e integrantes da ACCIRS, dentro da programação da exposição "Outra maneira de ver: os 20 anos de uma parceria criativa", promoção: Ieavi RS)
8-11, 13, 14 jun 2023, qui-dom, ter, qua, 15h15

• Porto Alegre (RS), CineBancários, 4-7, 9, 10 maio 2023, qui-dom, ter, qua, 15h

• Porto Alegre (RS), Espaço de Cinema Bourbon Shopping Country,
4-10 maio 2023, qui-qua, 14h, 19h10
18-25 maio 2023, qui-qui, 16h

• Brasília (DF), Espaço Itaú de Cinema, 4-10 maio 2023, qui-qua, 13h20, 19h50

• Salvador (BA), Cine Metha Glauber Rocha (Praça Castro Alves), 4-10 maio 2023, qui-qua, 19h

• Belo Horizonte (MG), Una Cine Belas Artes,
4-10 maio 2023, qui-qua, 15h20, 20h20
18-24 maio 2023, qui-qua, 15h
25-31 maio 2023, qui, 15h, sex-qua, 14h20

• Rio de Janeiro (RJ), Espaço Itaú de Cinema,
4-10 maio 2023, qui-qua, 15h50, 19h50 (dia 10, 19h50, debate com NinaTedesco)
25-31 maio 2023, qui-qua, 13h30

• Rio de Janeiro (RJ), Cinesystem America, 4-10 maio 2023, qui-qua, 14h10

• Rio de Janeiro (RJ), Cinesystem Sulacap, 4-10 maio 2023, qui-qua, 14h05

• São Paulo (SP), Espaço Itaú de Cinema Pompeia, 4-10 maio 2023, qui-qua, 15h20, 19h00

• São Paulo (SP), Cine Sala, 4-10 maio 2023, qui-qua, 16h30

• São Paulo (SP), Espaço Itaú de Cinema Shopping Frei Caneca (R. Frei Caneca, 569, 3º piso, Consolação), 4-10 maio 2023, qui-qua, 18h

• São Paulo (SP), IMS Instituto Moreira Salles (Av. Paulista, 2.424),
4-10 maio 2023, qui-qua, 14h, 18h, 20h
18-21 maio 2023, qui-sab, 18h, dom, 14h

• São Paulo (SP), Espaço Itaú de Cinema Augusta (R. Augusta, 1.475, Consolação),
4-10 maio 2023, qui-qua, 15h40, 19h30
25-27 maio 2023, qui 17h40, sex, sab, 16h

• São Paulo (SP), Cinesystem Morumbi, 4-10 maio 2023, qui-qua, 14h10

• São Paulo (SP), Espaço Itaú de Cinema Augusta (R. Augusta, 1.470, Consolação) Anexo, 18-25 maio 2023, qui-qui, 17h40

• Palmas (TO), Cine Cultura Sala Sinhozinho, no Espaço Cultural José Gomes Sobrinho,
5-7, 9, 10 maio 2023, sex-dom, 16h30, ter, qua, 20h30
18, 20, 21 maio 2023, qui, sab, dom, 16h30

• Curitiba (PR), Cine Passeio, 18-25 maio 2023, qui-qui, 13h40

• Porto Alegre (RS), Cinemateca Capitólio,
25-27, 30, 31 maio 2023, qui-sab, ter, qua, 17h
2-4, 7 jun 2023, sex, 15h, sab, dom, 17h, qua, 15h
8-10, 13 jun 2023, qui, sex, 15h, sab, 16h30, ter, 15h
17 jun 2023, sab, 17h (debate com Gina O'Donnell + Luciana Tubello + Tainara Fraga + Adriana Borba dentro do painel As mulheres na produção audiovisual gaúcha)
5, 7, 9, 11, 12 jul 2023, qua, sex, dom, 15h, ter, qua, 17h
13-16, 19 jul 2023, qui-sab, 15h, dom, 15h, 19h, qua, 15h
20-23 jul 2023, qui-dom 15h

• Goiânia (GO), Cine Cultura Sala Eduardo Benfica (88 lugares), no Centro Cultural Marieta Telles Machado (Praça Doutor Pedro Ludovico Teixeira 'Praça Cívica', 2, Centro), 9-14 jun 2023, sex-dom, 19h, seg, 15h45, ter, qua, 19h

