Amor que redime (1928)
Brasil (RS)
Longa-metragem silencioso | Ficção
35 mm, pb, (6 atos em 7 partes)
Companhia produtora: Empresa Cinematográfica Rio-Grandense Ita Film
Primeira exibição: Porto Alegre (RS), Guarany, 11 maio 1928, sex, 15h (especial para autoridades e imprensa)
Filme desaparecido.
É impressionante o número de referências noticiosas e críticas localizadas sobre Amor que redime, tanto em jornais e revistas especializadas da época em que é lançado quanto nas décadas seguintes. O que teria este filme de tão especial? O crítico mais importante do período, o carioca Pedro Lima, afirma que "é, salvo algumas modificações, a cópia fiel do O Homem miraculoso. As mesmas cenas, as mesmas apresentações, os mesmos tipos, tanto quanto possivelmente imitados". Isto seria um defeito? O redator do Correio do Povo gostou justo porque o filme poderia ser comparado à uma produção internacional: "Esse belo trabalho nacional, que bem, se pode comparar em direção e técnica aos melhores do país e mesmo do estrangeiro, agradou francamente a todos os espectadores que enchiam a sala de projeções" (25 maio 1928, p.6).
Mesmo que Pedro Lima considerasse a história cópia fiel de O Homem miraculoso (The Miracle man, George Loane Tucker, 1919, US, com Lon Chaney e Betty Compson), ele faz elogios, apesar da cópia única ter chegado ao Rio de Janeiro bastante danificada. Uma das implicâncias de Lima começou logo nos créditos, que iniciavam com uma cartela dizendo que era um filme rio-grandense. Outras obras nacionais contemporâneas a Amor que redime usavam como frase de abertura: é um filme brasileiro e esta diferença levou Lima a acusar a Ita Film de bairrista. Os elogios vêm acompanhados de pequenas alfinetadas: depois de reclamar da cópia e da abertura, o crítico de Cinearte afirmou que não havia dúvidas de que Amor que redime era um progresso para o cinema nacional.
Outro fator para o seu sucesso deve ser creditado para o combalido E. C. Kerrigan, que vinha de experiências contínuas com Sofrer para gozar (1923), Quando elas querem (1925), Corações em suplício (1926), respectivamente em Campinas, São Paulo e Guaranésia (MG), o que pode ter-lhe conferido uma desenvoltura de realização. Mérito também para a fotografia de Thomaz de Tullio (que havia trabalhado em Sofrer para gozar). Lima destaca que o operador "mostrou algum progresso", que uma das cenas "apresenta dois bonitos quadros gráficos. Tem alguns apanhados bonitos. E a câmera não fica entrevada".
Amor que redime não foi preservado. Antonio Jesus Pfeil localizou um minuto de um ensaio da luta final entre os atores Ivo Morgova e Roberto Zango, o que não deixa de ser uma ironia: o filme não existe, mas tem o making of. Se não sobrou qualquer fotograma, porém, há muitas fotografias de cena e o "argumento" publicado em A Tela, cujo detalhamento permite que se visualize o que poderia ter sido este provável (ou desejado) único clássico do cinema gaúcho.
Foi tirada apenas uma cópia; esta, quando exibida no Rio, mereceu o seguinte comentário de Pedro Lima: "(...) a cópia enviada para exibição, está num estado deplorável. Impossível de ser exibida. (...) Até pedaços faltam...". (Cinearte, Rio de Janeiro, 18 set 1929)
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Sinopse
[Cena 1] Numa grande avenida, madrugada. Nora está terminando de realizar um roubo de joias em um palacete enquanto Nurmis espera do lado de fora.
[Cenas 2-5] Eles retornam para o Ao Grande Belchior Moderno, localizado na "equívoca Rua X", onde já se encontram Sentimental, Coruja e Raposa, que também realizaram roubos.
[Cenas 6-14] Na manhã, o tenente Mario Alves entra no local, interessa-se por uma espada e por Nora. No quarto dos fundos, Nurmis e Raposa esgrimam. Chega um Agente da polícia secreta, que investiga o roubo de jóias. Nurmis se transforma num paralítico. O Agente vai embora.
[Cena 15] Num campo de tênis, Almofadinha lê o jornal para os presentes e sugere ver o Santo. Chega Nurmis integrado naquela sociedade. [Cena 16] Na Vila, aleijados e doentes. O Santo aparece e faz um milagre. Nurmis e o Almofadinha assistem.
[Cenas 17-20] No Ao Grande Belchior Moderno, Mario volta para comprar a espada. Nurmis se transforma. Nora apresenta Nurmis como seu tutor. Mario pede que Nora leve a espada até o seu Palacete. Nurmis ameaça Nora para não voltar de mãos vazias.
[Cena 21] No Palacete, Mario no seu boudoir conversa sobre amor com Henrique, o ordenança. A campainha toca e é Nora. Na sala de visitas, conversa erótica. Mário sai para atender um telefonema. Nora rouba um relógio de ouro. Mario volta. Terá que se ausentar uns dias com o batalhão de manobras. Mario declara seu amor a Nora. Mario promete visita-la antes de partir. Nora vai embora. Mario alegre.
[Cena 22] No Quartel General, no pátio, oficiais ironizam a situação de Mario, que teve que deixar o seu amor.
[Cenas 23-31] No Ao Grande Belchior Moderno, no quartinho, Nora toca violino. O Raposa chega e agarra violentamente Nora. Nurmis chega, mas Nora não denuncia Raposa. Nurmis fala do Santo e ordena que Nora vá rouba-lo. Mario chega na hora em que Nurmis está para chicotear Nora. Nurmis com um florete golpeia Mario obrigando-o a se retirar. Nurmis ordena que Nora vá executar o plano do Santo.
[Cenas 32-44] Na Vila, o Santo esta no seu casebre, com os seus óbolos, reza. Nora chega, bastante perturbada. Na estação da Vila chega a trindade. No Grande Hotel Central, no quarto n.13, Nurmis está em transformação. Chegam os três no hotel. Santo e Nora no casebre. Mario e sua patrulha resolvem conhecer o Santo. Nora abre a porta para Mario. Nora conta sua história para Mario, órfã vivia com uma mulher que a obrigava a vender flores na rua.
[Cenas 45-49] Flashback de Nora: Num mísero quartinho, uma mulher bate na menina porque ela não vendeu as flores. Nora foge, aparece pedindo esmolas em frente de um restaurante quando sai Nurmis que a acolhe. No quartinho Nora aprende preliminares do crime; Raposa está junto.
[Cenas 50-61] No casebre, Nora termina de contar sua história; Mario parte com sua patrulha. O santo aparece e continua pedindo a confiança de Nora. Nurmis assobia. Nora sai e diz que amanhã cumprirá a ordem. Na rua principal, Sentimental e Raposa esperam Coruja. Depois do assalto, uma mulher grita. Multidão. Coruja é morto com um tiro. Sentimental e Raposa são presos.
