Luiz Carlos Borges: Ao vivo (2014)
Brasil (RS)
Longa-metragem | Registro de espetáculo musical
DVD, cor, 103 min
Companhia produtora: Estação Filmes; LCB Produções; ACIT Comercial e Fonográfica Ltda.
Lançamento: DVD 2014
Luiz Carlos Borges completou 50 anos de trajetória musical em 2012. Este é o primeiro DVD do músico multi-instrumentista, compositor, intérprete, produtor e arranjador. Participou da realização de mais de duas centenas de álbuns com artistas dos mais variados segmentos e estilos musicais. Lançou em sua carreira mais de trinta discos autorais, estreando com os Irmãos Borges no início da década de 1970.
50 anos de música – Quando me dei por conta que andava, ouvia, falava e me alimentava, já sabia que era músico. Minhas irmãs maiores (a Izolete, a Irenita e a Maria) me ensinavam versinhos e pequenos poemas, que decorava desde os 3 anos de idade. Os manos Ernando (gaita) e Albino (pandeiro) passavam ensaiando no galpão da velha casa lá na Vila Seca (município de Santo Ângelo), pois haviam decidido começar um Duo que em pouco tempo virou Trio e em seguida Quinteto.
Daí surge o Conjunto Irmãos Borges, composto por cinco dos sete filhos do casal Cristina e Vergilino Borges. Antônio (o mais velho de todos) pegou a tocar violão, Irenita a cantar e tocar chocalho e eu, que vivia enlouquecido de vontade de tocar algum instrumento recebi aos cinco anos, literalmente, o bastão quando papai me ensinou uma vanera na sua gaitinha de 8 baixos. Com meu pai adquiri o hábito de sintonizar as rádios paulistas e ouvir os melhores programas de música caipira da época e também escutar as rádios correntinas, de onde peguei o gosto e a paixão que até hoje me acompanham, pelo chamame.
Cinquenta anos depois, apesar de tanta evolução, algumas coisas não mudaram. Meus pais (minha família) seguem sendo minha maior referência; carrego o mais santo sentimento de amor e respeito pela querência missioneira; guardo como um precioso tesouro, todos os ensinamentos do velho Borges.
Deus me deu o dom da música e ainda proporcionou-me durante o percurso, conhecer pessoas que se tornaram meus grandes amigos e, inúmeros colegas com quem pude somar meu trabalho, dividir meus sonhos musicais e projetar um futuro. Se tivesse de recomeçar tudo, não desejaria que Deus movesse uma só vírgula de minha trajetória. O amor que sinto pela família e pelos amigos, é o mesmo que tenho pela música e pela vida.
Enquanto tiver saúde, disposição e inspiração, seguirei compondo, tocando e cantando canções como as que entrego em minha discografia onde certamente está minha história profissional e também de vida, porque sempre estiveram juntas. (Luiz Carlos Borges)
Dom Borges – Luiz Carlos Borges praticamente nasceu músico, em Santo Ângelo. Aos 7 anos já era um espanto no acordeom, gaiteirinho prodígio das redondezas. Por esse motivo, os manos adultos que formavam o concorrido grupo Irmãos Borges resolveram incorporá-lo, aos 9, como atração especial em bailes da região das Missões, nos dois lados do Rio Uruguai. É esta idade que ele toma como ponto de partida da carreira, para a comemoração destes 50 anos percorridos pelo Brasil, Argentina, Estados Unidos e vários países da Europa. Seu primeiro baile pra valer foi no dia 10 de outubro de 1962, em São Lourenço das Missões, com direito a uns pilas de "cachê" no final. Não pararia mais. Aos 13, quando o irmão mais velho deixou o conjunto para se casar, assumiu a direção musical e, mesmo sem ter consciência disso, passaria a mirar o futuro além dos bailes apesar de ainda hoje gostar de tocar para os pares dançarem.
Dominando os ritmos folclóricos gaúchos/brasileiros e argentinos, Borges veio lá de trás construindo a fama de artista completo. Cantor, compositor, acordeonista, violonista e arranjador, é um dos maiores músicos brasileiros. E latino-americanos, como Mercedes Sosa costumava enfatizar. Tocou e gravou com grandes nomes dos dois países de Luiz Gonzaga e Raulito Barboza a Geraldo Flach, Sivuca, Nicolás Brizuela, Alegre Corrêa, Dominguinhos, Almir Sater, Juan Falú, Arismar do Espírito Santo, Teresa Parodi, Renato Borghetti, Sérgio Reis, Liliana Herrero, Antonio Tarragó Ros, Humberto Gessinger... Sem falar de Mercedes, parceira de longa data: integrou seu grupo em turnês europeias e ao lado dos principais artistas do continente foi um dos convidados de Cantora, o álbum-testamento de La Negra. Com ela cantando uma música que ele fez para ela, "Misionera". Não é pouca coisa.