• Niterói (RJ), Cine Arte UFF,
22, 28 jun 2023, qui, 16h, qua, 18h50
11 jul 2023, ter, 14h20

• Porto Alegre (RS), Mostra Cinema LGBTQIAPN+ brasileiro [22-25, 27, 28 jun], Cinemateca Paulo Amorim-Sala Eduardo Hirtz, 28 jun 2023, qua, 19h15 (debate com integrantes da ONG Somos)

• São Paulo (SP), Circuito Spcine, CCSP Centro Cultural São Paulo Sala Paulo Emilio,
13-16, 18, 19 jul 2023, qui-dom, ter-qua, 17h
20, 23, 25, 26 jul 2023, qua, dom, ter, qua, 17h
1º ago 2023, ter, 19h (debate em parceria com a ONG Mães pela Diversidade)

• Caxias do Sul (RS), Sala de Cinema Ulysses Geremia, no Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho (R. Luiz Antunes, 312, bairro Panazzolo), 1º, 2 ago 2023, ter, qua, 19h30

• Ribeirão Preto (SP), Cine Belas Artes,
3-9 ago 2023, qui-qua, 19h
10-16 ago 2023, qui-qua, 16h

• Porto Alegre (RS), Especial para Cinemateca Paulo Amorim, Auditório do Goethe-Institut Porto Alegre, 26 jul 2024, sex, 19h (bate-papo com Gina O'Donnell)

Participação nos seguintes festivais:
• San Jose, CA (US), 29th Cinequest Film Festival
• (AR), 16º Tucuman Cine-Competição latino-americana
• (ES), Calella Film Festival-Low Budget Films
• Goiânia (GO), BIS Bienal Internacional do Cinema Sonoro
• Asturias (ES), Festival de Cine LGBTI de Asturias
• Athens (GR), 27 Athens International Film Festival
• New York City, NY (US), 33rd NewFest – New York LGBTQ+ Film Festival
• Valencia (ES), Cinema Jove 36º Festival Internacional de Cine de Valencia
• Chicago, IL (US), 38th Chicago International Children's Film Festival
• Stockholm (SE), 22 Stockholm International Film Festival Junior
• (US), 41st Minneapolis St. Paul International Film Festival
• (US), 23rd OUTShine LGBTQ+ Film Festival
• Tübingen (DE), 29 Cinelatino
• (IT), 36 Lovers Film Festival
• Copenhagen (DK), 35 MIX Copenhagen
• (IE), 33 Galway Film Festival
• Berlin (DE), 15 XPOSED Queer Film Festival Berlin
• (DE), 34 Queergestreift Film Festival
• Vermont (US), 36th Vermont International Film Festival
• Freiburg (DE), 31. Lesbian Film Festival of Freiburg
• Washington, D.C. (US), 28th Reel Affirmations
• Houston, TX (US), 25th Houston International LGBTQ Film Festival
• Amsterdam (NL), Roze Filmdagen 25 Amsterdam LGBTQ+ Film Festival
• (República Tcheca), 22 Mezipatra Queer Film Festival
• Bilbao (ES), Zinegoak 19º Festival Internacional de Cine LGBT de Bilbao
• (BE), Filem'On 15th International Film Festival for Young Audiences
• (IT), 28 Sguardi Altrove International Women's Film Festival
• (PT), Porto Femme 4º Festival Internacional de Cinema
• (FI), 16th Cinemaissi Latin American Film Festival
• Brussel (BE), Pink Screens 20th Brussels Queer Film Festival
• Calcutta (IN), 15 Dialogues – Calcutta International LGBTQIA+ Film Festival
• Zaragoza (ES), 17º Zinentiendo Muestra Internacional de Cine LGTBQI de Zaragoza
• (TK), 25º Flying Broom Women's Film Festival
• (CL), AMOR Festival Internacional de Cine LGBT+
• (CO), FICFUSA
• (CH), PinkPanorama Film Fest
• (SE), 6 Panoramica Latin American Film Festival
• Genève (CH), Everybody's Perfect 8 Geneva International Queer Film Festival
• Barcelona (ES), Fire!! Barcelona LGBT Film Festival
• (DK), Buster Film Festival
• Miami, FL (US), 27th Inffinito Brazilian Film Festival, 2023