[Cena 62] No Acampamento, Mario imagina Nora e parte a galope.
[Cenas 63-77] Na Vila, o delegado e três homens chegam no hotel onde está Nurmis. Nurmis se transforma para receber o dono do hotel. Nurmis foge pela janela. Rouba o carro da polícia. No casebre o Santo sai. Nora rouba jóias e dinheiro. O delegado e homens a cavalo. Mario chega no casebre. Nurmis chega. Nurmis e Mario duelam com espadas. O delegado e homens a cavalo. Mario mata Nurmis. O delegado chega.
[Cenas 78-83] No Palacete de Mario, o Ordenança arruma malas. Chegam oficiais. Chegam Mario e Nora.
[resumo a partir do argumento publicado em A Tela.]
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Ficha técnica
ELENCO
Roberto Zango (Nurmis, o Morcego),
Rina Lara (Nora), Ivo Morgova (Mario Alves),
Jopinaz Sobrinho (Santo da Encruzilhada),
Julio Goyer (Coruja), Henrique Brands (Sentimental), José Pappa (Raposa),
D. Santos (Detetive), Vicente de Paulo (O Maciota), Jango Pinto, Irma Yotz (Mulher flashback).
Figuração: Naly Grant (Garota na praia), Saly Grant (Garota na praia).
DIREÇÃO
Direção: E. C. Kerrigan.
DIREÇÃO
Roteiro: E. C. Kerrigan.
PRODUÇÃO
Produção: Armando R. Oliveira, Melchiades Soares, Antonio Gageiro.
Sócios comanditários: Breno Mentz, Albino Sperb, Sabino Lubisco, Monteiro Martinez, Rodolpho Albretch, Oscar Petry, J. Lopes, Armando Ribeiro, Frederico Mattoso.
Produção associada: J. L. Kersting.
Direção de produção: J. L. Kersting.
FOTOGRAFIA
Fotografia: Thomaz de Tullio.
Assistência de câmera: Waldomiro Kersting.
ARTE
Cenários: Angelo Gabrielli.
Montagem dos cenários: Samuel Laranjeira.
MECANISMOS DE FINANCIAMENTO
Companhia produtora: Empresa Cinematográfica Rio-Grandense Ita Film – Oliveira, Soares & Cia. (Porto Alegre).
FILMAGENS
Brasil / RS, em Porto Alegre; interiores no antigo Pavilhão de Exposições da Av. 13 de Maio (atual Av. Getúlio Vargas); exteriores em diversos locais, como no Alto da Bronze, na Av. Independência, numa rua onde hoje é a Praça Otávio Rocha, e arredores da cidade, especialmente na Chácara das Bananeiras, da Brigada Militar e nas praias de Pedra Redonda e Tristeza.
Período: início em dezembro de 1927.
ASPECTOS TÉCNICOS
Duração: (6 atos em 7 partes)
Metragem:
Número de rolos:
Som: silencioso
Imagem: pb
Proporção de tela: 1.33
Formato de captação: 35 mm
Formato de exibição: 35 mm
DISTRIBUIÇÃO
Distribuição: Agência Cinematographica Mario Limeira & Cia. (Porto Alegre) (Programa Guará??).
OBSERVAÇÕES
Custo: 300 mil cruzeiros.
"4.873 pessoas assistiram ontem este prodígio cinematográfico", cf.: Anúncio. Correio do Povo, Porto Alegre, 25 maio 1928.
Cinearte, Rio de Janeiro, 20 abr 1927 apresenta a seguinte ficha técnica: Companhia produtora: Pindorama Film. Roteiro e direção: E. C. Kerrigan. Elenco: Lolita Zeltran, Otto Silva (personagem principal), Jovanoni (cínico) e Ernesto Chaves Abbade. Algumas destas informações não são confirmadas pelos números seguintes da revista [poderia se tratar dos nomes verdadeiros dos atores, como é o caso de Giovanonni, grafado na revista como Jovanoni, que depois usou o pseudônimo de Roberto Zango]; quanto à Pindorama, sabe-se que fechou suas portas logo depois de inaugurada, sendo o projeto passado para a Ita.
Cinearte, 20 jun 1928, chama o ator Jango Pinto de Joca Pinto; Luiz Goyer seria o personagem "raposo" e José Papo, o "sapo".
Cinearte, 3 abr 1929 indica que a distribuição em Porto Alegre esteve a cargo da Paramount, o que não é confirmado por A. J. Pfeil; esta mesma fonte indica que seria lançado no Rio e São Paulo.
Cinearte, 4 set 1929 informa que Satiro Borba "trabalhou em Amor que redime", mas não especifica função, provavelmente na atuação-figuração.
ACPJ/l informa que o produtor foi E. Abelin, que a distribuição esteve a cargo da Guará-Film, que o argumento é de William Gauthier, assistente José Picoral e produtor associado Oliveira Soares & Cia. Já ACPJ/CB 1906-1926 informa que o argumento é de Eugenio C. Kerrigan.
"9 actos", segundo anúncio em Correio do Povo, Porto Alegre, 24 maio 1928.
"6 atos" segundo Cinearte, 25 maio 1929.
"7 partes" segundo A. J. Pfeil.
Uma fotografia no CD-ROM Pioneiros do cinema brasileiro.
Em Cinema gaúcho dos anos vinte (Antonio Jesus Pfeil, 1973) há um breve depoimento de Rina Lara.
Folhetos: exibição de 18 jul 1928 em Pelotas // exibição de 7 fev 1931 em Porto Alegre (originais na Cinédia).
Cinemateca Brasileira: material depositado (1 min) referente a um ensaio da cena da luta de espadas, com os atores Roberto Zango e Ivo Morgova.
Grafias alternativas: Roberto Zango, pseudônimo de Michelle Giovanonni | Rina Lara, pseudônimo de Rina Ceriana Laranjeira | Ivo Morgova, pseudônimo de Paulo Müller | E. C. Kerrigan, pseudônimo de Eugenio Centenaro Kerrigan | J. L. Kersting [= José Luis Kersting] | Empreza Cinematographica Rio Grandense Ita Film
BIBLIOGRAFIA
Filmografia brasileira – Quarto fascículo: período de 1926 a 1930. São Paulo: Cinemateca Brasileira, 1991, p.71-72.
Argumento. A Tela, Porto Alegre, 30 abr 1928, ano I, n.18. [2 fotos: CENAS n.21 e n.47]
FRANCESCO, José de. Reminiscências de um artista. Porto Alegre: sem editora [Papelaria Andradas], 1961, p.143.
PFEIL, Antonio Jesus. Cinema gaúcho dos anos 20. Porto Alegre: Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, Susec, 19??.
NORONHA, Jurandyr. No tempo da manivela. Rio de Janeiro: Embrafilme / Ebal / Kinart, 1987. 285p. il., p.192 (com foto).
