Panorama do cinema brasileiro (1968)
Brasil (RJ)
Longa-metragem | Não ficção
35 mm, pb, 131 min
Companhia produtora: INC Instituto Nacional do Cinema
Primeira exibição: Rio de Janeiro (RJ), Cinema Palácio (Cinelândia), 7 mar 1968, qui (após a entrega dos prêmios do INC relativos a 1967)
Primeira exibição RS:
Brevíssima referência ao cinema gaúcho, com uma frase e uma foto: "Filmava-se em Porto Alegre Amor que redime e Revelação, com Roberto Zango" ambos de E. C. Kerrigan. A foto [imagem desta página] é com Zango paramentado com bombacha, arma, chicote e chapéu (provavelmente publicitária, para Revelação). A inclusão de Panorama do cinema brasileiro no Portal deve-se ao seu valor histórico abrangente. Na verdade é um panorama do cinema brasileiro carioca e paulista (exceções para o pernambucano Aitaré da Praia e o mineiro Brasa dormida), sem referências a outras categorias de produção. As exceções são a animação Macaco feio, macaco bonito e o documentário São Paulo, a sinfonia da metrópole. Os filmes restantes são longas ficcionais, exceções para o curta Exemplo regenerador e o média Fragmentos da vida, ambos de José Medina.
O documentário segue a "velha historiografia" muito antes de novas pesquisas e revisões de vários aspectos da história do cinema brasileiro virem à tona nas décadas seguintes, mas mesmo assim segue cativante pelas cenas marcantes, selecionadas com critério. A qualidade da cópia disponível no YouTube é excelente, remasterizada. Nota-se o brilho excepcional do nitrato nos trechos incluídos, o que não acontece com aquela lançada em DVD.
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Sinopse
Uma retrospectiva da história do cinema brasileiro contada por meio de fotos ou trechos de filmes, cobrindo o período de 1898 a 1966.
Cartela inicial: // Uma palavra inicial – Ideia antiga esta de fazer-se uma antologia do cinema brasileiro. Bem anterior ao INC. Anterior até ao extinto Geicine. Foi maturada pelo tempo, pelo interesse, pela crítica e pelas sugestões. Depois disto nada mais a fazer senão corporificar a ideia. Flávio Tambellini deu o primeiro impulso. A atual administração do INC executou o trabalho, com o apoio decidido do ministro da Educação e Cultura, deputado Tarso Dutra. Nossos agradecimentos, em geral, a todos que, de uma maneira ou de outra, colaboraram nesta realização, e em especial, aos produtores que cederam as cenas escolhidas para participar deste filme. Durval Gomes Garcia, presidente do Instituto Nacional do Cinema. //
Foto do produtor Afonso Segretto. Anúncio de jornal sobre Omniographo. Projetor à manivela. Cinema Iris, na atualidade. Anúncio de jornal: Os Estranguladores. Foto de fachada de cinema com anúncio de Paz e amor. Fotos de cena: O Crime da mala (1908); Dioguinho (1916); O Guarani (1916); Perdida, com Leopoldo Fróes. Filme Exemplo regenerador. Fotos de cena: Paulo e Virginia (Almeida Fleming, 1925); Mademoiselle Cinéma, com Carmen Santos; Gigolete, com Jayme Costa; Hei de vencer (Luiz de Barros); Sofrer para gozar (E. C. Kerrigan).
"Os caixotes de madeira começavam a morrer, cedendo lugar às câmeras metálicas. Daí por diante melhor se desenvolveriam os ciclos regionais. Filmava-se em Belo Horizonte Perante Deus. Filmava-se em Porto Alegre Amor que redime e Revelação, com Roberto Zango. Filmava-se em Recife Aitaré da Praia, com Almery Esteves e Ary Severo, e o aproveitamento dos elementos plásticos do litoral nordestino".
A partir daqui trechos dos filmes relacionados em arquivo.
Foto do Medalhão Cinearte ao melhor filme brasileiro de 1927. Fotos de cena e dos lançamentos de Barro humano (Adhemar Gonzaga); Acabaram-se os otários (Luiz de Barros).
Depoimento de Adhemar Gonzaga nos seus estúdios, a Cinédia.