Arquivos especiais


Segundo longa-metragem de Cristiane Oliveira, A Primeira morte de Joana chega ao espectador com temas outrora explorados em sua filmografia como as trajetórias de amadurecimento, os olhares permitidos e os olhares proibidos, os desejos, as descobertas e o íntimo e o secreto que seus personagens evocam. A diretora é natural de Porto Alegre e começa sua carreira na direção dos curtas-metragens Messalina (2004) e Hóspedes (2008). Ela coordena, entre 2005 e 2007, a produtora Clube Silêncio e também acumula experiências como assistente de direção em longas, curtas e séries. Em 2017, estreia internacionalmente no Festival de Berlim seu primeiro longa-metragem como roteirista e diretora – Mulher do pai (2016), pelo qual recebe 20 prêmios ao redor do mundo.

Seguindo uma trajetória semelhante ao longa anterior – de seleções em editais de desenvolvimento e em festivais nacionais e internacionais, Cristiane vê seu mais novo lançamento ganhar espaços pelas mostras e festivais que percorre e já desenvolve seu terceiro longa-metragem. A Primeira morte de Joana traz a busca incessante da protagonista por razões que expliquem o porquê de sua recém-falecida tia-avó nunca ter se envolvido amorosamente com alguém. Na efervescência da pré-adolescência, Joana vê sua investigação refletir os mistérios que envolvem seus próprios desejos e a descoberta de novas sensações ao lado de Carolina, sua melhor amiga.

A primeira cena já indica visual e metaforicamente um dos pontos centrais da narrativa: o deslocamento. Mesmo que neste momento seja apenas o trajeto físico da protagonista ao velório da querida tia-avó, a trajetória de descobertas que guia Joana durante as intensas vivências dos seus 13 anos já está inserida simbolicamente na abertura. E esse velório aliado ao título sugere muito mais do que a superficialidade do literal: a cada descoberta, uma parte mais imaginativa e inocente de nós mesmos morre para que haja espaço para o novo. Assim, as primeiras grandes descobertas de Joana sobre o mais intrínseco dela mesma passam a acontecer depois da morte da tia-avó, que simboliza os segredos tangíveis que a rodeiam e atravessam.

Envolvendo essa teia familiar de segredos e aparências fingidas que são herdadas de geração em geração estão os elementos da natureza, que atuam de forma intensa nas sensações que o filme busca transmitir. A movimentação e fluidez da água que deixa Joana ilhada nos próprios pensamentos e o fogo no interior de um tronco de árvore que atrai o interesse das meninas são alguns desses elementos. Entretanto, a mais potente força da natureza evocada é o vento, presente na maior parte da obra através de cabelos esvoaçantes, folhas e galhos que dançam, assopros que (des)orientam, pelo seu som que atravessa as cenas e pelo próprio parque eólico que se instala na cidadezinha interiorana gaúcha e que as meninas personificam com os braços em determinado momento. Segundo a própria diretora, o vento simboliza essa força avassaladora que invade sem controle algum – interpretação que conversa muito com o arco da protagonista e seu momento de vida.

A fotografia sensível de Bruno Polidoro valorizando as baixas luzes e tonalidades de azul constrói visualmente a atmosfera nebulosa que rodeia os desejos das três gerações da família de Joana. Suas escolhas de iluminação buscam o encontro com a naturalidade e com o mais puro e bruto que a pequena cidade pode ter. Já na decupagem, as decisões de Cristiane permeiam planos mais abertos e longos, às vezes por meio de câmera na mão, deixando as personagens em estado de exposição total. O espectador pode enxergar e sentir toda e qualquer vulnerabilidade, além da pequenez visual e literal da menina diante de seus conflitos internos e dos olhares que a cercam. Planos assim poderiam gerar complexidades de valorização da dramaturgia para a montagem, que soube brilhar de forma inteligente.