STIGGER, Helena. Amor que redime: reconstituição do pioneirismo do cinema gaúcho. In: GUTFREIND, Cristiane Freitas; GERBASE, Carlos (org). Cinema gaúcho – Diversidades e inovações. Porto Alegre: Editora Sulina, out 2009. 188p. (Série Imagem-Tempo) p.39-64.
Noticiário [revistas: Cinearte + A Tela]:
LIMA, Pedro. Filmagem brasileira: A filmagem no sul. Cinearte, Rio de Janeiro, 20 abr 1927, p.4-5, v.2, n.60. [1 foto Em defesa da irmã]
LIMA, Pedro. Filmagem brasileira: Thomaz de Tullio deixará Campinas?. Cinearte, Rio de Janeiro, 25 maio 1927, p.5, v.2, n.65.
LIMA, Pedro. Filmagem brasileira: Cinematografia gaúcha. Cinearte, Rio de Janeiro, 8 jun 1927, p.4, v.2, n.67.
LIMA, Pedro. Filmagem brasileira. Cinearte, Rio de Janeiro, 10 ago 1927, p.5, v.2, n.76.
LIMA, Pedro. O cinema brasileiro: No sul. Cinearte, Rio de Janeiro, 31 ago 1927, p.6, v.2, n.79.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro: Amor que redime já começou. Cinearte, Rio de Janeiro, 28 dez 1927, p.4, v.2, n.96.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 4 jan 1928, p.4-5, v.3, n.97. [sobre os filmes que estariam aptos para concorrer ao Medalhão Cinearte 1927]
LIMA, Pedro. Cinema do Brasil. Cinearte, Rio de Janeiro, 1º fev 1928, p.4, v.3, n.101.
[Foto publicitária autografada] Além de P. Fantol, outro característico brasileiro é Roberto Zango, o vilão de Amor que redime, da Ita-Film. Cinearte, Rio de Janeiro, 15 fev 1928, p.6, v.3, n.103.
LIMA, Pedro. Amor que redime. Cinearte, Rio de Janeiro, 15 fev 1928, p.7, v.3, n.103.
[Foto Árvore 1] Rina Lara e Ivo Morgova em Amor que redime da Ita-Film de Porto Alegre. Cinearte, Rio de Janeiro, 14 mar 1928, p.6, v.3, n.107.
[Foto Cena luta] Característicos do cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 14 mar 1928, p.5, v.3, n.107.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 14 mar 1928, p.7, v.3, n.107.
LIMA, Pedro. Filmagem brasileira: A filmagem de Amor que redime. Cinearte, Rio de Janeiro, 21 mar 1928, p.6, v.3, n.108.
[Foto Cena 72b] Rina Lara e Ivo Morgova em Amor que redime da Ita-Film. Cinearte, Rio de Janeiro, 21 mar 1928, p.7, v.3, n.108.
[Foto] E. C. Kerrigan dirigindo uma cena de Amor que redime da Ita-Film. O operador é Thomaz de Tullio. Cinearte, Rio de Janeiro, 11 abr 1928, p.4, v.3, n.111.
[Foto Cena 77] Roberto Zango e Ivo Morgova em Amor que redime da Ita-Film de Porto Alegre. Cinearte, Rio de Janeiro, 18 abr 1928, p.31, v.3, n.112.
[Foto Cena 12] A outra caracterização de Roberto Zango, em Amor que redime, da Ita-Film. Cinearte, Rio de Janeiro, 2 maio 1928, p.7, v.3, n.114.
[Foto publicitária em p.inteira] Roberto Zango – Característico brasileiro que figura em Amor que redime da Ita Film. Cinearte, Rio de Janeiro, 9 maio 1928, p.5, v.3, n.115.
[Foto Cena 77] Rina Lara e Ivo Morgova, em Amor que redime da Ita Film. Cinearte, Rio de Janeiro, 9 maio 1928, p.7, v.3, n.115.
[Foto Cena 22] Cena do filme brasileiro Amor que redime. Cinearte, Rio de Janeiro, 16 maio 1928, p.33, v.3, n.116.
[Foto publicitária autografada] Rina Lara estrela de Amor que redime da Ita-Film. Cinearte, Rio de Janeiro, 5 jun 1928, p.7, v.3, n.119.
LIMA, Pedro. Cinema no Rio Grande. Cinearte, Rio de Janeiro, 5 jun 1928, p.7, v.3, n.119. [reprodução das críticas de Ignacio Castello e Al Szekler que saíram como anúncio no Correio do Povo, Porto Alegre, 13 maio 1928]
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 13 jun 1928, p.32-33, v.3, n.120.
[Foto] Ivo Morgova, Rina Lara, Fridolino Cardoso, correspondente de Cinearte, Roberto Zango e Joca Pinto, durante a filmagem de Amor que redime da Ita-Film. Cinearte, Rio de Janeiro, 20 jun 1928, p.7, v.3, n.121.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 27 jun 1928, p.6, v.3, n.122.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 4 jul 1928, p.6, v.3, n.123.
[Foto Cena 73b] Ivo Morgova, galã de Amor que redime da Ita-Film de Porto Alegre. Cinearte, Rio de Janeiro, 4 jul 1928, p.32, v.3, n.123.
[Foto] Irma Yotz aparece em Amor que redime. Cinearte, Rio de Janeiro, 25 jul 1928, p.6, v.3, n.126.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 25 jul 1928, p.7, v.3, n.126.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 1º ago 1928, p.7, v.3, n.127.
Pergunte-me-outra. Cinearte, Rio de Janeiro, 15 ago 1928, p.9, v.3, n.129. [p. não-localizada no site]
[Foto publicitária Zango 03] Roberto Zango de Amor que redime da Ita-Film. Cinearte, Rio de Janeiro, 29 ago 1928, p.6, v.3, n.131.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 19 set 1928, p.7, v.3, n.134.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 3 out 1928, p.63, v.3, n.136.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 31 out 1928, p.4-5, v.3, n.140. [tem as páginas mas não foram encontradas referências]
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 7 nov 1928, p.33, v.3, n.141.
Produção do Brasil em 1928. Cinearte Álbum, Rio de Janeiro, 1929, p.17. [p. não-localizada no site]
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 16 jan 1929, p.4, v.4, n.151.
Página dos leitores. Cinearte, Rio de Janeiro, 16 jan 1929, p.20, v.4, n.151. [p. não-localizada no site]
VICENS, Louis. Brasil – A exposição dos filmes americanos. In: LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 6 fev 1929, p.4-5, v.4, n.154.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 20 fev 1929, p.4, v.4, n.156.
Pergunta-me outra.... Cinearte, Rio de Janeiro, 27 fev 1929, p.8, v.4, n.157. [para leitor: Cinemano (S. Paulo)]
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 13 mar 1929, p.4-5, v.4, n.159. [balanço do ano anterior]
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 20 mar 1929, p.4-5, v.4, n.160.