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Ficha técnica
IDENTIDADES
Adhemar Gonzaga (depoimento na Cinédia).
Voz (não creditado): Jurandy Passos Noronha (pergunta a Adhemar Gonzaga).
Narração: Nilton Valerio.
DIREÇÃO
Direção: Jurandyr Passos Noronha.
ROTEIRO
Roteiro: Jurandyr Passos Noronha.
Consultoria histórica: Adhemar Gonzaga, Antonio Moniz Vianna, José Sanz, Jurandyr Passos Noronha, Rubem Biáfora.
Supervisão crítica: Antonio Moniz Vianna.
PRODUÇÃO
Planejamento de produção: Gilberta Mendes.
Direção de produção: Julio Heilbron.
Assistência de produção: Luiz Carlos Lacerda.
FOTOGRAFIA
Direção de fotografia adicional: Lucien Mellinger.
SOM
Som direto: Walter Goulart.
MÚSICA
Música especialmente orquestrada e dirigida por Francisco Mignone.
ARQUIVO
Prospecção: Jurandyr Noronha, Julio Heilbron, Eduardo Rüegg, com a colaboração de Adhemar Gonzaga, Cinemateca Brasileira e produtores, realizadores e distribuidores do cinema brasileiro.
Fotografias de cena.
Anúncios de jornais impressos.
Páginas da revista Cinearte.
Filmes (ordem de inserção; temas são do pressbook):
[Primórdios]
Exemplo regenerador (José Medina, 1919, cm, Rossi Film, BR/SP).
[Ciclos regionais]
Aitaré da Praia (Gentil Roiz, 1925, Aurora Film, BR/PE).
Alma do Brasil (Líbero Luxardo, 1932, FAM Filmes, BR).
Brasa dormida (Humberto Mauro, 1928, Phebo Brasil Film, BR/MG) com Luis Soroa.
Fragmentos da vida (José Medina, 1929, 40 min, Medifer, BR/SP).
[Precursores]
O Caçador de diamantes (Vittorio Capellaro, 1934, Capellaro Filmes, BR/SP).
[O som]
Trailer: Coisas nossas (Wallace Downey, 1931).
Macaco feio, macaco bonito (Luis Seel, 1933, cm, animação, BR/RJ).
[Três clássicos]
Ganga bruta (Humberto Mauro, 1933, Cinédia, BR/RJ).
Limite (Mario Peixoto, 1931, BR/RJ).
São Paulo, a sinfonia da metrópole (Adalberto Kemeny, Rodolpho Rex Lustig, 1929, doc, Rex Film, BR/SP).
[O filme de carnaval]
Alô, alô, carnaval! (Adhemar Gonzaga, 1936, Cinédia-Waldow, BR/RJ) com Carmen e Aurora Miranda cantado "As Cantoras do rádio".
[Transição]
Bonequinha de seda (Oduvaldo Vianna, 1936, Cinédia, BR/RJ) com Gilda Abreu, Dea Selva, Conchita de Moraes.
Argila (Humberto Mauro, 1942, Brasil Vita Filme, BR/RJ) com Carmen Santos.
Pureza (Chianca de Garcia, 1940, Cinédia, BR/RJ).
Romance proibido (Adhemar Gonzaga, 1944, Cinédia, BR/RJ).
[São Paulo: Vera Cruz, Cavalcanti, Lima Barreto]
Caiçara (Adolfo Celi, 1950, Companhia Cinematográfica Vera Cruz, BR/SP) com Eliane Lage.
Simão, o caolho (Alberto Cavalcanti, 1952, Maristela, BR/SP) com Mesquitinha.
O Cangaceiro (Lima Barreto, 1953 Companhia Cinematográfica Vera Cruz, BR/SP) com Alberto Ruschel.
Sinhá moça (Tom Payne, Oswaldo Sampaio, 1953, Companhia Cinematográfica Vera Cruz, BR/SP) com Anselmo Duarte, Eliane Lage.
Uma Pulga na balança (Luciano Salce, 1953, Companhia Cinematográfica Vera Cruz, BR/SP) com Lola Brah.
[Observação social]
Amei um bicheiro (Jorge Ileli, Paulo Wanderley, 1952, Atlântida, BR/RJ) com Grande Otelo, Jece Valadão, Wilson Grey.