Nesse sentido, cenas da natureza funcionam para muito além do respiro: suas aparições cirurgicamente sensíveis carregam simbolismos importantes que a montadora Tula Anagnostopoulos trouxe à tona de forma sagaz, como um barco à deriva solitário na água logo após uma conversa sutilmente conflituosa entre Joana e Carolina. Essas inserções não só enriquecem a narrativa com significados subliminares como também valorizam e intensificam a atuação das jovens. Ademais, match-cuts visuais e sonoros dão conta de interligar cenas e manter o filme dentro de uma grande unidade coerente. Um exemplo disso é a personificação do vento pelo movimento circular dos braços das meninas que se conecta à avó batendo a massa de cuca em uma tigela. Também há um momento em que o pai de Joana fala sobre a tia-avó querer ser dona do próprio nariz e logo enxergamos um plano mais fechado na metade inferior do rosto de Joana, que abre a boca na tentativa incessante de engolir o vento pela janela do carro – outra imagem que diz muito mais que o literal através dos significados do vento dentro da narrativa.

Por outro lado, há uma curiosa escolha de roteiro e direção que chama atenção: a ausência parcial ou total de figuras masculinas nas cenas. Um filme que conversa com essa proposta e com o mesmo contexto atual de urgência sobre pautas misóginas é Retrato de uma jovem em chamas (2019), que se utiliza da ausência masculina total em cena. Já em A Primeira morte de Joana, essa presença faltante é bem mais sutil: há poucas cenas com homens e nas poucas que permanecem, os enquadramentos tratam de contornar o foco para as personagens femininas. Tendo uma produção composta majoritariamente por mulheres nas mais diversas funções, isso não poderia ser diferente. E é possível notar essa sensibilidade feminina também através do trabalho cuidadoso de preparação de elenco e direção de atores.

As jovens atrizes, Letícia Kacperski e Isabela Bressane, estavam na mesma faixa etária de suas personagens na época das gravações e tinham o grande desafio de conduzir uma narrativa pautada por temas delicados que muitas vezes ainda são considerados tabus – das descobertas da sexualidade e masturbação feminina até sexo na terceira idade. A direção de Cristiane Oliveira parece ter criado um elo entre as meninas, uma vez que os olhares – recíprocos ou desviados – carregam uma energia genuína de afeto e curiosidade. Para além delas, a ambientação linguística é um ponto forte na atuação das mulheres da família de Joana – mãe e avó, Joana Vieira e Lisa Gertum Becker. A influência de dialetos alemães no português dos diálogos das atrizes é incorporada com a naturalidade de quem nasceu e viveu em uma pequena cidade gaúcha de colonização alemã, o que eleva a outro nível a atmosfera cultural e geográfica já criada pela arte.

Desde cenários tipicamente interioranos até figurinos que remetem especificamente à década dos anos 2000 (época em que o parque eólico chegou à região), o trabalho de arte liderado por Adriana Nascimento Borba insere o espectador na exata e desejada territorialidade e época. A simplicidade é o que prevalece em tudo que compõe a casa em que Joana vive e a materialidade visual dos objetos e cenários certamente evoca lembranças nostálgicas em todos que em algum momento de suas vidas se relacionaram com esse imaginário cultural. E esse é um dos pontos que mais encanta o espectador: como o singelo dos espaços e da pré-adolescência se mistura com o turbilhão de emoções que é lidar com olhares recíprocos, com descobertas inter e intrapessoais, com o geracional, com a tradição, com o externo que invade, com o ser visto e com o controle do próprio olhar sobre outrem. Mergulhar na própria vulnerabilidade e ter obstinação suficiente para encarar a si mesmo e ao outro são as essências humanas que A Primeira morte de Joana desenvolve com sensibilidade e maestria.

      

Divulgação da distribuidora Epicentre Films que lançou A Primeira morte de Joana em cinemas e DVD na França em 2021 com o título Secret de famille
Material enviado para o Portal do Cinema Gaúcho / Cinemateca Paulo Amorim por e-mail por Cristiane Oliveira em 22 set 2023.

 

Como citar o Portal


Para citar o Portal do Cinema Gaúcho como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
A Primeira morte de Joana. In: PORTAL do Cinema Gaúcho. Porto Alegre: Cinemateca Paulo Amorim, 2024. Disponível em: https://cinematecapauloamorim.com.br//portaldocinemagaucho/1303/a-primeira-morte-de-joana. Acesso em: 21 de dezembro de 2024.