GERALDO, Lulú. De Porto Alegre. In: LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 3 abr 1929, p.5, v.4, n.162.
Cinearte, Rio de Janeiro, 5 jun 1929, p.4, v.4, n.171.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 24 jul 1929, p.32, v.4, n.178.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro: Novo filme?. Cinearte, Rio de Janeiro, 21 ago 1929, p.33, v.4, n.182.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 28 ago 1929, p.4, v.4, n.183.
BARRETO FILHO, Sergio. Cinema de Amadores. Cinearte, Rio de Janeiro, 4 set 1929, p.19, v.4, n.184. [sobre Satiro Borba]
Pergunta-me outra.... Cinearte, Rio de Janeiro, 18 set 1929, p.27, v.4, n.186. [para leitor: W. Fonseca (Santarém)]
A Tela, Porto Alegre, 29 fev 1928, ano I, n.14.
[Foto] Amor que redime (Ita-Film) – “Dente por dente, olho por olho!”. A Tela, Porto Alegre, 28 mar 1928, ano I, n.16.
Amor que redime – Da Ita-Film – Supervisão de E. C. Kerrigan. A Tela, Porto Alegre, 28 mar 1928, ano I, n.16. [4 fotos]
[Foto] “Perdoa-me... fui injusto... não soube compreender-te”. Amor que redime (Ita-Film). A Tela, Porto Alegre, 28 mar 1928, ano I, n.16.
Cinema nacional: Amor que redime – Ita-Film – Supervisão de E. Kerrigan. Operador Thomaz de Tullio. A Tela, Porto Alegre, 15 abr 1928, ano I, n.17.
[Foto Cena 29] Os nossos artistas tal um Rod La Rocque e um Lon Chaney, na super visão de Kerrigan. Amor que redime da Ita-Film. A Tela, Porto Alegre, 15 abr 1928, ano I, n.17.
Intrigas. A Tela, Porto Alegre, 30 abr 1928, ano I, n.18.
Anúncio. A Tela, Porto Alegre, 30 abr 1928, capa 3, ano I, n.18.
Intrigas. A Tela, Porto Alegre, 31 maio 1928, ano I, n.20.
IRÔNICO (Capital). Correspondência. A Tela, Porto Alegre, 31 maio 1928, ano I, n.20.
Noticiário [jornais: A Federação + Correio do Povo]:
Theatros e diversões: A exibição especial, amanhã, no Guarany, do filme rio-grandense Amor que redime. A Federação, Porto Alegre, 10 maio 1928, p.3, ano XLV, n.107.
Theatros e diversões: Amor que redime – A exibição especial desse filme rio-grandense. A Federação, Porto Alegre, 14 maio 1928, p.2, ano XLV, n.110.
Theatros e diversões: A próxima exibição de Amor que redime, filme rio-grandense. A Federação, Porto Alegre, 19 maio 1928, p.2, ano XLV, n.115.
Theatros e diversões: A exibição, quinta e sexta-feira, no Central, do filme gaúcho Amor que redime. A Federação, Porto Alegre, 21 maio 1928, p.2, ano XLV, n.116.
Anúncio. A Federação, Porto Alegre, 22 maio 1928, p.5, ano XLV, n.117.
Theatros e diversões: A exibição, amanhã, do filme rio-grandense Amor que redime. A Federação, Porto Alegre, 23 maio 1928, p.2, ano XLV, n.118.
Anúncio. A Federação, Porto Alegre, 23 maio 1928, p.5, ano XLV, n.118.
Theatros e diversões: Cinemas – Central. A Federação, Porto Alegre, 24 maio 1928, p.5, ano XLV, n.119.
Theatros e diversões: Cinemas – Central. A Federação, Porto Alegre, 25 maio 1928, p.3, ano XLV, n.120.
Anúncio. A Federação, Porto Alegre, 25 maio 1928, p.5, ano XLV, n.120.
Theatros e diversões: Cinemas – Carlos Gomes. A Federação, Porto Alegre, 26 maio 1928, p.2, ano XLV, n.121.
Anúncio. A Federação, Porto Alegre, 26 maio 1928, p.5, ano XLV, n. 121.
Anúncio. A Federação, Porto Alegre, 29 maio 1928, p.5, ano XLV, n.123.
Theatros e diversões: Cinemas – Palacio [Rua da Figueira]. A Federação, Porto Alegre, 30 maio 1928, p.2, ano XLV, n.124.
Anúncio. A Federação, Porto Alegre, 30 maio 1928, p.5, ano XLV, n.124.
Anúncio. A Federação, Porto Alegre, 31 maio 1928, p.5, ano XLV, n.125.
Theatros e diversões: Cinemas – Avenida. A Federação, Porto Alegre, 5 jun 1928, p.3, ano XLV, n.129.
Anúncio. Correio do Povo, Porto Alegre, 27 set 1927.
Anúncio. Correio do Povo, Porto Alegre, 13 maio 1928.
Anúncio. Correio do Povo, Porto Alegre, 15 maio 1928.
Anúncio. Correio do Povo, Porto Alegre, 22 maio 1928, p.14.
Anúncio. Correio do Povo, Porto Alegre, 23 maio 1928, p.14. (reproduzido em VIANNA)
Theatros e cinemas: Cinemas – Programas para hoje – Central. Correio do Povo, Porto Alegre, 24 maio 1928, p.6.
Anúncios. Correio do Povo, Porto Alegre, 24 maio 1928, p.14. (um deles reproduzido em VIANNA)
Theatros e cinemas: Cinemas – Programas para Hoje – Central. Correio do Povo, Porto Alegre, 25 maio 1928, p.6.
Anúncio. Correio do Povo, Porto Alegre, 25 maio 1928, p.8. (reproduzido em VIANNA)
Anúncio. Correio do Povo, Porto Alegre, 25 maio 1928, p.10.
Theatros e cinemas: Cinemas – Programas para Hoje. Correio do Povo, Porto Alegre, 26 maio 1928, p.6.
Anúncio. Correio do Povo, Porto Alegre, 26 maio 1928, p.14.
Theatros e cinemas: Cinemas – Cartaz do dia. Correio do Povo, Porto Alegre, 29 maio 1928, p.6.
Anúncio. Correio do Povo, Porto Alegre, 29 maio 1928, p.8.
Theatros e cinemas: Cinemas – Programas para Hoje. Correio do Povo, Porto Alegre, 30 maio 1928, p.6.
Anúncio. Correio do Povo, Porto Alegre, 30 maio 1928, p.10.
Anúncio. Correio do Povo, Porto Alegre, 30 maio 1928, p.14.
Theatros e cinemas: Cinemas – Programas para Hoje. Correio do Povo, Porto Alegre, 31 maio 1928, p.6.
Anúncio. Correio do Povo, Porto Alegre, 31 maio 1928, p.11.
Anúncio. Correio do Povo, Porto Alegre, 31 maio 1928, p.13.
