Luta da erva (2023)
Brasil (SC)
Longa-metragem | Não ficção | Telefilme
DCP 2k, cor, 70 min
Companhia produtora: Plural Filmes
Primeira exibição: Chapecó (SC), Cinema dos Trabalhadores, sede do SITESPM-CHR Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos Municipais de Chapecó e Região, 31 ago 2023, qui, 19h (pré-estreia)
Primeira exibição RS: Tekoá Yvyty Porã – Terra Indígena Guarani Barra do Ouro, em Maquiné (RS), 3 set 2023, dom (pré-estreia)
Segundo documentário de Marcia Paraiso a ter diversas sequências filmadas no Rio Grande do Sul. O primeiro é A Maravilha do século (2019), seguido por este Luta da erva. Bebidas como chimarrão, tererê e mate, feitas a partir da mesma planta – a Ilex Paraguariensis – e consumidas em grande parte do Brasil, têm sua origem relacionada à cultura e espiritualidade do povo guarani. Esse é um fato, no entanto, que poucos conhecem. Com Luta da erva, uma produção da Plural Filmes, em 70 minutos é apresentado o conhecimento do preparo ancestral, da colheita no mato para o chá, tradição indígena absorvida pelas chamadas populações caboclas do sul do Brasil.
Filmado no outono, inverno e verão, nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, o documentário é inspirado na pesquisa e livro da professora doutora Arlene Renk, A Luta da erva: um ofício étnico da nação brasileira no oeste catarinense. A pesquisa, realizada entre 1987 e 1989, reuniu muitos entrevistados, entre extratores de erva-mate, capatazes, donos de ervateiras e profissionais das áreas de saúde, educação e assistência social, resultando em uma primeira edição em 1997; a segunda edição é de 2006.
"A erva-mate foi uma entre as tantas razões que me chamaram a atenção para a região Contestada entre Paraná e Santa Catarina, território rico em ervais – um dos motivos dentre tantos outros, que culminaram na guerra", conta Marcia. De acordo com sua avaliação, com o processo de colonização e expropriação dos territórios ancestrais e tradicionais, quando indígenas e caboclos perderam suas terras e, consequentemente, o acesso às florestas, "a prática dos saberes tradicionais foram impossibilitadas".
Além de resgatar a história da erva-mate, o documentário apresenta com profundidade diversas nuances do modo de produção atual, condições de trabalho e consequências ambientais. Em contraste com o que era a tradição dos povos originários. "Todo esse mergulho na erva-mate me mostrou elementos para compreender a dimensão de uma luta que envolve o respeito à cultura e religiosidade de um povo ancestral, a perda de territórios em um país que não fez a reforma agrária", diz Marcia. Em lugar dessa política, ao longo de décadas, predominou a entrega das terras "para descendentes de imigrantes e foi imposto um modo de produção rural que não aceitava as culturas das populações tradicionais, o desequilíbrio ambiental de anos de política de Estado", reflete ela. "Essa imposição incentivou a destruição das florestas de araucárias para plantio de desertos verdes de pinus e eucaliptos ou de investimentos em monoculturas", completa.
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Sinopse
Chimarrão, tererê, mate, Ka ay, kukuay, nomes das bebidas feitas a partir da planta Ilex Paraguariensis, consumidas por distintas pessoas, em grande parte do território brasileiro e latino-americano. O que muitos desconhecem é a cadeia produtiva da erva mate, o caminho até chegar no copo ou na cuia e, muito menos ainda, sua origem, relacionada à cultura e a espiritualidade do povo guarani. O conhecimento do preparo, que vem da tradição indígena, alcançava as populações caboclas do sul do Brasil que, expropriadas pelo processo de colonização, perderam seus saberes tradicionais.