Rio, 40 graus (Nelson Pereira dos Santos, 1955, BR/RJ).
[A comédia carioca]
O Homem do Sputnik (Carlos Manga, 1959, Atlântida, BR/RJ) com Norma Bengell, Oscarito.
Sinfonia carioca (Watson Macedo, 1955, BR/RJ) com Eliana.
[Estilos, tendências]
Estranho encontro (Walter Hugo Khouri, 1958, Brasil Filmes, BR/SP) com Andréa Bayard.
Ravina (Rubem Biáfora, 1959, Brasil Filmes, BR/SP), com Eliane Lage e Ruth de Souza.
Mulheres e milhões (Jorge Ileli, 1961, Imbracine, BR/RJ) com Jece Valadão.
Assalto ao trem pagador (Roberto Farias, 1962, Herbert Richers, BR/RJ) com Jorge Dória, Luiza Maranhão.
Os Cafajestes (Ruy Guerra, 1962, Magnus, BR/RJ) com Jece Valadão, Norma Bengell, Daniel Filho.
O Beijo (Flávio Tambellini, 1965, BR/RJ).
Noite vazia (Walter Hugo Khouri, 1964, Kamera Filmes, BR/SP) com Norma Bengell.
Vidas secas (Nelson Pereira dos Santos, 1963, Herbert Richers, BR/RJ) com Atila Iorio, Maria Ribeiro.
Menino de engenho (Walter Lima Júnior, 1965, Mapa Filmes, BR/RJ) com Geraldo D'El Rey, Maria Lúcia Dahl.
Deus e o diabo na terra do sol (Glauber Rocha, 1964, Copacabana Filmes, BR/RJ) com Othon Bastos, Maurício do Valle, Yoná Magalhães, Geraldo D'El Rey.
A Grande cidade (Carlos Diegues, 1966, Mapa Filmes, BR/RJ) com Antonio Pitanga.
O Padre e a moça (Joaquim Pedro de Andrade, 1966, BR/RJ) com Paulo José, Helena Ignez.
São Paulo sociedade anônima (Luiz Sergio Person, 1965, Socine, BR/SP) com Eva Wilma, Walmor Chagas, Otelo Zeloni.
A Hora e vez de Augusto Matraga (Roberto Santos, 1965, BR/RJ) com Jofre Soares, Leonardo Villar, Maurício do Valle.
O Pagador de promessas (Anselmo Duarte, 1962, Cinedistri, BR/SP) com Leonardo Villar, Glória Menezes, Dionisio Azevedo.
FINALIZAÇÃO
Edição: Julio Heilbron.
Assistência de edição: José Luis Andreone.
Efeitos especiais de som: Walter Goulart.
Engenheiro de som (não creditado): Carlos de La Riva.
EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS
Laboratórios: Atlântida Cinematográfica Ltda.; Bandeirantes S.A.; Líder Cinematográfica Ltda.; Rex Filme (São Paulo).
Estúdio de trucagem: Jota Filmes.
Estúdio de gravação musical: Atonal Estúdio.
Estúdios de som: Filmsonor Ltda.; Rivaton S.A..
MECANISMOS DE FINANCIAMENTO
Companhia produtora: INC Instituto Nacional do Cinema (Rio de Janeiro).
FILMAGENS
Brasil / RJ, no Rio de Janeiro, em lugares como: Cine Iris; estúdios da Cinédia.
ASPECTOS TÉCNICOS
Duração: 2:10:42 (DVD)
Metragem:
Número de rolos:
Som:
Imagem: pb
Proporção de tela: 1.33
Formato de captação: 35 mm
Formato de exibição: 35 mm
DIVULGAÇÃO
Pressbook, [16p].
DISTRIBUIÇÃO
Classificação indicativa:
VHS: Distribuição: CTAv-FUNARTE-MinC, sd, coleção Brasilianas, 5. Controle técnico: Mauro Domingues. Coordenação: Sergio Sanz. Projeto gráfico: Paula Nogueira. Texto na contracapa por Hernani Heffner. Patrocínio: Fundo Nacional de Cultura.
DVD: Distribuição: DECINE-CTAv-FUNARTE-MinC, 2002. Extras. Não inclui encarte.