Visitas às filmagens / entrevistas:
Visita a uma fábrica de filmes cinematográficos. A Tela, Porto Alegre, 27 ago 1927, ano I, n.2.
CARDOSO, Fridolino. Uma tarde com Rina Lara. Cinearte, Rio de Janeiro, 8 fev 1928, p.5, v.3, n.102. [foto superior: Rina sentada e Fridolino em pé, atrás a Árvore do filme + foto inferior: Rina e Fridolino seguram Cinearte n.?? na escadaria da Cena 47]
Hollywood em miniatura: uma tentativa séria de cinematografia em Porto Alegre – O que exige, para vencer, uma obra desse porte: energia, dinheiro e inteligência – Algumas horas na sede da Ita-Film. Diário de Notícias, Porto Alegre, 19 fev 1928, p.16. [3 fotos] [reproduzida em: Ita-Film. Cinearte, Rio de Janeiro, 4 abr 1928, p.6-7, v.3, n.110.]
Filmagem gaúcha – Amor que redime – Ita Film. A Tela, Porto Alegre, 30 abr 1928, ano I, n.18.
CARDOSO, Fridolino. Roberto Zango, o novo característico do nosso cinema. Cinearte, Rio de Janeiro, 23 maio 1928, p.6-7, v.3, n.117. [4 fotos, descritas a seguir]
[Foto publicitária Zango 01 autografada] Roberto Zango. Cinearte, Rio de Janeiro, 23 maio 1928, p.6, v.3, n.117.
[Foto Zango cena 73a] Em cena. Cinearte, Rio de Janeiro, 23 maio 1928, p.6, v.3, n.117.
[Foto] Ao alto, em pé: Thomaz de Tullio, operador e Kersting, seu assistente. Sentados: Melchiades Soares, [Fridolino Cardoso], Kerrigan e Gajeiro, da diretoria da Ita. Cinearte, Rio de Janeiro, 23 maio 1928, p.7, v.3, n.117.
[Foto] Roberto Zango, o grande característico do nosso cinema, ao lado de Fridolino Cardoso, correspondente de Cinearte em Porto Alegre. Cinearte, Rio de Janeiro, 23 maio 1928, p.7, v.3, n.117.
GERHARDT, Arthur Oscar. 40 minutos com Ivo Morgowa, o príncipe dos galans da cinematografia brasileira. A Tela, Porto Alegre, maio? 1929.
Crítica:
Theatros e cinemas: Filmagem rio-grandense. Correio do Povo, Porto Alegre, 13 de maio 1928, p.6.
Anúncio. Correio do Povo, Porto Alegre, 13 de maio 1928, p.21. [trechos de opiniões de Ignacio Castello, Al Zekler e José de Francesco]
Theatros e diversões: Cinemas – Central. A Federação, Porto Alegre, 24 maio 1928, p.5, ano XLV, n.119.
CARDOSO, Fridolino. Cinema brasileiro: Uma apreciação de Amor que redime. In: LIMA, Pedro. Cinema brasileiro. Cinearte, Rio de Janeiro, 20 jun 1928, p.6, v.3, n.121.
LIMA, Pedro. Cinema brasileiro: Amor que redime. Cinearte, Rio de Janeiro, 18 set 1929, p.4-5, v.4, n.186. [com fotos cenas 47, 34, 15b e Árvore 2]
HUR, Ben. Cinema brasileiro. O Libertador, 12 dez 1930.
TUIA. Reprises que impõem... Estado do Rio Grande, Porto Alegre, 1932.
Rememorativas:
Cinematografia: E. C. Kerrigan, o diretor de Amor que redime e Revelação, ambas produções rio-grandenses, fala ao Estado do Rio Grande. Estado do Rio Grande, Porto Alegre, 23 abr 1931.
Cinema brasileiro: A produção brasileira durante os últimos dez anos (de 1926 a 1935). Cinearte, Rio de Janeiro, 15 jan 1936, p.27, v.11, n.431.
Há 10 anos. Cinearte, Rio de Janeiro, 1º jan 1938, p.6, v.13, n.478.
Há 10 anos. Cinearte, Rio de Janeiro, 15 fev 1938, p.4, v.13, n.481.
Pergunte-me outra. Cinearte, Rio de Janeiro, 1º jul 1939, p.6, v.14, n.514. [para leitora: Isaura, de Porto Alegre]
Correio dos fans. A Scena Muda, Rio de Janeiro, 3 out 1939, p.26, n.967. [para leitor O. S. Fan, de São Paulo] [listagem de filmes de 1926 a 1930]
SILVA, Adil. O cinema há 25 anos... nunca houve um filme como Amor que redime. Folha da Tarde, Porto Alegre, 27 jan 1953. [com duas fotos, recorte na CG; continua na 12ª página]
MARTINS, Lineu (reportagem); FLORES, Pedro (fotos). Amor que redime: numa entrevista saudosa com dois intérpretes dum famoso filme do cinema mudo rio-grandense, Rina Lara e Roberto Zango contam coisas do tempo em que P. Alegre tinha pretensões hollywoodianas. Revista do Globo, Porto Alegre, 13 nov 1954, p.37-41 e 71-72.
PFEIL, Antonio Jesus. Antologia do cinema gaúcho II. Cultura Contemporânea, Porto Alegre, 2º, 3º e 4º trimestre 1968, p.97-99, n.2.
PFEIL, Antonio Jesus. Amor que redime: um filme gaúcho dos anos vinte. Correio do Povo, Porto Alegre, 17 fev 1974. [com fotos]
Cinema gaúcho: pequena história de pioneiros. Experiência, Porto Alegre, PUCRS, nov 1975, p.6-7, n.5. [com fotos]
VIANNA, Lourival. Os 50 anos de Amor que redime. Correio do Povo, Porto Alegre, 21 maio 1978, p.17. [com fotos e reprodução de anúncios do Correio do Povo de 23, 24 e 25 maio 1928]
DILLENBURG, Sergio. Rina Lara, uma estrela dos anos 20. Jornal Bela Vista, Porto Alegre, jun 2004, p.9, n.75.
OLIVEIRA, Armando R.. Carta a Adhemar Gonzaga. Porto Alegre, 3 set 1938.
GONZAGA, Adhemar. Carta a Armando R. Oliveira. Rio de Janeiro, 15 set 1938.