Cartelas finais: // A ideia de realizar o projeto deste filme surgiu a partir da leitura do livro A Luta da erva: um ofício étnico da nação brasileira no oeste catarinense, escrito pela antropóloga dra. Arlene Renk, 1997. / Sua pesquisa com trabalhadores da erva mate no oeste de Santa Catarina aconteceu nos anos de 1987 a 1989 e foi inspiração e provocação para que o filme se realizasse. / Obrigada, Arlene. / Obrigada a todos e todas que entenderam a importância de compartilhar suas histórias e vivências. //
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Ficha técnica
IDENTIDADES
Ordem de identificação: Alcindo Wherá Tupã (em guarani), Rosane da Silva, Nelson Ferreira, Ramon Brizoela (em guarani), José Verá Rodrigues (em guarani), Euclides Lara Cardoso Jr. (Pato Bragado, PR), Arlene Renk (Chapecó, SC), Alcides Antônio Ferronato (Marechal Bormann, SC), Nildo Folle Neto (Xaxim, SC), Neide de Fátima dos Santos (Chapecó, SC).
Participação:
Indígenas da Tekoá Mbyá Roká: Wanderley Cardoso Moreira, Myrian Lucia Candido Esser, Marcelina Moreira, Adilson Batista Gonçalves, Sonia Moreira, Marlon Moreira Gonçalves, Sheila Moreira, Yasmin Moreira Gonçalves, Osmair Gonçalves, Miguel Moreira Gonçalves, Sayuri Moreira, Brian Iriel Moreira, Mikael Moreira Gonçalves, Michele Moreira.
Trabalhadores da erva-mate: Luiz Modesto, Luiz Ferreira (Fumo), Ari Ferreira, Maria Rosa Damasceno, Darci Andrade.
DIREÇÃO
Direção: Marcia Paraiso.
ROTEIRO
Roteiro: Marcia Paraiso.
Pesquisa: Marcia Paraiso, Rafael Coelho, Wanderley Karaí Vydju.
Tradução guarani-português: Wanderley Karaí Vydju.
PRODUÇÃO
Produção executiva: Helio Levcovitz, Ralf Tambke.
Assistência de produção executiva: Laila Di Pietro.
Produção: Marcia Paraiso, Rafael Coelho, Wanderley Karaí Vydju.
Produção (Tekoá Mbyá Roká): Rafael Coelho.
Assistência de produção (Tekoá Mbyá Roká): Joana Paraiso Tambke.
FOTOGRAFIA
Direção de fotografia: Kike Kreuger, Ralf Tambke.
Assistência de câmera e operação de drone: Silvio Marchetto.
Iluminação (Tekoá Mbyá Roká): Jerônimo do Carmo.
SOM
Som direto: Ju Baratieri.
MÚSICA
Trilha sonora original: Marcelo Portela.
Trilha sonora: Marlui Miranda.
Músicas:
• "Tchori tchori" (Jaboti Tribe Chant, adaptação: Marlui Miranda) por Marlui Miranda
• "Awina / Ijain je e'" por Marlui Miranda
• "Festa da flauta" por Marlui Miranda
• "Sarabanda da suíte 1-3" (Johann Sebastian Bach) por Bruno Menegatti (rabeca)
• "Beira" por Marcelo Portela
ARQUIVO
Pesquisa de imagens de arquivo: Cristina Lopes.
Imagens de arquivo:
Araponga – Time Line Imagens. Por Silvio Marchetto e Márcio Cunha.
Coleção Vladimir Kózak. Acervo Museu Paranaense.
Museu Antropológico Diretor Pestana Unijuí.
Acervo de Imagens IBGE.
Coleção de mapas históricos acervo do Paraná.
Amambai. Coleção Alberto Fachin Dias.
Arquivo Público Estadual do Mato Grosso do Sul.
Filme: Southern Brazil Lumber and Colonization Company (Alberto Botelho, 1922). // Cinemateca Brasileira.
Acervo fotográfico Dr. Wilsonir Gomes Vasconcelos.
FINALIZAÇÃO
Montagem: Glauco Broering.
Assistência de montagem: Nara Hailer.
Arte gráfica: Katia Ozório.
Computação gráfica: Marcelo Buti.
Colorista: Kike Kreuger.