Registrada em 32 discos, alguns gravados/lançados também na Argentina e na Europa, a obra de Luiz Carlos Borges reúne vários clássicos da música regional rio-grandense. Para encurtar a história, fiquemos com dez que não há quem não conheça, uns só dele, outros com parceiros (como Apparicio Silva Rillo e Mauro Ferreira, os mais frequentes): "Baile de fronteira", "Redomona", "Florêncio Guerra", "Caçapavana", "Na chama do chamamé", "Mi hijo me há pedido un chamamé", "Vidro dos olhos", "Estórias de Dom Lagarto", "Pão-Peão", "Tropa de osso". Com esta última, parceria com Humberto Zanatta, que foi uma das vencedoras em 1979 da 9ª Califórnia da Canção Nativa, Borges abriria outro patamar na carreira depois dos bailes. Em seu "tempo de festivais", que vai até o início dos anos 90, colecionou mais de 100 prêmios, dos quais 35 primeiros lugares e 50 de melhor instrumentista. Deve ser um recorde.
Haveria ainda muito a dizer sobre este músico que sempre se preocupou com a qualidade do repertório gauchesco, estudando, trocando informações, convivendo e atuando com músicos de outras regiões brasileiras e latino-americanas. Tanto, que foi o criador do Musicanto, o mais abrangente e arejado festival do Rio Grande do Sul. Tanto, que este DVD é um raro exemplo de ecumenismo por aqui. Haveria ainda muito a dizer sobre este meu irmão de crença na evolução da música regional do sul. Sei como se esforça, nesse sentido. Eu, que o acompanho desde as tropinhas de osso, peço licença para afirmar: está cada vez melhor. E acho que já é hora de chama-lo de Dom Borges, pelo trabalho, pela significação. Um título de nobreza gaúcha, como já usamos para Don Atahualpa Yupanqui e Dom Telmo de Lima Freitas. (Juarez Fonseca)
Três vezes vencedor da Calhandra de Ouro da Califónia da Canção Nativa de Uruguaiana: em 1991 por "Florêncio Guerra e seu cavalo", parceria com Mauro Ferreira; em 1997 com "O Forasteiro", com Vinicius Brum e Mauro Ferreira; em 2003 com "Laçador de barro", com Antônio Augusto Ferreira e Mauro Ferreira.
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Ficha técnica
IDENTIDADES
Luiz Carlos Borges (voz, gaita, violão),
Rodrigo Maia (baixo, vocal), Marco Michelon (bateria), Yuri Menezes (violão), Cristian Sperandir (piano, teclado).
Participação especial: Mauro Ferreira (faixa 02), Luciano Maia e Samuca do Acordeon (faixa 03), Humberto Gessinger (faixa 05), Pirisca Grecco (faixa 06), Arthur Bonilla (faixa 07), Juan Falú (faixas 08, 09), Maria Cláudia (faixa 10), Elodie Bouny e Yamandu Costa (faixas 12, 13), César Oliveira & Rogério Melo (faixa 14), Shana Müller (faixa 15), Renato Borghetti (faixa 16).
DIREÇÃO
Direção: Rene Goya Filho.
Assistência de direção: Rafael Roso Berlezi.
ROTEIRO
Roteiro: Rene Goya Filho.
PRODUÇÃO
Produção: Andressa Camargo.
Produção executiva: Elizeu Luiz Ferro, Laura Lautert, Rene Goya Filho.
Direção de produção: Vivian Schäfer.
Assistência de produção: Beth Santana, Janaína Falcão.
Direção artística ACIT: Edison Campagna.
SHOW
Concepção: Luiz Carlos Borges, Andressa Camargo.
Produção de palco: Andréia Martins.
Desenho de luz: Osvaldo Perrenoud.
Técnico de PA: Celito Borges.
Roadie: Israel Kaiper Elias.
FOTOGRAFIA
Direção de fotografia: Pablo Chasseraux.