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Exibições
• Porto Alegre (RS), Guarany, 11 maio 1928, sex, 15h (especial para autoridades e imprensa)
• Porto Alegre (RS), Central, 24, 25 maio 1928, qui, sex, 14h30, 16h, 19h15, 21h
• Porto Alegre (RS), Carlos Gomes, 26 maio 1928, sab, 15h, 19h15, 21h
• Porto Alegre (RS), Thalia, 29 maio 1928, ter
• Porto Alegre (RS), Palacio, 30 maio 1928, qua, 19h15, 21h
• Porto Alegre (RS), Garibaldi, 31 maio 1928, qui
• Porto Alegre (RS), Avenida, 5 jun 1928, qui
• Pelotas (RS), Theatro Sete de Abril, 18 jul 1928, qua
• Pelotas (RS), Apollo, 18 jul 1928, qua
• Pelotas (RS), Avenida, 18 jul 1928, qua
• Rio de Janeiro (DF), segundo semestre de 1929
• Pelotas (RS), Colyseu (Empresa Theatro Guarany), 7 fev 1931, sab, 20h30 (Ouverture pela orquestra sob a direção do maestro Britto + Ita Jornal, natural em 1 parte)
• Florianópolis (SC), Cine Variedades, 27, 29 jun 1931, sab, seg, à noite
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Arquivos especiais
Noticiário:
Visita a uma fábrica de filmes cinematográficos. A Tela, Porto Alegre, 27 ago 1927, ano I, n.2.
[tem mais para digitar aqui]
Vimos em primeiro lugar a sala, onde se encontra um grande aparelho destinado à confecção dos letreiros; duas modernas máquinas para filmar, sendo uma para cenas no interior do studio, de marca alemã Krupp-Eunemann, e outra de fabricação italiana, marca Prevost, para filmar ao ar livre; há também dois grandes holofotes dos usados na marinha, destinados a iluminar as cenas de grandes filmes à noite, especialmente cenas de guerras, etc.
Cada um desses holofotes tem um potencial de 60.000 velas.
Para iluminar o interior do studio foram encomendados e estão a chegar mais 24 holofotes menores, que em conjunto têm um potencial de 300.000 velas.
Passando depois ao salão de projeções, vimos uma moderna máquina, do último modelo, cuja excelente qualidade foi depois mostrada aos visitantes. É também da marca Krupp-Eunemann.
[Falta]
A película passa primeiro pelo tanque n.1, de revelagem; n.2, de lavagem; n.3, de fixagem e finalmente ao grande tanque n.4, para a lavagem final.
Todo esse compartimento está dotado de lanternas de luz encarnada, perfeitamente fechadas, tudo de acordo com as exigências desse gênero de trabalho, que naquela secção é executado.
Muito interessante é a máquina destinada a copiar as películas, podendo ser feitas tantas cópias quanto as necessárias.
Com a mesma máquina pode ser reproduzido de um positivo velho um negativo novo.
Há no mesmo moderno aparelho um dispositivo que facilita a graduação da luz e produz também diversos tons de cores.
Reunidos no salão de exibições, foi proporcionado aos visitantes apreciar a passagem do Ita Jornal n.1, que dentro de poucos dias será exibido em um dos cinemas do centro.
É o primeiro trabalho da nova empresa e provocou os mais calorosos aplausos da assistência.
[continua]
Hollywood em miniatura: uma tentativa séria de cinematografia em Porto Alegre – O que exige, para vencer, uma obra desse porte: energia, dinheiro e inteligência – Algumas horas na sede da Ita-Film. Diário de Notícias, Porto Alegre, 19 fev 1928, p.16. [reproduzido em: Ita-Film. Cinearte, Rio de Janeiro, 4 abr 1928, p.6-7, v.3, n.110.]
– Vamos a Hollywood?
Os amigos, a quem fora endereçado o convite, ficaram perplexos. Não podia ser tomado a sério o convite. Hollywood é o bairro cinematográfico de Los Angeles. Los Angeles é uma cidade dos Estados Unidos. Os Estados Unidos ficam tão longe de Porto Alegre! Nem de avião seria possível tentar a aventura...
O jornalista procurou pacificar o assunto para os circunstantes, explicando-lhes o "descobrimento" de uma tentativa miniaturial de Porto Alegre num bairro de Porto Alegre. – Tem studio, escritórios e – pasmem vocês! – até girls, que decoram a curva macia da praia da Pedra Redonda de um vivo aspecto escultural. Tudo é possível, quando até o impossível cabe dentro do possível...
O grupo então não resistiu. E todos abalaram em demanda de Hollywood, com o seu halo de mistério, com uma Cipamgo contemporânea a atrair as imaginações aventureiras.
Nos porões do studio
O grupo desceu em frente de um largo portão. Avenida 13 de Maio. O portão abriu-se e o grupo entrou. O local era familiar aos rapazes da pequena caravana da curiosidade. Ali a Associação de Estradas de Rodagem promovera, em 1927, o primeiro certame automobilístico de Porto Alegre. A frente, uma vasta área de superfície arenosa. Como dentro de um minúsculo oceano de areia, arquipélagos de relva convidam ao repouso visual. Alguns cavalheiros receberam-nos gentilmente. Penetramos no recinto, no grande pavilhão que já fora o salão de automóveis de todas as marcas.
Revelações
Dentro, ia uma azafama de intenso trabalho. Surpreendíamos o studio em pleno labor. Holofotes poderosos, lâmpadas de vários tipos jorravam luz, numa inundação fulgurante. Apesar da tarde penumbrosa, havia ali dentro um deslumbramento de dia artificial, alimentado pela energia elétrica.
Um cenógrafo preparava um cenário de luxo. Fios curveteando pelo assoalho. Máquinas fotográficas. Colunas que imitavam mármore cor de cinza, tão perfeitas que iludiam a vista.
Algumas apresentações: Dois membros da diretoria, o diretor de cena, o diretor técnico, a "estrela" da casa, dois atores. Um destes últimos era um velho conhecido nosso.
– Então virou "astro"?
O ator sorridente, a cofiar a sua barba em ponta, sussurrou, num sopro de voz:
– Não me denunciem. Desejo ficar incógnito.
Pensamos: Amanhã, quando os cinemas exibirem o filme em que ele faz um papel bíblico de taumaturgo, a popularidade há de matar-lhe o incógnito ruidosamente. Na rua, a multidão cinematográfica apontá-lo-á em altas vozes:
– Olha. Ali vai o homem milagroso do Amor que redime. É o... (Quase se lhe deixamos escapar o nome). Aquele studio, num flagrante de nervosa atividade foi uma revelação para toda a turma de visitantes. Hollywood em Porto Alegre já é menos que um absurdo.
A Ita-Film
Estávamos, positivamente diante de uma empresa cinematográfica organizada: a Ita-Film. Em silêncio, os seus organizadores se entregavam a obra titânica, que exige dinheiro, energia e inteligência, de fazer cinematografia no Rio Grande do Sul. Iam vencendo a resistência da rotina, do preconceito, da indiferença pública. Geralmente, o brasileiro só acredita naquilo que vem de fora. Por isso, importa tudo que lhe possa dar uma sensação de conforto, cultura e civilização. Quando alguns homens de intrepidez e de larga visão se atiram a um empreendimento de audácia a maioria sacode os ombros e murmura:
– Qual! Não vinga. Temos cousa melhor nos Estados Unidos e na Europa. Botar dinheiro fora...