Edição de som e mixagem: Katia Dotto.
EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS
Masterização e conformação digital: Onironautas (SC).
Acessibilidade: CPL – Soluções em acessibilidade (Rio de Janeiro).
Tradução inglês: Flash Traduções.
Assessoria jurídica: Custodio & Junckes Advogados Associados (Campinas, São José, SC).
MECANISMOS DE FINANCIAMENTO
Companhia produtora: Plural Filmes (Florianópolis).
Financiamento (BR): Chamada Pública BRDE/FSA Arranjos Regionais 2017 Produção e programação de conteúdos para TV. Recursos públicos geridos pela ANCINE Agência Nacional do Cinema. Investimentos do FSA Fundo Setorial do Audiovisual administrados pelo BRDE Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul. Proponente: Realizart Produção Audiovisual Ltda.. Valor: R$ 180.000,00; contemplado com o título: A Luta da erva.
Financiamento (BR/SC): Prêmio Catarinense de Cinema / Fundação Catarinense de Cultura / Governo de Santa Catarina – Edição 2018, nº 010/2018: categoria: Produção de telefilme de documentário. Proponente: Realizart Produção Audiovisual Ltda.. Valor: R$ 120.000,00.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos mais que especiais: Maria de Lourdes Rodrigues Muller e família, Sergio Augusto Rodrigues Prates (Carijo da Amizade).
Agradecimentos gerais: AEPIM Associação de Estudos e Projetos com Povos Indígenas e Minoritários, Adilson Ferronato, Angel Jost, Auri Casali, Beatriz Verá, Carlos Casali, Domingos Costa, Ervateira Irmãos Folle, Karine Damiani, Lucas Fernandes, Lucas Rocha, Lui Freitas, Mauro João Postal, Nilson Fraga, Raphaela da Silva Rodrigues, Sônia Nedi Dill de Oliveira, Tiago da Silva Benites, Tiago Fedrizzi.
FILMAGENS
Brasil /
PR, em Pato Bragado;
SC, na Tekoá Mbyá Roká, em M'Biguaçu; Chapecó; Marechal Bormann; Xaxim;
RS, na Tekoá Yvyty Porã, em Maquiné; aldeias guaranis [tekoás]: Yvy Poty [Flor da Terra] (Barra do Ribeiro); Koenju [Alvorecer] (São Miguel das Missões).
Período: durante o outono, o inverno e verão.
ASPECTOS TÉCNICOS
Duração: 1:10:29
Som:
Imagem: cor
Proporção de tela:
Formato de captação:
Formato de exibição: DCP 2k
DIVULGAÇÃO
Assessoria de comunicação e promoção: Linete Martins, Luiza Machado.
PREMIAÇÃO
•
DISTRIBUIÇÃO
Classificação indicativa:
Contato: Plural Filmes.
OBSERVAÇÕES
Títulos alternativos: The Mate war
Grafias alternativas: Colorização | Edição e mixagem de som
BIBLIOGRAFIA
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Exibições
• Chapecó (SC), Cinema dos Trabalhadores, sede do SITESPM-CHR Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos Municipais de Chapecó e Região, 31 ago 2023, qui, 19h (pré-estreia)
• Tekoá Yvyty Porã – Terra Indígena Guarani Barra do Ouro, em Maquiné (RS), 3 set 2023, dom (pré-estreia)
• Florianópolis (SC), Sala de Cinema Gilberto Gerlach, do CIC Centro Integrado de Cultura / FCC Fundação Catarinense de Cultura (Av. Governador Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica), 11 out 2023, qua, 19h (pré-estreia)
• Curitiba (PR), Organização: Programa de Extensão Universitária Agroecologia e Movimento, do Projeto EKOA, com apoio da PROEC Pró-reitoria de Extensão e Cultura, Auditório do Setor de Ciências da Saúde-UFPR Universidade Federal do Paraná (R. Padre Camargo, 280 / 1º andar, Alto da Glória), 6 nov 2024, qua, 18h30