Contato: CTAv Centro Técnico Audiovisual.
EXTRAS DVD
• Biografia: de Jurandyr Passos Noronha: telas.
• Ficha técnica: telas com: ficha técnica do filme + reprodução do texto de Hernani Heffner (o mesmo da contracapa do VHS) + sinopse.
• Créditos: do DVD: telas, com as seguintes informações: Presidência da República: Fernando Henrique Cardoso. MinC Ministério da Cultura: Francisco Welfort. SAv Secretaria do Audiovisual: José Álvaro Moisés. FUNARTE Fundação Nacional de Arte: Marcio Souza. Direção DECINE-CTAv Departamento de Cinema e Vídeo-Centro Técnico Audiovisual: Roberto Leite. Coordenação técnica: Edwaldo Mayrinck. Coordenação de administração e finanças: Marco Aurélio Mello. Difusão: Liana Corrêa. Núcleo de distribuição de vídeo: Renato Costa. Núcleo de produção de vídeo: Ana Moreira. Produção DVD – Supervisão geral: Roberto leite. Coordenação técnica: Edwaldo Mayrinck, Ana Moreira. Curadoria e produção executiva: Renato Costa. Análise técnica de negativos: Fátima Taranto, Ronaldo Mattos. Telecinagem: Mauro Domingues. Edição de vídeo: Ana Moreira, Hamilton Alves. Autoração: Alessandro Pires, Daniel Lins. Design dos menus: Aramis Barros Jr.. Pesquisa: Rosangela Sodré. Pesquisa acervo de fotos: Mauro Domingues. Apoio à produção: Cícero Vicente, Valdelar Moreira, Valéria Mendes.
OBSERVAÇÕES
Complementação aos créditos: pressbook, [16p].
Embora algumas fontes acrescentem trechos de Esse Rio que eu amo (Carlos Hugo Christensen, 1961, Orbec, BR/RJ-MX), nas cópias analisadas (DVD e YouTube), não há menção. Fontes não mencionam Limite, mas há um trecho nas cópias citadas. A menção a Coisas nossas (Wallace Downey, 1931) provavelmente queria referir-se ao trailer preservado, já que não existem negativos ou cópias conhecidas deste pioneiro musical paulista pelo processo Vitafone (além do trailer estão salvaguardados os discos contendo a banda sonora, que estão no Museu Hipólito, em Porto Alegre, resgatados pelo pesquisador Antonio Jesus Pfeil e o técnico Flávio Bethoven Richiniti, em livreto e CD, 1995).
Grafias alternativas: Jurandyr Noronha | Milton Valerio | Luis Carlos de Freitas | Lucien Mellinger [= Fritz Meldy Lucien Mellinger, nome completo, aka F. M. L. Mellinger] | Rex Filme S.A.
Grafias alternativas (funções): direção de cenas documentais [= Direção] | Narração em português
BIBLIOGRAFIA
Noticiário:
AZEREDO, Ely. Uma antologia do cinema brasileiro. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 21 mar 1968, Caderno B, p.2 [BN, p.24], n.297.
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Exibições
• Rio de Janeiro (RJ), Cinema Palácio (Cinelândia), 7 mar 1968, qui (após a entrega dos prêmios do INC relativos a 1967)
• São Paulo (SP), Cine Premier,
22 abr 1968, seg, 21h30
3 maio 1968, sex, 20h30
• Santos (SP), Clube de Cinema de Santos, Cine Carlos Gomes, 4 maio 1968, sab, 15h
• Rio de Janeiro (RJ), ABI Associação Brasileira de Imprensa (9º pavimento), 27 jun 1968, qui, 18h
• Bilbao (ES), 10 Certamen Internacional de Cine Documental de Bilbao [22-27 nov; atual ZINEBI Festival Internacional de Cine Documental y Cortometraje de Bilbao]-Competição, nov 1968 [entre outros brasileiros estava o curta Folclore gaúcho]
• Florianópolis (SC), Cine Ritz, 15 mar 1969, sab, 10h (para autoridades, convidados especiais e imprensa)
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• YouTube, disponível desde 30 jun 2021 (em excelente cópia, superior ao DVD)