A maioria não tem olhos de ver. Querem que se lhe ponha o êxito diante dos olhos, instantaneamente, como uma planta mágica de faquir. Ora a questão não é essencialmente produzir cousa melhor: é produzir "cousa nossa". O nacionalismo orgânico por aí começa: reeducação da nossa capacidade de realizar, de criar, de agir. A Ita-Film, propõe-se dentro dos limites de suas possibilidades, dar realidade a esse programa de nacionalismo ativo. Se triunfar, como tudo parece indicar, a glória não será só da empresa, dos homens de iniciativa que ampararam a obra: será também do Rio Grande.
Nos escritórios
Depois de visitar o studio, dirigimo-nos para os escritórios da Ita-Film, situados também à Avenida 13 de Maio n.1501. Junto está instalado o laboratório. Tivemos então a oportunidade de apreciar, numa sessão íntima, a passagem de dois jornais da Ita. A impressão que todos tiveram desses dois trabalhos foi a melhor possível. Depois visitamos todas as dependências do laboratório, examinando o esplêndido aparelhamento técnico da empresa. Saímos da sede da Ita-Film convencidos de que a empresa tem elementos decisivos para ser vitoriosa. Essa vitória, em parte, caberá ao público torna-la efetiva, premiando com os seus estímulos e esforços os criadores da cinematografia, no Rio Grande do Sul.
O fim da apresentação
A Ita-Film, atualmente, está filmando as cenas internas da película Amor que redime com o qual se apresentará oficialmente no mercado. No momento em que visitávamos o studio filmava-se uma cena. Sob a projeção das lâmpadas e holofotes, trabalhavam Roberto Zango – um dos protagonistas – e Rina Lara, a interessante "estrela" do pequeno céu de tela da Ita. O ator incógnito já havia contribuído, nessa tarde, com os seus gestos mansos e piedosos de santo ermitão... Não queremos antecipar juízo sobre a primeira alta produção da Ita-Film. O público falará, em tempo.
A organização da empresa
A Empresa Cinematográfica Rio-Grandense Ita-Film tem a organização que, a seguir indicamos: Diretor técnico: Thomas de Tullio. Diretor de cena: E. C. Kerrigan. Diretoria: Armando R. de Oliveira, Melquiades Soares e Antonio Gageiro. Sócios comanditários: Breno Mentz, Albino Sperb, Sabino Lubisco, Monteiro Martinez, Rodolpho Albretch, Oscar Petry, J. Lopes, Armando Ribeiro e Frederico Mattoso. São, como se vê, cavalheiros de destaque nos meios sociais e comerciais porto-alegrenses.
Quadro final
Visitados o studio, os escritórios e o laboratório, regressamos da velha excursão à Hollywood, ali no Menino Deus. No portão do studio, antes da viagem de regresso ao centro que ignora a existência da Ita-Film, ameaçamos amavelmente o amável artista da preocupação do incógnito: – Vamos publicar-lhe o nome na reportagem do Diário, amigo... (Quase, outra vez, se nos escapou o nome da serena personagem do Amor que redime...). O poeta-andarilho da caravana, recostado no auto a correr para a cidade, trazia nos seus olhos namorados de todas as paisagens a estampa humana do grupo alegórico da praia...
Legenda 1 – Cena do filme Amor que redime, da Ita [Cena 44 - Mario sentado, cara de espanto, Nora agachada]
Legenda 2 – Um grupo de [8] girls da Ita-Film: quadro filmado na Pedra Redonda
Legenda 3 – No dia da visita da "caravana do descobrimento": um aspecto do studio da Ita-Film
Anúncio. A Tela, Porto Alegre, 30 abr 1928, capa 3, n.18.
A Ita Film apresentará muito breve a superprodução Amor que redime – supervisão de E. Kerrigan. O filme que encerra um poema de amor, um cântico de glória para o nosso país. Lede argumento publicado nesta revista.
Filmagem gaúcha – Amor que redime – Ita Film. A Tela, Porto Alegre, 30 abr 1928, n.18.
A convite dos seus dirigentes, fomos pela vez primeira visitar o studio, que se encontra no vasto pavilhão da Exposição.
Isto foi na linda manhã do dia 22 de abril [domingo]. Estavam em preparativos para darem a última manivelada. Encontravam-se ali o artista Giovanonni, o diretor E. Kerrigan, o cameraman Thomaz de Tullio e o dirigente da Ita, sr. Melchiades Soares, onde nos mantivemos em agradável palestra.
A filmagem estava marcada para a tarde, depois da refeição. Lá voltamos e tivemos então ensejo de ver a realidade da força titânica dos que querem apresentar condignamente um filme nacional. Outras filmagens que temos assistido aqui pelo nosso meio sempre transparecia toda a vacilação, o que não sucedeu na Ita: tudo era vigor, tudo era ordem; as cenas impulsionadas pelo diretor eram reproduzidas pelos artistas. Sim, artistas, pois Rina Lara nós já a temos aplaudido muitíssimas vezes no palco; porém na arte do gesto ela é tanto ou mais que na sua arte falada. Rina é, sem receio de errar, uma estrela que vai mostrar quanto pode realizar um pugilo de bem intencionados, que parecendo a alguém que estejam bem aparelhados, nós apenas lhes vimos os apetrechos na vontade férrea de levar para a frente todo o seu valor, capaz de suplantar todos os obstáculos que o meio ainda não adaptado lhes apresenta.
Do galã, um jovem que pela primeira vez ingressa no interior de um studio, debaixo da orientação de Kerrigan, nos esquecemos de que era apenas um iniciado, mas, sim, um verdadeiro artista.
Quanto a Giovanonni, nada diremos nem emitiremos opiniões nossas, porque – valha-nos a sinceridade – não tivemos ocasião de vê-lo posar, porém, pelo que nos afirmaram, é ele um perfeito artista.
Os cenários foram confeccionados pelo venerando artista romano Angelo Gabrielli, os quais nos deram a ideia exata dos que nos apresentam os filmes estrangeiros.
Enfim, o público que aguarde confiante, pois Amor que redime virá trazer uma nova fase à cinematografia brasileira.
Quanto aos que aqui aportam com as suas bagagens, onde vem a mania de quererem impressionar o indígena com a tão decantada maquilagem, nós lhes diremos apenas: "Alto! Com mais razão fora nossa, se os leões fossem pintores". A maquilagem de Amor que redime é toda especial e, no entanto, as fotografias, irmãs das outras savoir-faire.
[Foto] O sr. Melchiades Soares, quem dirige a Ita-Film, em quem a Tela tem um sincero amigo.
CARDOSO, Fridolino. Roberto Zango, o novo característico do nosso cinema. Cinearte, Rio de Janeiro, 23 maio 1928, p.6-7, v.3, n.117. [4 fotos]
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Crítica:
Theatros e cinemas: Filmagem rio-grandense. Correio do Povo, Porto Alegre, 13 de maio 1928, p.6.