Operação de câmera: Cristiano Cangussu, Eduardo Nascimento Rosa, Ieve Bandeira, Jair Souza Ribeiro, Jeff Ferreira, Pablo Chasseraux, Paulo Roberto Ramos Júnior, Sérgio Guidoux, Rafael Roso Berlezi, Rafael Wilhelm.
Maquinista: Eduardo Ferreira Rodrigues.
Logger: Thiago Le Grand Falkenberg.
ARTE
Cenário: Ana Henriques.
Cenotécnica: Bruno Miranda, Jamerson Porto, Lucas Nuñez.
SOM
Captação de som: Marcelo Corsetti.
MÚSICA
Direção musical: Luiz Carlos Borges.
Faixas:
01. "Coração de gaiteiro" (Luiz Carlos Borges, Mauro Ferreira; chamamé)
02. "Era uma vez o que se viu" (Luiz Carlos Borges, Mauro Ferreira; chamamé canção)
03. "Pega ratão" (música, letra: Luiz Carlos Borges; vanerão) + citação incidental "Mistura fina" (Adelar Bertussi)
04. "Noites, penas e guitarra" (música: Luiz Carlos Borges, letra: Apparicio Silva Rillo; milonga)
05. "Encontro com a milonga" (música, letra: Luiz Carlos Borges; milonga)
06. "Tio Euclides" (Luiz Carlos Borges, Luiz Sérgio Metz; chacarera)
07. "De véio pra véio" (música, letra: Luiz Carlos Borges; vanerão)
08. "Caminhos" (música: Luiz Carlos Borges, letra: Apparicio Silva Rillo; zamba)
09. "Balderrama" (Cuchi Leguizamón, Manoel José Castilla; zamba)
10. "Vidro dos olhos" (música: Luiz Carlos Borges, letra: Apparicio Silva Rillo; milonga)
11. "Florêncio Guerra" (música: Luiz Carlos Borges, letra: Mauro Ferreira; chamamé)
12. "Suíte para Ana Terra" (música, letra: Luiz Carlos Borges; chamamé)
13. "Guitarra" (música: Luiz Carlos Borges, letra: Apparicio Silva Rillo; milonga)
14. "Vanerão no sangue" (música, letra: Luiz Carlos Borges; vanerão)
15. "Na beira do Aguapey" (música: Luiz Carlos Borges, letra: João Sampaio; chamamé canção)
16. "Redomona" (música: Luiz Carlos Borges, letra: Apparicio Silva Rillo; vanera)
17. "Baile de fronteira" (Luiz Carlos Borges, Mauro Ferreira; chamamé)
Editoras:
ACIT / Direto: faixas 01, 02, 04, 06, 08, 10, 11, 15-17.
ACIT: faixas 03, 05, 12, 14.
Direto: faixas 07, 13.
Warner Chappell: faixa 09.
EXTRAS
• Trajetória: Fotos. Duração: 04:47.
• Discografia: Seleção de capas de discos (LP e CD) dos anos 1970 aos anos 2000. Duração: 05:14.
Bastidores
• Making of: Luiz Carlos Borges 50 anos de música. Identidades: Luiz Carlos Borges, Rene Goya Filho, Yamandu Costa, Shana Müller, Pirisca Grecco, Renato Borghetti. Não creditados: Carlos Urbim, Alice Urbim (no camarim). Duração: 07:31.
+ músicas
no Theatro São Pedro (Porto Alegre):
• "Quem é que vai dançar" (Luiz Carlos Borges; vanerão). Participação: Diogo Gameiro. Duração: 05:47.
no haras MD (Passo Fundo):
• "Forró nas Missões" (Luiz Carlos Borges; vanerão/forró). Participação: Leandro Rodrigues. Duração: 03:57.
• "Romance na tafona" (música: Luiz Carlos Borges, letra: Antônio Carlos Machado; toada milonga) // ACIT / Direto // Participação: Alegre Corrêa. Duração: 05:33.
• "Tropa de osso" (música: Luiz Carlos Borges, letra: Humberto Zanatta; milonga) // ACIT / Direto // Participação: Oswaldir e Carlos Magrão. Duração: 05:27.
Produção: PD Eventos.
FINALIZAÇÃO
Montagem: Alice Rojas, Daniel Dode.
Assistência de montagem: Rafael Wilhelm.
Coordenação de finalização: Nani Barreto, Lucirene Barros.
Supervisão de pós-produção de imagem: Daniel Dode.
Colorista: Daniel Dode, Amarello Rodrigues.