A Ita-Film foi a feliz portadora de uma linda revelação.
A filmagem rio-grandense já se pode considerar uma brilhante realidade, quer pelo lado artístico, quer pelos requisitos de ordem técnica.
E tanto mais argumenta de valia essa revelação quando se tem em conta que a cinematografia nacional tinha como legitima expressão um expressivo bluff.
De fato – afora um número reduzidíssimo e honroso – as películas dos nossos studios ou eram obra de "cavação" ou intragáveis baboseiras posadas por cavalheiros que tinham tanta vocação para o cinema como o diabo para frade...
Essa continuada série de enganos ao público, não poderia ter outro resultado que o descrédito cada vez maior da produção nacional. Bastava figurar em cartaz a legenda filme brasileiro para que a sala de projeção ficasse às moscas...
Mas chega uma película como Amor que redime – perfeita em técnica, jogada por um elenco discreto e honesto – e a gente começa a acreditar com alegria na verdade do cinema entre nós.
E essa alegria, tão bem justificada, não pode nem deve ser desmentida!
Anúncio. Correio do Povo, Porto Alegre, 13 de maio 1928, p.21.
Ita-Film – Coube ao Rio Grande do Sul apresentar a melhor obra cinematográfica brasileira na opinião dos mais severos críticos da cinematografia – AMOR QUE REDIME – Supervisão de E. C. Kerrigan – Fotografia de Thomaz de Tullio – com a magistral interpretação de Roberto Zango, encarnando o dificílimo papel de Dr. Nurmis por alcunha o "Morcego" o terrível chefe da trindade maldita – Rina Lara, que encarna o delicado papel de Nora, a pobre órfã vítima das garras de Nurmis – Ivo Morgova, o modesto e simpático galã que interpreta o oficial amoroso defensor de Nora – Jopinaz Sobrinho, no o santo da encruzilhada é simplesmente maravilhoso – O filme nacional de maior montagem até hoje exibido.
Opinião do ilmo. sr. Ignacio Castello d. d. distribuidor da afamada marca Metro Goldwyn-Mayer do Brasil: Amor que redime. De todos os filmes nacionais que vi até hoje no Brasil, este é o que mais me encheu as medidas. Fotografia impecável, acurados detalhes, tipos escolhidos. Com esse filme temos a visão de estarmos bem pertos em produzirmos na altura de qualquer outra nação. Ignacio Castello, P. Alegre, 12-5-928.
Opinião do ilmo. sr. diretor Gerente da conceituada Universal Pictures do Brasil: Tive o grande prazer de assistir ontem o filme Amor que redime, em sessão especial no Cine Theatro Guarany e desejo felicita-los. Sem dúvida é a melhor produção nacional vista por mim até hoje. Todos devem assistir essa obra prima para verificarem o progresso da cinematografia nacional. Al Zekler, P. Alegre, 12-5-928.
Opinião do ilmo. sr. diretor da simpática revista cinematográfica A Tela: exmos. srs. diretores da Ita-Film: Assisti Amor que redime valha-me a sinceridade! É um dos melhores filmes nacionais que tenho assistido. Amor que redime, pode com ufania ultrapassar as fronteiras porque eleva a cinematografia Brasileira. José de Francesco, P. Alegre, 12-5-928.
Central – Dias 24 e 25.
Theatros e diversões: Amor que redime – A exibição especial desse filme rio-grandense. A Federação, Porto Alegre, 14 maio 1928, p.2, ano XLV, n.110.
Foi focado, sexta-feira, no elegante cinema Guarany, em exibição especial para autoridades e para a imprensa, o filme Amor que redime, produção da fábrica rio-grandense Ita Film, de propriedade da empresa Oliveira, Soares & C..
O sr. Armando Godoy de Medeiros, oficial de gabinete da presidência, representou o dr. Getúlio Vargas, presidente do Estado, tendo comparecido autoridades, representantes de todos os jornais da capital e várias pessoas gradas.
Amor que redime é um filme de valor, que possui boa encenação e interpretação caprichosa.
O enredo é interessante, cheio de imprevistos e consegue prender a atenção dos espectadores.
Filme rio-grandense, feito nesta capital e nas cercanias de Porto Alegre Amor que redime ostenta ridentes panoramas, especialmente os da praia balneária de Pedra Redonda e da Tristeza, tendo sido filmado com muita técnica e correção.
Amor que redime, embora tenha ligeiros senões, perdoáveis por se tratar de uma iniciação, e iniciação promissora, é, incontestavelmente, o primeiro filme rio-grandense.
Por isso devem estar de parabéns os proprietários da Ita-Film, srs. Oliveira, Soares & C..
No próximo dia 24 do corrente, conforme anúncio, Amor que redime será exibido ao público porto-alegrense.
Theatros e diversões: Cinemas – Central. A Federação, Porto Alegre, 24 maio 1928, p.5, ano XLV, n.119.
[digitar]
Theatros e diversões: Cinemas – Central. A Federação, Porto Alegre, 25 maio 1928, p.3, ano XLV, n.120.
Conforme prevíramos constituiu, ontem, grande sucesso, no Cinema Central, a primeira exibição do filme rio-grandense Amor que redime, excelente produção da Ita-Film.
Amor que redime é, como já dissemos, um filme de valor, que possui boa encenação e interpretação caprichosa.
Roberto Zango, no papel de Morcego, Ivo Morgova em Mario e Rina Lara em Nora, a infeliz subjugada pelo Morcego desempenham seus papéis com inteligência e correção, notadamente o primeiro.
Hoje, pela segunda vez, Amor que redime.
LIMA, Pedro. Cinema Brasileiro: Amor que redime. Cinearte, Rio de Janeiro, 18 set 1929, p.4-5, v.4, n.186. [com fotos cenas 47, 34, 15b e Árvore 2]
Geralmente, todos os filmes nossos, aqui produzidos, após todos os títulos de apresentação, antes de iniciar a ação da história, dizem, claramente – É um filme brasileiro. Quer seja paulista, mineiro, pernambucano ou do Rio. Outros, poucos na verdade, não dizem nada.
Mas como uma exceção à regra, o primeiro filme gaúcho que assistimos, é diferentemente apresentado: – É um filme rio-grandense
Não é brasileiro, é bairrista... Como se com isto tivesse mais valor, e não desse prova da estupidez e da falta de patriotismo deste grupo de parvos, que acham que o Rio Grande do Sul não deve ser do Brasil, mas uma nação independente, sem valor algum como tantas outras nações...
[digitar]
Produzido em 1928, exibido em todo o estado, só agora é que veio até nós, quando todas as suas possibilidades de êxito estão tão restritas. Além disso, a cópia enviada para exibição, está num estado deplorável. Impossível de ser exibida. Nem que o Rio fosse o recôncavo mais atrasado do sertão, poderia ter como certa esta possibilidade. Até pedaços faltam...