Mixagem: Fernando Dimenor.
Participação na mixagem: Luiz Carlos Borges.
Masterização: Marcos Abreu.
Autoração: Rafael Roso Berlezi.
EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS
Luiz Carlos Borges usa alças e correias Basso Straps.
Acordeon: Scandalli.
Estúdio de pós-produção de imagem: Post Frontier (Porto Alegre).
Estúdio de mixagem 2.0 e 5.1: Tec Áudio (Porto Alegre).
MECANISMOS DE FINANCIAMENTO
Companhia produtora: Estação Filmes (Porto Alegre); LCB Produções.
Produção fonográfica: ACIT Comercial e Fonográfica Ltda. (Caxias do Sul).
Apoio: Plus; Folle Agência.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos: A todos da minha grande família, aos meus filhos Luiz Adriano, Naiana, Sibelle, Luizinho e Gregório e, especialmente a dedicada e incansável Andressa Camargo, minha companheira de vida e batalha. Aos amigos de fé que sempre emprestaram seu incentivo e acreditaram na minha trajetória. Ao amigo Klaus Gerdau Johannpeter pela visão sobre a arte, apoiando sempre e investindo na minha música. Agradeço a todos os grandes e maravilhosos músicos que fizeram e fazem parte desta caminhada. Aos envolvidos na produção desse trabalho que com muito empenho tornaram possível a realização do projeto. A todos os críticos (amigos, colegas ou profissionais da comunicação) que ajudaram a definir um rumo.
Finalizando, agradeço a Deus por tanta coisa boa durante as seis décadas de vida e por me haver concedido o dom da música!
FILMAGENS
Brasil / RS, em Porto Alegre, gravado ao vivo no Theatro São Pedro, 26 de outubro de 2012, sexta-feira.
ASPECTOS TÉCNICOS
Duração: 1:42:42
Som: 2.0 / 5.1
Imagem: cor
Proporção de tela: 2.86
Formato de captação:
Formato de exibição: DVD
Tiragem (DVD + CD): AA0001500 + AB0001000.
Legendas (DVD): Português.
DIVULGAÇÃO
Design: Petter Campagna, Andressa Camargo.
Fotografias: Estação Filmes, Paulo Araújo, Petter Campagna, Luís Ávila, Emílio Pedroso, Alcino Luconi, Andressa Camargo e arquivo pessoal de Luiz Carlos Borges.
Brasão "Luiz Carlos Borges 50 anos de música": Criação da Estação Filmes a partir do desenho do artista plástico Eduardo Trevisan.
www.acit.com.br
www.luizcarlosborges.com
www.aalmaatadanagaita.com.br/discografia
PREMIAÇÃO
• 24º Prêmio Açorianos de Música / Secretaria Municipal da Cultura / Prefeitura de Porto Alegre, 2014-2015: indicação a melhor DVD.
DISTRIBUIÇÃO
Classificação indicativa:
DVD + CD (digipack): Distribuição: ACIT 9403 6720. Autoração: 27 out 2014. Extras. Inclui encarte 8p. com texto de Juarez Fonseca + ficha técnica. Texto no digipack de Luiz Carlos Borges, com agradecimentos.
Disponível também apenas em CD: 13 faixas.
Contato: LCB Produções: 55 51 3414 7010 / 9984 9081
lcbprodutora@gmail.com
acit@acit.com.br
OBSERVAÇÕES
Complementação aos créditos: digipack + encarte.
Cf. créditos finais: // Todos os direitos reservados ® 2014. //
Jair Souza Ribeiro e Jeff Ferreira estão creditados duas vezes em operação de câmera, tanto nos créditos finais como no encarte.
Em créditos finais a montagem está creditada para Alice Rojas e Daniel Dode e assistência para Rafael Wilhelm, enquanto no encarte está creditada para Daniel Dode e assistência para Alice Rojas e Rafael Wilhelm.
Grafias alternativas: Lucas Nuñes | Eduardo Nascimento | Sérgio Guidoux Kalil | Israel Kaiper | Luís Sérgio 'Jacaré' Metz | Christian Sperandir | Thiago Falkenberg | Rafael Berlezi
Grafias alternativas (funções): Técnico de som PA
DISCOGRAFIA
Luiz Carlos Borges
BIBLIOGRAFIA
BRUM, Vinícius. A Alma atada na gaita – Songbook Luiz Carlos Borges. Porto Alegre: Búfalo Produções, 2016. 216p.